Destinos Cruzados - VOL. II

Capítulo 7: Escapadas e Suspeitas

As semanas seguintes foram intensas para SN e Jungkook. O reencontro inesperado parecia ter reacendido em Jungkook uma chama que ele não conseguia controlar, e qualquer desculpa era suficiente para vê-la. A princípio, SN relutava, preocupada com as consequências, mas cada mensagem que recebia, cada convite para um encontro escondido fazia seu coração acelerar e seu senso de razão desaparecer.

Logo na primeira semana, ele começou a esperá-la no estacionamento da empresa ao final do expediente. Em uma noite chuvosa, SN estava prestes a ir embora quando sentiu o celular vibrar:

"Estou no estacionamento, me encontra?"

O coração dela disparou. Ela olhou ao redor, certificando-se de que ninguém a veria. Quando finalmente chegou ao estacionamento, lá estava ele, encostado em sua moto, com o rosto iluminado por um sorriso travesso.

— Você é louco de aparecer aqui, sabia? — SN sussurrou, olhando nervosa para os lados.

— Louco por você, talvez. — Jungkook deu de ombros, olhando para ela com um brilho nos olhos. — Só quis te ver. Está ocupada demais para me dar alguns minutos?

SN balançou a cabeça, suspirando.

— E se alguém nos vir? E a Soo-Jin?

— Ninguém vai nos ver. — Ele a encarou, estendendo a mão. — Confia em mim.

Ela hesitou, mas segurou sua mão e, em segundos, subiu na moto, agarrando-se a ele. Em meio à chuva que começava a cair, eles partiram pelas ruas iluminadas da cidade. Jungkook a levou a um café escondido, que ele sabia que estaria quase vazio àquela hora.

— Vai me dizer agora qual é essa obsessão por me sequestrar em horários aleatórios? — SN brincou enquanto se acomodava em uma das mesas próximas à janela.

Jungkook riu.

— Não é sequestro se você vem por vontade própria. — Ele disse, piscando para ela. — E por que obsessão? Talvez seja saudade.

— Saudade? — SN repetiu, levemente surpresa.

— Sim, saudade, SN. — Jungkook fitou-a por alguns segundos em silêncio. — Por que você acha que eu ainda estou aqui?

As palavras deixaram SN sem fala, o que não passava despercebido por ele, que sorria com um misto de confiança e ternura. Ela desviou o olhar, tentando processar aquela confissão inesperada.

Os encontros não pararam por aí. Jungkook passava de surpresa para buscá-la na hora do almoço, insistindo para que ela saísse, mesmo que por poucos minutos. Algumas vezes ele chegava sem avisar, mas com um simples convite:

— Vamos, SN, só um pouco de ar fresco. A cidade tem tanto para te mostrar.

Em uma dessas escapadas, enquanto caminhavam por um parque, ele puxou uma flor de uma árvore e entregou a ela.

— Lembra que você costumava fazer isso? Pegava flores e dizia que serviam de amuleto para dias melhores.

Ela riu, nostálgica, aceitando a flor.

— Achei que você nem lembrava dessas coisas.

— Como eu poderia esquecer? — Ele respondeu, olhando-a com uma intensidade que a fez desviar o olhar, o coração batendo acelerado.

Essas escapadas, porém, não passaram despercebidas para Soo-Jin, que começou a notar a frequência dos sumiços de Jungkook e as desculpas repentinas que ele usava para sair. Em uma tarde, enquanto Jungkook aguardava SN em um dos corredores da empresa, Soo-Jin passou por ali por acaso e viu os dois conversando. Ela parou à distância, observando.