I - Welcome to the Mansion

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O entardecer se aproximava, e uma chuva fina começava a cair, criando um som hipnótico contra as janelas de estilo gótico da imponente mansão. O local, erguido em meio a uma floresta densa, exibia uma arquitetura antiquada, mas ao mesmo tempo elegante e histórica. Torres altas se erguiam contra o céu cinzento, enquanto sombras dançavam nas paredes de pedra, dando vida à atmosfera enigmática.

Harry estava sentado em um sofá acolchoado, de um tom carmim que parecia quase opressor. O escritório onde aguardava estava adornado com móveis pesados de madeira escura, e uma grande mesa de madeira maciça dominava o ambiente. Os detalhes da decoração poluíam um pouco o ambiente, elementos provavelmente de séculos passados. O som de dedos firmes e longos batendo suavemente na mesa ecoava como um lembrete constante do homem que ocupava a cadeira à sua frente.

Ele parecia um rei em seu trono com um terno sob medida que destacava cada linha de seu corpo. Os olhos azuis frios do homem observavam o candidato com um ar de tédio e soberania, como se pudessem ler sua alma. A barba por fazer realçava seus traços angulares, e a expressão em seu rosto era uma mistura de desdém e curiosidade.

Harry, em contraste, era um jovem de cabelos longos e ondulados que caíam em ondas suaves sobre seus ombros. Ele vestia uma camisa simples, de um tom creme, e jeans desgastados. Seus olhos verdes, arregalados em certo pânico, se fixavam no homem à sua frente, enquanto um leve tremor percorria seu corpo. Era uma beleza despretensiosa, mas que exalava uma fragilidade palpável.

O dono da mansão, cuja presença era quase opressiva, podia sentir o cheiro do medo vindo do rapaz. Isso, sem dúvidas, trazia um leve aguar em sua boca rosada a qual contrastava com a sua pele pálida. O silêncio no ar era carregado e contrangedor, e Harry limpou a garganta levemente, tentando reunir coragem. Ele se perguntava quanto tempo mais o estranhão levaria para começar a entrevista de emprego.

Desviando seu olhar penetrante para a porta, o homem finalmente ordenou, com uma voz que ressoava como um eco, um pouco mais aguda do que a expectativa de Harry:

— Pode sair, Jeffry.

O mordomo, um senhor de idade avançada, inclinou a cabeça e saiu. O silêncio continuou a reinar, e o mais novo sentiu que seu coração batia em um ritmo acelerado.

— Contratado. — Louis Tomlinson disse, mas havia um resquício de sarcasmo quase imperceptível em sua voz. — Você começa amanhã.

O jovem ficou paralisado por um momento, os olhos arregalados em uma expressão de puro espanto. Sua boca se abriu levemente, sem saber se deveria sorrir ou se sentir ainda mais apreensivo.

— Sério? — ele gaguejou, sua voz trêmula quase um sussurro.

Ele passou a mão pelos cabelos longos, um gesto nervoso que denunciava sua confusão.

— Mas o senhor não me fez nenhuma pergunta, — continuou, tentando organizar os pensamentos, enquanto um leve rubor subia às suas bochechas.

— Você está ciente de que essa vaga está aberta há tempos, não é? — Louis começou, os olhos azuis cintilando com uma malícia quase palpável. — Você foi o único candidato.

O mais velho, inclinou-se sobre a mesa, pegando o currículo amassado de um pequeno cestinho de lixo. Harry sentiu a pressão subir em seu rosto, uma combinação de constrangimento e raiva pulsando em suas veias. Ele piscou rapidamente, tentando manter a compostura enquanto observava sentido-se um pouco humilhado.

— Olha só... — Louis começou, folheando o currículo como se fosse algo trivial. — Aqui diz que você sabe cuidar de plantas e, ah, também bordar? — Ele ergueu uma sobrancelha, o sorriso malicioso brincando em seus lábios. — Isso é realmente... necessário para a vaga de empregado?

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