Pessoas que são de vidro, quebram

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"Uma vez tive um amante, e era uma
sensação. Logo acabou que
ganhei um coração de vidro."

Heart of GlassBlondie


  Monalisa estava acabada. Haviam se passado dois meses e ela ainda sentia aquela sensação pesada dominar seu coração.

O dia do término, repassava em suas mente diversas vezes e ela suspirou mais uma vez, tentando afastar a lembrança.

Aquele dia estava injustamente bonito, o sol estava radiante e quente, mas não o suficiente para lhe fazer suar demais. Às coisas claramente não estavam bem entre ela e ele, mas aquela era uma verdade muito dolorosa que ela apenas fingia não ver.

A conversa durou uma hora e alguns minutos, mas em suas lembranças toda a situação pendeu-se por cinco segundos e ela sentiu que não teve a chance de falar nem um terço do que sentia.

Parecia que aquele momento tinha uma neblina terrível a cobrindo como um cobertor de seda.

Ela só lembrava da voz grave dele proferindo algumas palavras e frases, da dor que sentiu no peito e como seus olhos se encheram de lágrimas rapidamente.

Sua visão ficou embaçada e não conseguia mais olhar nos olhos castanhos felinos, então ficou encarando o par de tênis pretos em cima do chão de madeira lustroso de sua própria casa.

Pelo pouco que conseguiu encarar o rosto do rapaz, ela percebeu que ele tinha um olhar ferido, mesmo que sua postura tenha permanecido inabalável ela sabia que aquela conversa não era fácil pra ele.

Às palavras saíram arrastadas de sua boca, ele falava baixinho e o rosto ficava franzido algumas vezes como se doesse dizer tudo aquilo, como se doesse ver a expressão devastada que Monalisa fazia enquanto as lágrimas escorreram por suas bochechas como gotas da chuva faziam nas folhas das árvores.

— Não pense em nenhum momento que não fui sincero, eu era muito apaixonado por você, mas acho que nosso relacionamento se desgastou com o tempo.

Como um tapa na cara, as palavras lhe atingiram em cheio.

Monalisa chorou mais e não disse nada porque sabia que ele estava certo e doía demais porque seu coração batia forte por ele ainda.

Ele limpava as mãos na calça, um costume que tinha quando ficava nervoso ou de alguma forma, desconfortável.

Monalisa não lembrava dos detalhes, mas seu ex namorado gostava dela e não podia apagar dois anos e sete meses de relacionamento, assim como não poderia evitar de querer abraçá-la e lhe consolar, porém o jovem era empático o bastante para se conter sabendo que o consolo vindo dele não serviria para mais nada além de um amplificador para a dor.

— Quando se sentir preparada ou mais calma, pode conversar comigo. Se precisar de alguma coisa... Também estarei à disposição, ainda podemos ser amigos, certo?

Ela respirou fundo, em meio às fungadas e encarou os olhos dele. Sorriu sem mostrar os dentes da melhor maneira que pôde naquele momento, com os lábios trêmulos e assentiu. Monalisa respondeu, mais calma, com a voz fraca, assim como a dele:

— Eu só preciso de um tempo.

Ele assentiu, se despediu e saiu do apartamento. Monalisa sentindo tontura sentou-se no velho sofá e chorou. Chorou tanto que até ficou sem fôlego.

Quando as coisas são vistas de uma perspectiva, a verdade fica embaralha entre as emoções sentidas e as palavras não ditas, não entendidas.

Kim Taehyung poderia parecer de certa forma insensível, mas a verdade é que assim que fechou a porta do apartamento atrás de si, o apartamento em que passou muitas noites e dias. O apartamento que era lar de muitas memórias, o ar ficou de alguma forma mais espesso.

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⏰ Última atualização: Nov 01 ⏰

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