Burrice

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Era uma manhã de sábado e quase todos foram para casa, eu fiquei nos dormitórios porque minha mãe estava no aniversário de uma amiga em outra cidade.

Cheguei da minha corrida matinal, tomei um banho e desci para fazer café, eram 6 da manhã, achei que a cozinha estaria vazia, mas não.

- Bom dia - disse Bakugou.

Ele estava sem camisa, com a toalha no ombro, fazendo café, que homem gostoso, ele tinha ganhado muito músculo com o treinamento e ficado alto com os anos.

Sim, tinha machucado muito as coisas que ele fez principalmente durante o ensino medio, mas ele tinha mudado, me pedido desculpas a mais de 1 ano e dês de então estava sendo muito gentil e carinhoso.

A gente até tinha saído, fomos em cinema, restaurante, boliche, no início fiquei surpreso com o convite e achei que fosse um encontro, me arrumei todo animado, mas depois de sairmos três vezes, o máximo que Kacchan fez foi passar o braço pelos meus ombros, então entendi que era só amizade mesmo.

- Você tá bem? - falou se aproximando.

Eu desviei o olhar para o chão, não podia olhar para ele, não com a cara vermelha daquele jeito.

- Tô bem - respondi dando uma evasiva e indo até a cafeteira.

- Eu fiz ou falei alguma coisa? - perguntou sem se virar, ele sempre fazia isso quando eu o evitava, ficava com a voz melancólica e não olhava para mim.

Decidi que minha cara vermelha era menos importante do que Bakugou triste, larguei a xicara que tinha pego, fui até lá e fiquei na sua frente, ele desviava o olhar.

- Você não fez nada - disse com firmeza, ele murmurou algo em resposta. - Não entendi.

- Por que você beijou ele? - perguntou agora olhando no meus olhos.

- Que? Quem? - só tinha beijado uma vez... - Ah, o Shoto?

Ele fez uma cara parecida com cachorro quando rosna, era fofo, mas o por que daquela cara é que eu não entendia, não era possível que...

- Kacchan você tá com ciúme? - perguntei cauteloso, ele bufou e desviou o olhar de novo.

- Claro que sim, a gente tá saindo, achei que... esquece, eu devia ter feito isso antes daquele meio a meio de merda - sua cara dizia o quanto estava puto, mas minha cabeça só se concentrava no fato que Kacchan estava com ciúme.

- Você gosta de mim? Aquelas saídas eram encontros? - estava na hora de esclarecer tudo.

- O que? É claro que eram encontros, eu disse no dia que te convidei, que era só nós dois, do que você achou que eu tava falando? - ele ia me matar.

- É que você não gosta de pessoas, eu achei que só seria desagradável ter muita gente - ele definitivamente queria me matar.

- Nós fomos jantar no dia dos namorados - falou irritado, talvez ele tivesse razão e eu não estava pensando muito.

- Então por que você não... por que você tentou nada? - fiz a pergunta delicada, ele ficou quieto e bufou de novo.

Kacchan parecia pensar em como responder aquilo e não era normal ele pensar antes de falar, achei assustador.

- Eu queria, meu deus como eu quero, mas estava indo aos pouco, quando pus minha mão no seu ombro você ficou todo tenso, parecia uma estátua, como que eu ia fazer qualquer coisa? - falou sério.

- Eu fiquei tenso porque estava tão feliz e não queria fazer nenhum movimento que te fizesse recuar, mas pelo visto foi ao contrário - falei me aproximando.

Botei minha mão no seu rosto, só queria um beijo, já tinha esperado demais.

Ele entendeu, passou uma mão pela minha cintura, a outra no meu cabelo e me puxou para um beijo e que beijo, era devagar, com sabor de café, nossas línguas se enroscando, delicioso.

Nos separamos, as testas apoiadas, eu queria mais, muito mais.

- Eu sei, eu também quero, mas preciso acabar com o clima - ele me soltou. - E o Todoroki?

Levei até uns segundos a mais para lembrar quem era, estava desnorteado.

- Ah, isso - comecei a rir. - É meio vergonhoso na verdade, eu estava falando para ele que nunca ia rolar nada com você e que eu ia acabar nunca beijando, ele estava numa situação parecida, então decidimos tentar um com o outro, mas foi ruim, ele pediu desculpas falando que foi sem graça e eu concordei.

- Vocês dois compartilham o mesmo neurônio né? - perguntou abismado.

Soltou uma risada e me puxou de novo.

Depois disso, começamos a namorar e compensamos muito a demora.

Todoroki finalmente tomou iniciativa com a Momo e descobriu que ela estava esperando isso.

Histórias BakuDekuOnde histórias criam vida. Descubra agora