PRÓLOGO
briony brownDe pernas e braços cruzados, sentada na cadeira marrom de encosto almofadado e vermelho, Briony ouvia mais uma bronca na diretoria. Aquela era terceira vez no mês, e a segunda escola em um ano.
Briony sempre foi uma garota de gênio forte, considerada difícil de lidar. Mas estava ficando cada vez pior desde a morte do pai.
Naquele momento, a expressão da Brown era neutra. Seu olhar focado num ponto específico da sala — uma ampulheta, a qual ela assistiu grão por grão de areia cair — e nada do que o diretor falasse a fazia prestar atenção. Era como se a voz dele estivesse abafada.
— O que faremos com você, Briony? — ela finalmente pode escutar com nitidez. Sua íris deslizou da ampulheta para os olhos do Sr. Evans — Sabemos de seus problemas com a escola antiga, e que por tais questões foi matriculada aqui. Mas no momento não há outra alternativa a não ser te expulsar.
Em situações normais, alguns alunos chorariam e implorariam por outra opção. Mas Briony não se importava nem um pouco. Ela odiava a escola nova.
Sem respostas, o Sr. Evans tirou um papel da gaveta, assinou e entregou para a garota que olhou com desprezo.
— Entrarei em contato com sua mãe...
— Madrasta.
— Entrarei em contato com sua madrasta ainda hoje para que possamos conversar. Quanto a você — ele apontou. Briony semicerrou os olhos irritada — pode voltar para sua sala.
A morena se levantou e bateu a porta fortemente quando saiu.
— Terceira escola em um ano! — a madrasta da garota gritou com ela no carro de volta para casa — você tem noção disso?! Tem noção que não existem mais escolas em Salem que possam te aceitar, Briony?!
Samantha estava furiosa. Mas ficava com mais raiva quando Briony se fingia de sonsa, e não respondia.
— Então é isso? Você não vai dizer nada?
— E o que eu deveria dizer? O Sr. Evans já contou tudo.
— Impressionante. Dezessete anos e consegue ser mais imatura que seu irmão mais novo.
Briony queria ter respondido. Na verdade, ela queria ter gritado com ela, mas não pôde e resolveu manter a mesma expressão que esteve desde a ida à diretoria.
— Bom, acho que já imagina qual será seu destino — Sam ainda com as mãos no volante, e olhar fixo na estrada, disse.
O internato. Ela sabia que se fosse expulsa de mais uma escola, seria mandada imediatamente para um colégio interno que a ensinasse o que ninguém conseguiu.
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HALLOWEEN, nicholas chavez.
HorrorHALLOWEEN, nicholas chavez. Quando a noite do dia trinta e um de outubro, a mais esperada de Salem acontece, os estudantes de um colégio interno preparam a maior festa que o internato já teve. Eles só não contavam que a chegada de uma nova aluna...