O som do Rádio amador encheu ambos de esperança. D'Agata sorriu, um sorriso tímido, trêmulo, mas que transmitia uma faísca de esperança em seus olhos. Thomas, sem hesitar, pegou o aparelho que estava ligado à viatura.
- Aqui é PMD13 na escuta? Sou o oficial detetive Thomas na área de investigação. Diga-me qual é a situação! Câmbio!
O aparelho ruiu com fragmentos de ondas que captava, fazendo a situação mais estranha ainda. Aos poucos, palavras começaram a ser nítidas, embora desconexas, carregadas de uma estática assustadora.
- Aqui é PMD13 na escuta? Câmbio! - insistiu Thomas, a impaciência começando a crescer em sua voz.
"Lógico!"
- PMD13, qual é a localização de vocês?
O garoto, que tudo observava com uma tranquilidade assustadora, tentou desligar o aparelho. Thomas reagiu com irritação.
- Isso não é brinquedo para criança, moleque. - As palavras ásperas não atingiram o garoto, que parecia indiferente. Thomas, no entanto, sentiu um gosto ruim ao se lembrar das palavras que deixaram escapar, mostrando sua verdadeira natureza hostil contra crianças.
"Espere ai, eu vou ai!"
As palavras reproduzidas no rádio eram cheias de malícia e hostilidade, uma voz distorcida e ameaçadora. Dada a situação, Thomas ignorou e tentou responder à outra parte. D'Agata, que antes sentia alegria com a possibilidade de reforços, sentiu um desconforto gelado assim que a voz começou a ser transmitida.
- Aqui é PMD13, qual é a sua localidade? Me responda, câmbio?!
"Vai morre, tudo."
"Corre!" - A última frase não veio do rádio, mas era um grito distante, um som frio e ameaçador que parecia ecoar do próprio inferno. No calor do momento, foi despercebido pelo eufórico investigador, mas o garoto começou a ter sinais de impaciência, diferente de sua personalidade tranquila. Ele começou a se rebater contra o painel, dizendo que queria fazer suas necessidades básicas, sua voz infantil agora carregada de uma urgência estranha.
Logo após, Thomas cedeu seu lugar. O garoto caminhou para fora como se tivesse pressa, olhou para D'Agata que tomou o controle do rádio. Sua tentativa de comunicação foi interrompida pela insistência do garoto.
"Decidir matar"
As palavras foram firmes, deixando os dois investigadores com arrepio. O garoto a puxou, o desconforto era tão intenso que parecia que ele iria arrancar seu braço. D'Agata cedeu, sem conseguir se defender, a força do garoto era sobre-humana. Assim que saiu do carro, uma galha grande de uma árvore próxima atingiu o carro diretamente do banco do motorista.
A galha era grossa e escura, como se tivesse sido arrancada de um monstro ancestral. Ela atravessou o carro como uma faca quente na manteiga.
O garoto estava próximo à mulher, enquanto ambos observava o carro danificado o rádio amador continuou funcionando deixando todos abismado.
"Vocês, então com medo?"
Thomas estava em silêncio quando pegou um cartucho do cinto, sem dizer nada se dirigia até o hospital quando o radio amador falou novamente em meios ao xiado.
"Venha mais." A voz que era transmitido no rádio amador parecia brincar com com todos ali, enquanto algo estava a espreita.
- Ei, o que você vai fazer? - Ela perguntou.
Sendo ignorada, a medida que chegava perto do prédio o garoto com sua calça jeans e blusa de frio branca com emblema de uma cruz vermelha com um capuz ficou parado em sua frente.
- Se afasta. - Ordenou o garoto, embora sua voz fosse calma carregava uma monótona sem alto e baixo, e dava a sensação para quem ouvisse uma pessoa sem vida.
Todo mundo estava muito tensos, parecia que aquele lugar queria extrair até a última essência da alma. Um sorriso de escárnio mudou o rosto do homem, que segurou o garoto pela gola pegando D'Agata desprevenida.
- Thomas o que você está fazendo? - Questionou indignada com a atitude do seu colega.
- Eu me segurei até demais, escute D'Agata... - Ele iria se justificar quando a mulher o interrompeu.
- Ele e só uma criança.
- Será mesmo?
- O que quer dizer com isso?
- Quero dizer que ele nem humano e.
O garoto o olhava com uma serenidade assustadora como se já esperava por aquilo, seus olhos verdes era profundo, sua pele morena lisa como percego sem nenhuma mancha do sol, acne ou marca de nascimento. a atitude do garoto o impulsionou a joga-lo para o chão e antes que sua colega pudesse reagir ele sacou a arma e apontou para o garoto.
- Desde quando matar alguém se tornou opção, você e um policial deve cuidar de civis, então abaixa essa arma. instruiu sua amiga tentando ter o controle da situação, enquanto procurava algum ferimento no garoto. diferente da vítima, a polícial ficou atordoada por um momento, observou que seu rosto estava ligeiramente vermelho nessa hora.
Esta foi a primeira vez que o tinha visto naquele estado, então ficou inevitavelmente desconfortável.
- Você está ferido querido, não está com medo não e? ele só está nervoso. - Tentou justificar ao garoto que não demostrava reação alguma.
O garoto o encarava suspirou.
- Não e como se quisesse estar aqui. - Sussurrou o garoto olhando de canto demonstrando seu descontentamento.
Mesmo com a voz baixa quase audível thomas conseguiu ouvir.
Nervoso? Thomas não estava além nervoso como era refém do medo e confuso diante da situação.
Ele caminhou até ela e pegou-a pelo braço com força a fazendo se solta do garoto.
- Ei o que está Fazendo me solta. - Ordenou-a indignada. Embora havia medo nos olhos do homem.
- No prédio, ele estava lá, ao seu lado. - gritou sem se importar se atrairia alguma criatura que provavelmente se espreitava.
D'Agata apenas ficou paralisada em estado sem entender nada.
- Senhor, o que você está dizendo é realmente inacreditável. - Respondeu o garoto sério com um tom firme.
- O senhor policial me parece cansado está bem? - perguntou-o, e como se fosse induzido um cansaço e uma sonolência tomou conta fazendo perde completamente a consciência.
D'Agata ficou perplexa enquanto o garoto sem dizer nada caminhou cada vez mais para a escuridão deixando os dois ali na rua em frente ao hospital abadonado.
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Colapso das Sombras
ActionD'Agata é uma detetive criminal competente. Sua vida monótona e despreocupada muda quando um garoto sem registro, envolto em um mistério, surge, ao mesmo tempo em que um evento estranho começa a assolar a cidade. Aos poucos, ela fica encoberta por u...