You belong to me. - Kyree Velaryon & Logan Strong.

capítulo 02

Nos próximos dias, Kyree Velaryon, a princesa amável iria escolher um pretendente a sua mão, e o castelo de Porto Real fervilhava com a expectativa de sua primeira cerimônia oficial de apresentação a possíveis pretendentes. A filha mais velha de Rhaenyra Targaryen e Laenor Velaryon — ou.. Harwin Strong, era uma figura enigmática, que despertava o fascínio de todos desde muito jovem. Dotada da beleza característica de sua família e de um espírito independente, Kyree havia herdado a determinação e o orgulho dos Velaryon, mas também o temperamento teimoso e a intensidade dos Targaryen.

Para Rhaenyra, aquele momento era de suma importância. Ela sabia, mais do que qualquer um, como era ser jovem e obrigada a escolher um pretendente, mesmo quando seu coração não estava disposto a aceitar a imposição. Quando era jovem, ela mesma havia passado por uma situação semelhante e, embora tivesse lutado contra essa tradição, o peso da política e do dever acabaram moldando seu destino. Agora, como mãe, Rhaenyra sentia uma mistura de dever e preocupação; ela queria garantir um futuro seguro e uma aliança vantajosa para Kyree, mas também temia que sua filha seguisse o mesmo caminho conturbado que ela percorreu.

Kyree, por sua vez, não gostava da ideia de ser exibida como um prêmio. Embora compreendesse as obrigações de sua posição, sentia-se sufocada com as expectativas e o fardo de um casamento arranjado. Ela não era avessa ao matrimônio, mas a escolha deveria ser sua, não uma decisão tomada por questões políticas. Além disso, em seu coração, havia outro sentimento que tornava tudo mais complicado. Seu juramentado, Logan Strong, ocupava seus pensamentos de maneira proibida e irresistível. A mera ideia de ser obrigada a escolher um estranho enquanto o homem que amava estava tão próximo a irritava profundamente.

Na manhã do evento, Rhaenyra e Kyree se reuniram nos aposentos da princesa para discutir os pretendentes que foram convidados. Sentadas em frente a uma mesa repleta de pergaminhos e estandartes das casas de Westeros, as duas compartilhavam um silêncio tenso.

"Esses homens são de boas famílias," Rhaenyra começou, com um tom cauteloso. Ela apontou para alguns dos pergaminhos, cada um representando uma casa influente ou uma aliança estratégica. "Escolher um deles não é uma sentença, Kyree. É uma oportunidade para fortalecer seu futuro e a posição de nossa casa."

Kyree cruzou os braços, seu olhar fixo em um dos pergaminhos. Ela mal ouvia as palavras da mãe, cada nome apresentado soava como uma sentença, uma prisão que ela não estava disposta a aceitar. "E o que você espera que eu sinta por esses homens, mãe? Que eu me apaixone à primeira vista, como em uma história de menestréis?"

Rhaenyra suspirou, compreendendo o conflito da filha mais do que gostaria de admitir. "Nem todos os casamentos precisam de amor, Kyree. Eu mesma... eu mesma passei por isso. Mas alianças fortes mantêm a paz e protegem os nossos. Você deve pensar como uma princesa de Westeros, não como uma menina obstinada."

As palavras foram como uma flecha no coração de Kyree, inflamando sua raiva e frustração. "Eu não quero ser apenas uma peça no seu jogo, mãe! Eu não sou você e não seguirei cada comando como uma marionete. Se devo me casar, que seja com alguém que eu escolha."

A tensão entre elas era palpável, como uma tempestade que se aproximava. Rhaenyra percebeu a rebeldia nos olhos de Kyree, uma chama de resistência que era dolorosamente familiar. Lembrava-se de sua própria juventude, de suas próprias batalhas com Viserys e com o conselho. Mas, ainda assim, ela sentia que não podia ceder.

"Você não entende, Kyree," Rhaenyra disse, com um tom de desespero misturado com frustração. "A sua escolha não afeta apenas você. Afeta todos nós. Afeta o reino."

Kyree desviou o olhar, com os olhos marejados, mas contendo as lágrimas. Ela sentia-se traída, como se a mãe não enxergasse quem ela realmente era, ou o que ela desejava para si mesma. Para Rhaenyra, era tudo política, segurança, mas para Kyree era seu próprio coração e liberdade.