ꜥꜤ 𝗽𝗿𝗼́𝗹𝗼𝗴𝗼 : Adeus Sangrento.

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A luz da lua mal iluminava a vasta mata ao redor, mas Anne reconhecia aquele lugar, tendo estado ali incontáveis vezes

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A luz da lua mal iluminava a vasta mata ao redor, mas Anne reconhecia aquele lugar, tendo estado ali incontáveis vezes. A grama baixa fazia tudo parecer uma extensão escura e gelada da floresta, e ela não fazia ideia de como havia chegado ali. A sensação de perigo pulsava em seu peito, acelerando sua respiração a cada passo vacilante. A lua, alta e solitária, parecia desvanecer-se sob o peso da escuridão ao seu redor.

Mas a escuridão em si não era o que lhe causava calafrios; tampouco o frio penetrante ou o silêncio ameaçador. O verdadeiro medo vinha do conhecimento do que estava para acontecer. Era sempre o mesmo. Anne estava presa em um loop infinito, um pesadelo que se repetia sem fim, forçando-a a reviver cada detalhe.

Sabia que estava sendo perseguida, e essa presença invisível deixava-a vulnerável, exposta, ainda que escondida atrás de um tronco grosso. Parecia estar sozinha, mas conhecia bem o final daquela história. Ele sempre aparecia. E, como de costume, o desfecho seria sangrento.

Aquela certeza de ser caçada a fazia estremecer. Seus olhos buscavam algum ponto de luz, qualquer indício de esperança, mas o breu era absoluto. Ela só queria escapar, encontrar algum refúgio, fugir de seu destino, ainda que soubesse que isso era inútil.

Então, o assobio chegou, cortando o silêncio como um espinho na carne. Era um som que arrepiava cada fibra do seu ser e fazia seu coração acelerar violentamente. Suas pernas doíam, ainda que nem houvesse começado a correr, enquanto um gosto amargo se espalhava por sua boca. E era agora que tudo sempre começava: sua desesperada, porém inútil, tentativa de fuga.

Quando o assobio soou novamente, ela inspirou profundamente, agarrando-se ao tronco antes de se lançar em disparada. O vento jogava seus cabelos para trás, e o barulho das folhas sob seus pés descalços parecia tão alto quanto um grito, mas Anne já estava acostumada. Não olhou para trás; sabia que ele estaria lá. E, de alguma forma, ainda alimentava uma esperança vaga de que poderia sair viva.

Então, subitamente, parou. Parou de correr e ficou imóvel, ofegante, ao ver algo que nunca antes havia vislumbrado. Uma luz, tênue, quase espectral, mas ali. A tão ansiada luz que ela mal ousava acreditar existir.

Olhou para trás, esperando encontrar seu perseguidor, aquele ser que não tinha rosto, mas cujos olhos ela sabia estarem cheios de uma ira sem fim. Porém, ele não estava lá. Sentiu um alívio momentâneo, pensando que talvez, apenas desta vez, tivesse conseguido despistá-lo.

Anne recuou, ainda com medo, mas a esperança renascia. Ela virou-se novamente e correu em direção à luz.

Foi então que ele surgiu, como uma sombra saída das trevas, atravessando o caminho dela. Antes que pudesse reagir, ele a puxou pela cintura, forçando-a contra o tronco áspero de uma árvore. O toque dele era frio e desumano, e Anne sentiu o ar escapar de seus pulmões. Ele não era um homem. Não era uma criatura viva.

- Você sabe que eu sempre te encontro. - A voz dele era baixa, quase gentil, mas completamente desprovida de compaixão. Os dedos gelados deslizaram pelo rosto dela, um toque que só trazia terror.

Foi então que uma segunda figura emergiu das sombras. A mulher de cabelos escuros e olhar severo que sempre aparecia neste exato momento. Um olhar satânico, que resplandecia com a mesma cor vermelha dos olhos do perseguidor. Era ela que sempre ordenava o fim de Anne.

- Mate-a - ordenou, sem hesitação, sem piedade.

O desespero se acendeu nos olhos castanhos de Anne enquanto ela olhava para ele, silenciosamente implorando por misericórdia. Mas seu olhar era um abismo vazio, tão sem vida quanto as profundezas da noite ao redor. As íris vermelhas, intensas e mortas, refletiam apenas obediência cega.

Ela sabia, então, que ele já estava morto.

- Mate-a! - insistiu a mulher, aproximando-se dele. Sua mão pousou no ombro do loiro, um gesto doce e manipulador. Seus lábios sussurraram algo que Anne não conseguia ouvir, mas a intenção era clara. - Vamos, querido... Faça isso, por mim... Por nós.

A mão dele subiu, envolvendo o pescoço de Anne com um aperto que a fez grunhir de dor. Seus dedos tentaram se agarrar ao braço dele, mas não havia força capaz de contê-lo. Os olhos dela se encheram de lágrimas, e por um momento, o medo e a dor se dissiparam, substituídos por uma estranha sensação de entorpecimento.

Ele se inclinou, e ela sentiu o frio de seus lábios se aproximarem de seu pescoço. Quando ele a mordeu, um último pensamento cruzou sua mente: a culpa. Nos olhos dele, ela viu um brilho breve, uma pontada de remorso.

- Perdoe-me, Liese. - sussurrou ele, um último pedido de perdão antes de finalizar o que havia sido ordenado.

E, sem mais uma palavra, ele arrancou sua cabeça.

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⏰ Última atualização: Oct 29 ⏰

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𝗧𝗢𝗥𝗠𝗘𝗡𝗧𝗔𝗗 𝗦𝗢𝗨𝗟 ❛ jasper hale ! Onde histórias criam vida. Descubra agora