1 - O Brilho da Escuridão

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A presença de Jimin era como um raio de luz em meio à escuridão que consumia Jungkook; por um breve instante, ele se sentia quase humano, mas sabia que, no fundo, era apenas uma máscara para o monstro que habitava dentro dele.

O sol mal havia nascido, seus raios mornos atravessavam as janelas altas do hospital psiquiátrico, mas o ambiente dentro das paredes frias era estático. Naquele cubículo branco, o ar parecia pesado com o cheiro de remédios e metal. Jeon Jungkook sentia o peso de mais uma dose de sedativos em seu sistema, o gosto metálico persistia em sua boca enquanto sua mente, mesmo nublada, continuava afiada como uma lâmina.

Os remédios eram diários. Uma tentativa fútil dos médicos para conter o monstro dentro dele. Eles achavam que poderiam domá-lo com substâncias químicas, mas Jungkook sabia melhor. Ele não era como os outros presos naquela instituição; sua violência, sua raiva, era algo mais profundo, mais primal. Ele nasceu com isso, cresceu com isso. Os outros pacientes eram apenas fragmentos quebrados de humanidade — ele, por outro lado, era a escuridão personificada.

Enquanto olhava para suas mãos presas na camisa de força, ele riu baixinho. Não era o tipo de riso que trazia alegria, mas um som vazio, feito de sarcasmo e desespero. Aquela jaula de tecido não o assustava mais. Ele sabia que sua verdadeira prisão não era física. Os seguranças insultavam, provocavam, e Jungkook retribuía à altura com mordidas e socos quando podia. Estava tão acostumado com o conflito que já nem se lembrava como havia parado ali. Seus crimes, seus assassinatos, foram tão meticulosamente brutalizados que ele sequer se importava com as consequências. Os policiais queriam vê-lo morto — mas ele sempre foi mais rápido, mais cruel.

"Eu sou pior que todos aqui dentro," pensava, com um orgulho distorcido.

Jungkook suspirou. A manhã era sempre a parte mais tediosa. Tudo seguia um ciclo: remédios, insultos, mais remédios, uma constante repetição de uma vida sem sentido. Mas hoje seria diferente. Hoje, Jimin viria. Park Jimin, o único que fazia sua mente turva clarear por um breve momento. Ele era como uma faísca no meio do caos, alguém que parecia vê-lo além da máscara de violência.

"Ele está atrasado," pensou Jungkook, seus dedos ansiosos apertando os braços da cadeira onde estava jogado de qualquer jeito, preso pela camisa de força.

Na sua mente, ele cantarolava baixinho, uma melodia solitária que o acalmava quando o caos interno ameaçava transbordar. O silêncio pesado foi interrompido pelo som de passos no corredor, e um sorriso imediato se formou em seus lábios. Ele sabia quem era antes mesmo de ver o rosto pela pequena janela da porta.

Jungkook ergueu o olhar para a janelinha, e ali estava ele, Park Jimin, com sua presença sempre impecável, um contraste absoluto com o caos em volta de Jungkook. O sorriso que se alargava no rosto do assassino psicótico era algo entre diversão e um prazer sombrio.

Entre o Caos e a Paixão - JJK & PJMOnde histórias criam vida. Descubra agora