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Tentar se concentrar em alguma coisa, sem dúvidas não é o meu ponto forte, principalmente quando se concentrar em algo, significa: estudar. Química não entra na minha cabeça, de forma alguma e eu juro que meu cérebro vai explodir do tanto que eu estou tentando entender alguma coisa.
Deixei de sair com o Gustavo — meu namorado — pra passar a tarde se concentrando nos estudos pra poder passar na prova da semana que vem. Ele entendeu e disse que mais tarde passava aqui pra me ajudar, já que pra sorte dele, estudar nunca foi um problema.
Obrigada Deus por ter me dado um namorado inteligente.
Solto o lápis sobre os livros na minha frente e passo a mão no rosto em frustração de não conseguir entender a matéria, e então a porta do meu quarto se abre chamando minha antenção, viro meu olhar e vejo meu namorado. A mochila nas costas, moletom em uma mão e uma cara de surpreso querendo rir.
Provavelmente pelo fato de eu estar sentada no meio da cama com a maior cara de taxa com mil livros em minha volta e meu quarto uma zona, ele deve estar achando que isso é super engraçado. Não é.
—Se você veio rir da minha cara, dá meia volta e vai embora. —Me pronunciei, o olhando séria.
—Não vim rir da sua cara, amor. —Explicou ele, se aproximando. —Vim te ajudar a colocar alguma coisa nessa sua cabecinha. —Beijou o topo da minha cabeça, me fazendo sorrir.
— Boa sorte, por que eu já tentei de tudo e nada funcionou. —Murmurei frustada, observando o moreno achar um lugar para se sentar ao meu lado.
Ele jogou praticamente todos os meus livros no chão.
—Ah, verdade? Pois vou te mostrar o jeito infalível de aprender. —Abriu um sorriso animado. —Método Mioto.
—Método Mioto? Isso vai funcionar? —Eu queria rir, mas não queria acabar com a empolgação dele.
—Óbvio que vai funcionar! —Afirmou, tirando seus livros da mochila.
Por mais irônico que fosse, o sonho do Gustavo era fazer faculdade de pedagogia ou engenharia mecânica. Eu nunca dei espaço para ele desistir desse sonho, ao contrário, sempre incentivei e incentivo até hoje.
Gustavo sabe o quanto eu quero passar na faculdade de moda, por isso me ajuda tanto nas matérias que tenho dificuldade e eu me vejo na obrigação — obviamente — de apoiar ele em tudo. Uma mão lava a outra, certo?
Mesmo sabendo que por conta das minhas notas esse meu sonho de passar na faculdade, não realize.
Já estamos no último ano do ensino médio e eu fui inventar de tentar recuperar o tempo perdido só agora, e o arrependimento bate profundamente dentro do meu peito.
