A vida agora se baseia em mortes, vivos-mortos, perdas, solidão, e a bosta da sobrevivência.
Ao passar do tempo você perde a noção da sua idade, do que há havendo lá fora, do tempo, perde até às emoções, se acumulando em traumas e dores do passado, nem todos, mas infelizmente eu fui a escolhida pra carregar esse peso.
- Madelyn, você quer ir lá fora com os garotos pra caçar remédios ?- ouço uma voz calma atrás de mim.
Com um ato calmo eu me viro encontrando aqueles olhos que transmitem calma, seu rosto é coberto por empatia, eu sei o que ela está tentando fazer, as vezes acho que sou muito cruel, então me mantenho calado e concordo com a cabeça.
- Esteja em meia hora lá fora.- Ela me dá um sorriso e sai.
Às vezes acho que a vida é um vulto, um dia você está com 16 anos cuidando dos seus irmãos pra sua mãe trabalhar e no outro o fim do mundo acontece, coisas começam a se alimentar de Seres humanos, o celebro para, a mordida é letal, como se o celebro se reiniciasse, e a única coisa que importa é o " alimento" pra esses mortos-vivos.
Pego minha calça jeans meio larga, mas dá pra mim correr caso zumbis viessem atrás, não que eu me importe em correr...
Coloco minha jaqueta na mochila e desço as escadas, saindo da casa, encontrando o pessoal me esperando.
Os olhares foram direcionados pra mim, e pra meus braços, estou com uma regata preta, acho que não foi o ideal pra vim.
- Por que temos que levá-la ? Vai que ela tenta se matar mãe ?- Aiden fala se virando pra Deanna.
Aiden Monroe, poderia dizer que não gosto dele, mas estaria mentindo, na verdade ele é tão insensível e arrogante, mas mesmo assim não consegue me fazer sentir nem pena por ele.
Durante um grande tempo tive muito raiva dele, a propósito foi ele que matou duas pessoas do meu grupo, esse corvarde, mas depois percebi que gente igual ele se dá mal sozinho.
E só o respeito, pela Deanna e pelos meus princípios, se não eu mesma o mataria.
Por mais que eu achei que seu tom não fosse ofensivo, achei que ele tinha um pouco de maldade na fala.
- Seu irmão foi com os outros vigiarem o grupo da estrada pra trazerem-os pra cá, e você não fale assim sobre ela. - seu tom era duro e arrogante.
Aidan se virou pra mim com um olhar meio culpado, e Deanna me deu um sorriso aconchegante, chegando perto o suficiente pra alisar minhas costas de modo carinhoso.
- Se ela voltar com um arranhão, eu não vou perdoar. - se direciona ao Aidan que revira os olhos.
Xxx- Então vamos logo. - fala com um tom de cansaço.
Nem sei quem é esse...
Nós saímos da Alexandria, com passos pequenos, me aproximo da caminhonete e subir a trás, não iria ficar com esses caras lá na frente ouvindo eles falarem babaquices.
Eles não disseram nada, ligaram a caminhonete e partimos dali.
Falando sério, se eu me arremessar daqui, será que eu morreria? Acho que não, supostamente a queda só vai servir pra ralar meu braço, infelizmente.
[...]
- Pra que isso?- me assusto virando pra trás.
Olho pra minha mão vendo o pacote de absorvente, pelo amor de Deus eu não precisava passar por esse assunto constrangedor.
Seu olhar é de interrogação, será que ele sabe o que é isso?
- Quer que todas as mulheres sujas de sangue ?- arqueio minha sobrancelha
Ele me olha assustado.
- Que foi? Perdeu algo em mim?- falo com grosseria.
- Já não fala nada, ai quando fala é com grosseria.- seu amigo fala atrás de nós.
Olho pra ele e decido ignorar sua existência.
Pego os restos dos usos pessoais femininos e coloco na mochila, saindo da farmácia logo em seguida.
- Ela é muito estranha.- escuto alguém falar.
- Não fala assim dela! - a voz de Aidan se faz presente.
