Labirinto Infernal

Capítulo 1 - Expansão

      A primeira coisa que ele sentiu foi o calor. Era como se o ar ao seu redor estivesse pesado, pulsante, denso o suficiente para sufocar. Abriu os olhos e viu-se cercado por paredes de pedra escura e úmida, sem nenhuma saída à vista, apenas um corredor estreito que se estendia à sua frente. Ele não sabia como tinha chegado ali. Tentou lembrar-se do último momento antes de adormecer, mas sua memória parecia embaçada, dissolvendo-se como fumaça entre seus dedos.

O corredor se estendia adiante, apertado e sinuoso, e ele teve a sensação de que, ao virar cada esquina, seria esmagado entre as paredes. O calor aumentava, transformando o ar em algo denso e abrasivo. O suor escorria por sua testa, misturando-se à respiração pesada que ele lutava para controlar.

De repente, o silêncio foi quebrado. Ouviu um som agudo, metálico, vindo de algum lugar atrás de si. Era um som arranhado, quase como se alguém estivesse raspando metal contra pedra. Ele parou, tentando identificar a origem, mas o som ecoava nas paredes, tornando impossível determinar a distância. Um calafrio subiu por sua espinha, apesar do calor sufocante, e ele teve a certeza de que havia algo o seguindo.

Ele começou a correr, cada passo ressoando contra as paredes estreitas. Com cada curva que fazia, o labirinto parecia se estreitar, como se o próprio lugar estivesse se fechando sobre ele. O chão começou a aquecer, queimando a sola dos pés. E o ar... a cada respiração, ele parecia engolir fogo.

Tentando desesperadamente escapar do calor e do som que o perseguia, ele virou mais uma esquina. Foi quando notou algo gravado na parede: uma marca indistinta, como uma mão queimando na pedra, e teve uma visão fugaz do que aquilo significava. Viu chamas, rostos retorcidos em dor, e percebeu que aquele labirinto era muito mais do que um sonho.

Então, ele ouviu. Vozes surgiam do calor, sussurrando seu nome, revelando pecados que ele nunca havia admitido a ninguém. As vozes tornavam-se um coro, ecoando ao seu redor, segredos sombrios que ele tentava esquecer. Paralisado pelo terror, ele sentiu o chão sob seus pés começar a ceder, como se estivesse prestes a cair para sempre.

Continua...