The Ceo's Son

/ - XXXXVII

[ Earth ]

Nunca fui de me arrepender de muita coisa em toda minha vida, até o momento que precisei deixar aquele garoto e voltar para a Tailândia.

Santa foi uma das coisas mais fabulosas que me aconteceram, mas ele tinha que ser tão jovem?

Um sexo incrível, cuidava de mim como uma princesa, os beijos me deixavam completamente sem rumo, fora a declaração, nunca havia escutado nada do tipo, as palavras em inglês, os olhos dele enquanto me despia, o toque leve, nunca me senti tão amado

Mas não era pra ser, não naquele momento.

Soube por colegas o quanto ele sofreu, eu sofri o dobro, sofri ainda mais quando decidi guardar todos meus sentimentos em uma caixinha e aceitar que o máximo que iríamos ser é amigos.

Mas uma ponta de esperança se acendeu no meu coração no instante que vi ele tão desamparado quanto o deixei, não sinto orgulho em dizer isso, sei que sou um completo babaca egoista, mas queria muito que aquele Perth tomasse um chá de sumiço e deixasse meu bebê em paz, eu poderia fazê-lo feliz, como ninguém mais é capaz de fazer.

Mas isso iria valer a pena?

Minha felicidade em troca da tristeza do meu bebê?

Mais uma vez guardei os sentimentos em uma caixinha e resolvi apoiá-lo em seja lá qual for sua decisão

Morar com ele foi de longe uma das piores ideias que passou pela minha cabecinha linda, como morar com alguém que amamos sem poder toca-la?

Era uma espécie de tortura diária

Mas valia a pena pra tirar um pequeno sorriso que fosse do rosto do meu bebê.

Levá-lo até a faculdade, buscar, deixá-lo na porta da empresa, o levar para almoçar e de volta ao nosso lar se tornou o meu hobby favorito

Até essa tarde quando ele chegou chorando desolado, eu estava decidido a pedir para que ele ficasse comigo e enfim esquecesse aquele gatinho que só o faz mal, que mundo é esse que estou vivendo que alguém como meu bebê chora diariamente? Santa é uma das pessoas de coração mais puro que conheci, só eu sei o quanto ele merece ser feliz, nossos rostos se aproximando naquele momento fez meu coração acelerar tanto que quase saltou pela boca, precisei me controlar para não fazer nada que pudesse me arrepender depois, quando ele desistiu no meio do caminho tive que engolir minha frustração e reafirmar o quanto eu o apoiava junto a Perth, já que essa era a felicidade dele, eu também ficaria feliz.

Agora, a caminho desse hospital não sei como as coisas vão acontecer, já que é nítido que Perth ainda se preocupa com esse ex, a reação dele com o telefonema, ele tentava esconder, mas pra mim era mais que óbvio que ainda havia sentimento ali presente, eu poderia deixá-lo correr atrás do ex, deixar Santa ali sozinho e assim eu iria o consolar, mas a troco de que? Felicidade construída em cima de lágrimas tão faz sentido

_ E aí crianças, já descobriram o que aconteceu com o rapaz?

Perth estava com um olhar desesperador enquanto meu bebê tentava conter a frustração evidente

_ Algum de vocês é parente do paciente?

O médico apareceu na porta e antes daquele gatinho maluco tomar alguma atitude que claramente iria machucar meu bebê eu tomei a frente e me apresentei como primo

_ Pois bem senhor, ele já se encontra estável, pelo que foi me relatado ele estava acelerando com a moto sem nenhum cuidado e acabou dando de encontro com um carro que vinha em direção contrária, a sorte que ele estava de capacete, ou o pior poderia ter acontecido!

_ Mas ele está bem Doutor? Alguma sequela?

O médico respirou fundo e olhei para Perth que estava com os olhos arregalados pronto para chorar e Santa o acalentava

_ Bom, não temos uma resposta agora, ele passou por uma pequena cirurgia para estancar o sangramento na área abdominal e ainda não acordou devido ao choque, temos que aguardar até o efeito dos anestésicos passarem.

Juntei as mãos em forma de respeito ao médico que saiu em direção ao caminho oposto

_ Bebê, você poderia ir comprar algo para bebermos?

Santa concordou com a cabeça e disse algo no ouvido de Perth antes de ir, fiquei observando até ele cruzar o corredor e me aproximei do gatinho sem rumo

_ Eu vou falar com você pela última vez Perth Tanapon!

Ele arregalou os olhos e me encarou

_ Eu não sei que tipo de brincadeira é essa sua com os sentimentos do meu bebê, mas eu quero...

_ Não estou brincando!

O gatinho ficou nervoso e falou alto, sorri

_ Se não é brincadeira me explica como você quase foi o segundo acidentado correndo atrás de um ex hospitalizado?

Ele franziu o cenho

_ Estou falando sério com você garoto, ou você melhora essa sua cara de viúva de milionário ou eu juro que pego Santa agora mesmo e vamos nós dois para minha casa da Europa!

Ele deu um passo à frente e segurou a gola da minha camisa, eu sorri com a ousadia

_ Se você ousar tirar meu Santa de mim, eu acabo com você, entendeu l?

Segurei a mão dele e sorri

_ E se você tiver metade dessa atitude pra resolver os seus problemas com esse ex, eu não preciso pegar MEU bebê de você!

_ Eu não estou brincando com você!

Tirei a mão dele da minha blusa e foi minha vez de segurar a dele

_ E você acha que eu estou? Hum? Eu pareço alguém que está brincando? - empurrei ele pra trás que não mostrou resistência - olha aqui senhor Tanapon, você não merece um terço das lágrimas que meu bebê derramou, você é um covarde que tem medo de se livrar do passado e machuca alguém tão incrível no presente...

Soltei a blusa dele e o olhei de cima abaixo com desdém

_ E desse jeito jamais vai chegar a ter um futuro ao lado de Santa! - apontei o dedo pra ele - Santa é demais pra alguém tão minúsculo quanto você!

Virei as costas e caminhei sem direção, só queira ficar longe daquele gatinho covarde antes que eu tomasse alguma atitude que fosse me arrepender depois

_ Desculpe eu...

Andando de cabeça baixa acabei esbarrando com alguém que percebi segundos depois se tratar ser um médico, ele segurou meus braços impedindo minha queda, nossos olhares se cruzaram

_ Você está bem?

Falamos ao mesmo tempo e acabamos sorrindo, é... parece que essa vinda ao hospital não foi um total desperdício de tempo.