Depois de minutos ele sai, me olha e se encosta no carro, ele fica me encarando durante muito tempo, até que fala algo.
- Porquê me odeia?- sua voz sai baixa, mas não desvia seu olhar do meu.
Poderia dizer que não odiava ele, mas não consegui.
- Minha família...- a única coisa que eu falo é isso.
- Foi um acidente, não dava pra voltar atrás. - ele se justifica me olhando atentamente.
O silêncio constrangedor é presente entre nós, eu não me incomodo com as faltas de palavras, mas tá na cara que Aidan se importa, seu olhar se desvia do meu parecendo aflito.
- Eu sei que eram do seu grupo, mas já fazem três meses, aconteceu, não importa mais.
Na tentativa de se justificar ele percebe o erro e me olha culpado.
- Olha... Eu sei que você não vai com a minha cara, e nem eu com a sua, mas mamãe acha que devemos tentar nos unir, querendo ou não você ainda é uma Monroe, certo ? Então pelo menos tenta pela minha mãe ... Nossa mãe. - as palavras, sai com dificuldade da sua garganta.
Monroe... Sobrenome que não carregava nenhum peso comparado ao meu antigo.
Meu olhar se encontra com o dele novamente, poderia jurar que ele era só um menino assustado, mas ainda sim babaca.
Ele não obteve resposta e parece se contentar com isso.
Seu amigo saiu de lá de dentro e logo partimos pra casa .
Ao abrirem o portão encontrando pessoas novas, devem ser do grupo da estrada.
Deanna olhou pra nós e veio em nossa direção, fazendo as pessoas olharem pra nós, eu tava escondida atrás de Aidan tentando escapar dessa situação mas não deu muito certo, já que arredou assim que Deanna perguntou sobre mim.
Esse cara serve pra nada mesmo.
Ela me olha e sorri, me avaliando, procurando algo.
- Tudo bem ?- se aproximou acariciando minha cabeça.
Eu concordei com a cabeça. Logo saio de perto, as pessoas novas me olham, mas meu olhar fixa em um cara com a besta, que não desvia o olhar,um olhar sério, parece aqueles caras de filmes americanos que são valentões, desvio o olhar e vou em direção a minha casa, escutando vozes.
- Quem é ela ? - uma voz feminina pergunta.
- Minha filha, fiquem longe dela, por favor.
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The Cure - Daryl Dixon
Ngẫu nhiênᴍᴀᴅᴇʟʏɴ ᴍɪʟʟᴇʀ ᴀᴘᴏ́ꜱ ᴏ ᴀᴘᴏᴄᴀʟɪᴘꜱᴇ ᴢᴜᴍʙɪ ᴘᴀꜱꜱᴏᴜ ᴀ ᴛᴇʀ ǫᴜᴇ ʟɪᴅᴀʀ ᴄᴏᴍ ᴏ ɴᴏᴠᴏ ᴍᴜɴᴅᴏ, ᴇ ᴄᴏᴍ ᴘᴇʀᴅᴀꜱ... ᴍᴀꜱ ɴᴜɴᴄᴀ ᴘᴀꜱꜱᴏᴜ ᴘᴇʟᴀ ᴄᴀʙᴇᴄ̧ᴀ ǫᴜᴇ ᴏ ᴍᴜɴᴅᴏ ᴄᴏʟᴏᴄᴀʀɪᴀ ᴜᴍ ɴᴏᴠᴏ ɢʀᴜᴘᴏ ɴᴏ ꜱᴇᴜ ᴄᴀᴍɪɴʜᴏ, ᴍᴀꜱ ꜱᴇʀᴀ́ ǫᴜᴇ ᴇʟᴀ ᴠᴀɪ ꜱᴇ ᴀᴄᴏꜱᴛᴜᴍᴀʀ ᴄᴏᴍ ᴀ ꜱᴇɴꜱᴀᴄ̧ᴀ̃ᴏ ᴅᴇ ᴜᴍᴀ ɴᴏᴠᴀ ꜰᴀᴍɪ́ʟ...