Menina má

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  Lili

  Eu estava sentada, olhando para um canto qualquer, logo lágrimas começam a cair, eu definitivamente estava perdida. Eu sempre tinha alguém a meu lado que pudesse me proteger, mas agora estou sozinha, sem saber o que fazer, não tenho mais o ombro de minha mãe para chorar toda vez que me acontecer algo ou as risadas reconfortantes de Brianna até mesmo os sermões de Adelline.

  Não posso ficar aqui, sentada, pensando como, de qual forma brutal eles vão me matar, eu preciso fugir, por mais que não seja uma boa ideia, eu preciso, isso pode custar minha vida, mas se eu não tentar nunca vou saber, levanto do colchão e olho ao meu redor.

Merda não tem nenhuma janela? Toda vez que eles abrem a porta faz um barulho igual a de uma porta automática, e se eu jogar água? Mas aqui não tem água, ele me trouxe um copo de suco, perfeito, pego o copo de suco, não havia muito, mas creio ser o suficiente, jogo na fechadura que começa a pifar, sorrio vitoriosa.

— Ótimo !— a porta abre.

Olho um pouco, eu não sei se... ah já fiz a merda, agora eu termino, abro a porta devagar, olho para cima, saio do porão, na ponta dos pés, ando devagar, subo as escadas, chego ao topo, olho ao redor, vejo uma porta, provavelmente a saída, vou até ela é giro a maçaneta cuidadosamente, merda! Trancada, mas o que eu tinha na cabeça? Em imaginar que eles iriam deixar a porta aberta!!!

Tinha uma faca em cima da mesa, pego, tento abrir a fechadura, merda! Merda! Me viro, mas me deparo com ele, estava com uma máscara, era possível ver seu cabelo, era preto, mas por sua respiração ele não parecia muito feliz, logo me joga contra porta, minha costas doem, ele Poin a mão em meu pescoço.

— Se esqueceu das regras, Lili ? Eu mandei você não sair e nem fazer gracinhas. Não queria fazer isso, mas você não foi uma boa garota, e garotas más devem pagar — ele aperta sua mão em meu pescoço, me asfixiando.

Fico sem ar, tento o empurrar, mas era impossível, óbvio, ele tinha o dobro do meu tamanho o dobro da minha força ou o triplo, era possível ver divertimento em seus olhos.

— Por favor — digo baixinho chorando.

Ele continua, me debato mas aos poucos vou perdendo as forças, minha vista começa a ficar escura, o  mesmo me joga no chão com força e se abaixa.

— Você não me obedeceu mocinha, se tivesse, seria poupada disso — estico o braço um pouco, talvez o suficiente para puxar sua máscara — agora diga em voz alta,todas as regras! VAI!! — grita nervoso — da próxima vez eu não vou ter dó, ou melhor vou ter matar!!

  Puxo para cima, mas só é possível ver sua boca e nela tinha um sorriso, sádico, ele levanta e me puxa pelos cabelos até um quarto, me joga na cama e pega um cinto.

— Vai! Uma por uma — grita.

— Não grite... —digo chorando e tremendo, levo uma cintada — não suba — levo duas— não tente fugir — levo três — não fale com o Damon sem que ele fale primeiro — levo mais quatro.

— Quantos cintadas você levou?!!!

   Nego com a cabeça, levo mais uma.

— on-onze — gaguejo chorando e tremendo.

   Ele passa a mão pelo meu rosto, me afasto com dificuldade.

— Não precisa ter medo diabinha, isso foi apenas para seu bem, para você sempre se lembrar quem manda — me encolho, ele me cobre, sai do quarto e tranca a porta, acabo dormindo.

Mikael

  Onde vou colocar ela? Essa filha da puta, não posso deixar ela no meu quarto.

  Logo ouço um barulho de carro, provavelmente o de Damon, ouço uma batida forte, ele vem com tudo e abre a porta cheio de raiva.

— Porra! Aquela piranha me tirou do sério, tô com uma puta vontade de voltar lá e a estripar, rasgar sua garganta, arrancar seus pulsos e sua língua!!!

— Calma, o que foi que ela fez? — pergunto o olhando.

— Nasceu — ele me olha.

— Hum?

— Ela ficou toda estressadinha por que comi a garçonete, foi correndo pra minha mãe, aí veio falar um monte de merda pra mim, aquela vozinha insuportável, ficou falando, como você pode me trair, e bla bla bla — ele me analisa — saiu hoje?

— Não, por que?

— Seu rosto tá arranhado — sorri

— Ah... foi ela

— Nos primeiros dias já tá comendo a garota— da risada

— Não!! Nojento, ela quase fugiu, deve ter sido nesse momento, quando ela levantou minha máscara.

— COMO!? Ela fugiu!!?

— Eu falei quase, mas já recebeu a lição — mas quero saber onde a colocaremos ?

— Deu tapinhas na cara dela? — ri sarcástico.

O olho sério, ele revira os olhos, levanta e pega uma garrafa de vinho e dois copos.

— Podemos levá-la para meu apartamento — sugere e se senta.

— Ah sim, porque não? Né? Levá-la para civilização, onde pode fugir, gritar, e ficar sozinha com você — digo irônico.

— Não confia no seu melhor amigo?

— No meu melhor amigo sim, mas no assassino sedento que tem dentro dele, nem um pouco — pego um copo e me sirvo.

— Estou ofendido — diz e da risada.

— Vai se fuder — bebo um gole.

— Mas, falando sério, o que vamos fazer com ela? Onde ela tá?

— No meu quarto por enquanto

— Ela pode fugir Mikael

— Nas condições em que se encontra? Acho difícil

— Quebrou às pernas dela?

— Não! Sou louco mais nem tanto

— Uhum

— O que foi? Acha que sou você?

— Não falei nada

Bebo mais, ele se serve.

— Tá virando alcoólatra — diz Damon

— Mais que você impossível

Ficamos bebendo e conversando, depois de um tempo começo a ficar zonzo, afasto o copo.

— Por hoje já deu né? — Ele afasta o copo também — se você beber demais começa a querer matar qualquer coisa que se mova — dou risada — lembro da vez que você cismou com a mosca, você não conseguia matar ela — dou mais risada, ele fica bravo — começou a xingar a mosca, tentou atirar nela, parecia um Otario

— Vai se ferrar !! — me mostra o dedo do meio

— Calma princesa — digo, ele tenta jogar uma faca em mim mas desvio — tá bravinha?

— E a sua mãe? Sabe, eu sempre achei ela uma grande gostosa, com aquela bunda, aqueles seios — eu sei que é pirraça, mas isso mexeu comigo.

— Cala boca, seu merda

Levanto da mesa, vou em direção a sala.

— Vai dormir aqui? — ele pergunta.

— Vou, Você que não vai.

— Mais uma vez com essa desconfiança

Reviro os olhos e me sento, ele pega as chaves e a carteira.

— Tchau — ele vai embora.

Depois de um tempo, decido subir para o meu quarto, entro, tranco a porta e me deito, olho para ela, estava encolhida, parecendo um coelhinho assustado. Fecho os olhos e adormeço.

....

Acordo com o barulho da chuva, devia ser de madrugada, umas 03:00, olho para o lado e a vejo aninhada em meu peito, estava toda machucada, eu não queria ter feito isso, mas foi necessário, tiro seu cabelo do rosto, amanhã passo uma pomada, nos cortes, me cubro e a abraço com cuidado. Durmo.



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