"Sinto muito, mas não tenho absolutamente nada contra o Sr. Stabler, então peço que não entre em contato comigo novamente."
Risquei mais um nome da lista sentindo todo o peso do fracasso nas minhas costas. Não havia mais onde procurar. Já eram cinco e-mails como aquele, todos quase com as mesmas palavras, dava até para pensar que foi um template geral feito especialmente para mim. O que eu não duvido que poderia ser. E eu já tinha perdido dois dias. Precisava admitir, ele sabia se esconder.
Ninguém mais aceitava falar comigo, e se eu fosse até lá dar uma de repórter investigativa sem noção ainda corria o risco de ser presa. Era tudo o que ele queria, mas a minha abordagem passiva já não estava dando certo.
Olhei o enorme calendário que eu arranjei vendo que ainda faltava muito para o dia do julgamento e que de algum jeito bem traiçoeiro, o tempo estava passando rápido. Ficar em casa também não estava ajudando.
Tinha que haver alguma coisa que eu não estava enxergando porque simplesmente aceitar que aquele homem monstruoso conseguia ser mais esperto que eu para se safar não era uma opção. Mas onde achar o que eu precisava?
Levantei da cadeira esticando as costas e observei todos os arquivos espalhados pelo chão do meu escritório.
Eu tinha atingido outro grau de derrota. Eu conhecia cada página, cada letra daqueles papéis e nenhum tinha sido suficiente para me dar uma luz onde começar a procurar novas provas.
Minha cabeça estava doendo.
Fui até a cozinha, preparei um lámen, que tem sido minha única refeição durante uma semana e depois de pronto, voltei para o escritório. Sentei no chão e comecei a reler cada página, cada pista, cada relato das fontes antes de serem gentilmente persuadidas.
Parecia ser o certo, mas se fosse eu acharia alguma coisa.
- Eu odeio a minha vida! - bradei, jogando as folhas para cima.
Me deitei de barriga para cima no chão, quase me rendendo à vontade de ficar ali e deixar meu corpo apodrecer, mas meu celular apitou e eu, ansiosa, fui ver. Aparentemente conseguir meu número era mais fácil do que eu pensava.
Suspirei fundo e atendi.
- Alô.
- Você despertou meu interesse. - Era uma voz computadorizada que praticamente me deu um choque e me fez sentar ereta no chão.
- Quem fala?
- Isso não importa.
Revirei os olhos.
- Não penso o mesmo. Quem é você? Ou vai me dizer que tenho sete dias e vou morrer?
- Há três dias Park Jin Young ligou para você falando sobre Jeon Somi. Desde então venho observando você.
Minhas mãos, antes geladas como pedra, começaram a suar. Meu pescoço parecia petrificado, mas ainda assim olhei, devagar, ao redor. Então vi a janela com as cortinas meio abertas. Levantei rápido e fui até a janela como uma tonta, ignorando todos os alertas da minha mente. Era óbvio que aquela era a coisa mais idiota a se fazer se alguém estivesse me vigiando de fora, ainda mais do jeito que me coloquei de peito exposto diante da janela para quem quisesse me dar um tiro.
E ainda assim eu continuei checando a rua, que parecia tão silenciosa quanto deveria ser em uma sexta-feira a noite em Nova York.
- Eu não estou aí... - agora eu tinha certeza de que havia câmeras no meu apartamento.
Olhei para cima, para os lados, tentando achar a olho nu qualquer indício de que havia uma câmera ali para que ele estivesse me vendo. Se tivesse, eu não veria, mas então parei em frente ao meu notebook e entendi. Fui até ele rapidamente e fechei a tela.
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IF WE NEVER MET - jjk
FanfictionUm número. Uma teia sem escapatória. Muitas mentiras. Com uma ligação, Brooke Kim está no centro de um desaparecimento misterioso e com um hacker na sua cola insistindo que ela precisa ajudá-lo a resolver o mistério. Brooke está diante de um esque...