III

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oii meus amores, como eu havia dito, essa shortfic realmente só tem três capítulos, mas eu fiquei muito feliz com o feedback de vcs, então eu decidi que vou postar um especial focado no yoongi, já que ele pareceu ter cativado vcs!! está tudo planejado, só falta escrever kkkkk

enfim, por enquanto, fiquem com o último capítulo oficial!! e desde já eu peço desculpas pelo sofrimento que vcs estão prestes a passar, de verdade mesmo, eu estou com muito medo, mas eu espero que vocês gostem.

Eu vejo sangue, muito sangue. Mas, pela primeira vez, não sinto vontade de provar. Minha visão está turva e sinto minha respiração falhar. As pulsações de dentro do meu peito parecem mais impulsivas do que nunca, mas eu não consigo mover nenhum músculo.

Isso não é real, isso não está acontecendo. É apenas uma alucinação, tem que ser.

Meu menino, meu adorável e inocente menino, dono do sorriso mais doce e inofensivo desse mundo, como alguém poderia ser capaz de te machucar? Como alguém tem a coragem de te fazer algum mal?

Acordo com um pulo na cama do hotel, suando frio, mas o som do chuveiro ligado acalenta o meu coração acelerado. Ele está bem, está comigo e sempre estará, foi apenas um sonho ruim e não mais uma lembrança traumática.

Gotas esparsas de chuva batem contra a janela, provocando um som estrondoso. O cartomante estava certo sobre a tempestade, isso me faz questionar sobre o que mais ele deve ter acertado.

Conte a ele.

Liberte ele.

O que será que ele quis dizer com aquilo?

Ouço o chuveiro ser desligado e Yoongi sair do banheiro com uma toalha amarrada na cintura. "Amor, liga a TV, por favor." Ele diz, virando-se até o armário para se trocar. Faço o que ele me pede, dando de cara com as notícias do dia.

Eu nunca gostei de assistir o jornal, visto que me faz enfrentar um mundo cheio de dor, violência e caos e proporciona uma sensação de impotência. As tragédias diárias refletem a ideia de que a felicidade eterna é ilusória e está fora do meu alcance, que a guerra entre os homens está longe de acabar e que o sofrimento que nasce com a maior parte das pessoas permanecerá com elas até a morte. Eu sei que, em algum lugar, existe alguém, talvez um menino, assim como eu era, sem muitas esperanças na vida, assistindo essas mesmas notícias, sentado no sofá da sala, esperando por uma promessa de um futuro melhor, de algo para acreditar e seguir fielmente. Mas tudo o que ele vê é sofrimento.

O mundo real impossibilita as crianças de sonharem, e os tornam adultos insatisfeitos, desmotivados e deprimidos. Eu sei disso porque foi o que aconteceu comigo, e com o meu pai, e com o pai dele, e provavelmente com um eterno fluxo de pais e mães de toda a minha linhagem. Vivemos presos em um sofrimento geracional constante. Eu não consigo perdoar o meu pai, mas eu o entendo, porque compartilhamos da mesma dor.

E um dia, se, por ventura, eu for capaz de fazer isso, talvez eu consiga amar um filho. Acho que eu poderia ser um bom pai e um bom marido. Eu reconheço os meus limites, mas jamais seria capaz de machucar aqueles que eu amo e conviver bem com isso. Pelo menos, é o que eu prefiro acreditar, mas confesso que às vezes tenho medo de descobrir quem eu realmente sou e até onde eu consigo chegar.

A próxima notícia me atinge como um soco. Uma foto do velho Min preenche a tela, depois uma foto de Yoongi e, por último, a minha.

Jung Hoseok

Procurado

Acusado de matar fazendeiro e seu filho

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Cidade dos Manes | Sope/YoonseokOnde histórias criam vida. Descubra agora