Não há algum momento em que Ursa Black não seja vista como uma infame presença dotada de ganância e esnobismo exacerbado.
Conhecida pelos olhos azul-cinzento tão comum nos Black e uma língua perfeitamente cruel, Ursa é o claro exemplo do quão encant...
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Ursa Black determinou que não iria abalar-se por conta de algum cão, mas, pelo que parecia, Hogwarts compartilhava de um pensamento completamente diferente ao notar que a Black mal comparecia às refeições no Salão Principal, escondendo a própria figura por trás dos corpos de Evan Rosier e Severus Snape conforme caminhava em direção às suas aulas, impedindo-os de ter algum vislumbre daquele rosto bonito e inegavelmente cruel.
Ethel Abrams - uma lufana do sexto ano - fora quem trouxe os boatos que a sonserina estaria tomada pela vergonha após ser arrastada por um cachorro preto até a Floresta Negra. Paris George - um grifinório nascido-trouxa do terceiro ano - disse que estava na enfermaria quando Ursa Black chegou meio mancando e parecendo ter enfrentado o inferno com as próprias mãos, fora ele quem espalhou que a garota tinha uma costela fraturada e corria risco de concussão seguindo as palavras da Madame Pomfrey.
Pelos corredores, Ursa sequer suportava a pressão da humilhação pública. Alguém disse que deveriam ter pena dela, outros discordaram.
Ela merecia. Depois de tudo que fizera para a maioria dos mestiços e nascido-trouxas, tal coisa fora só uma pequena fração do que ela realmente deveria receber como retribuição.
Mas a verdade é que Ursa pagara Ethel e Paris para espalharem suas palavras. E o fato de estar sempre um passo atrás de estudantes como Severus e Evan que são ridiculamente altos não tinha alguma ligação com aquele acontecimento do cão negro. Na verdade, é para que ninguém notasse quão focados seus olhos cinzentos estavam sobre uma certa aluna da Grifinória, analisando os mínimos gestos e casualmente imitando a mesma forma que sua voz ecoa, conseguindo falsificar um sotaque irlandês em poucas horas.
Ela estava permitindo que a assumissem como alguém fraca e dispensável, uma patética garotinha mimada que desiste ao ser confrontada.
Então, Sirius iria provocá-la e a resposta seria um encolher de ombros junto de um olhar fragilizado, o que renderia um maroto igual a ele uma expressão estranhíssima. Pois, é assim que permitiriam a brecha tão aguardada.
