Eu não conseguia acreditar que tinha me permitido beber tanto, Denki e suas festas desnecessáriamente grandes.
- Ei Suki, você tá legal? Ta meio pálido - falou um idiota de cabelos vermelhos se aproximando.
- Tô bem, só vou pegar um ar - resmunguei indo em direção a porta.
- Melhor eu ir com você - insistiu, eu bufei e o encarei com o olhar de "eu não quero sua ajuda, só preciso de um tempo sozinho", ele pareceu entender. - Tudo bem, se passar mal volta pra dentro, da um berro ou explode alguma coisa, só vê se não morre em silêncio.
Eu concordei e sai da casa, tinha um muro baixo cercando um jardim, resolvi que seria um otimo lugar pra sentar. Passou alguns tempo, até que ouvi passos se aproximando.
- Já falei que to bem cabelo de merda, pode voltar pra dentro - tava puto, só queria ficar em paz.
- Você não gosta do meu cabelo? Eu uso do mesmo jeito desde que éramos crianças - falou uma voz masculina, não era meu amigo, era Deku.
Olhei pra ele, uma péssima idéia, aquele filho da puta tava muito bonito, sorrindo de lado, usando uma camisa social meio aberta e um colete que deixava claro o contorno dos músculos.
- Achei que era o Eijirou - falei voltando a olhar para as flores.
- Tudo bem, ta perdoado - respondeu irônico, eu retrucaria, mas tava com dor de cabeça. - Tá tudo bem?
- O porra, eu tô bem, dá nem pra ficar quieto num canto - falei estressado, então saiu mais alto do que gostaria.
Podia ta puto de todo mundo achar que não conseguia lidar com uma bebedeira qualquer, mas fui otário de graça, não conseguia me controlar mesmo.
Achei que ele só iria embora, ou pediria desculpas e então sairia, mas eu não estava esperando uma risada, não era nem uma risada sincera, era uma risada debochada, como se eu tivesse falado a maior idiotice do mundo.
- Aí Kacchan, você me diverte, nem bêbado você fica mais de boa - ele suspirou e olhou para o céu.
Observando ele assim, era estranho pensar que já foi uma criancinha fraca e indefesa que nunca debocharia de alguém, mas depois do episódio que chamamos de "deku dark" ele ficou... diferente, mais confiante e agressivo, com menos paciência e quase nenhuma cautela, odiava admitir, mas eu estava me dando muito bem com essa nova versão.
- Eu vim até aqui porque queria te perguntar uma coisa enquantou estou bêbado o suficiente para perguntar e você para responder, tudo bem? - voltou a falar interrompendo meus devaneios.
- Pergunta, mas não espere uma resposta, estou irritado - falei, era verdade, a presença dele sempre me irritava.
- Okay, se você não responder ainda vai ser uma resposta - ele respirou fundo. - Você ficaria comigo?
- Ficar aonde? - perguntei confuso e ele me olhou ainda mais confuso, ai a ficha caiu. - Ah.
Meu raciocínio não estava bom, eu não sabia como responder aquilo.
- Só sim ou não, não precisamos fazer disso uma grande coisa, é que por mais que você não goste de mim, temos nos dado bem e tipo, porra você fica cada vez mais bonito e...
- Sim - respondi simples, não era grande coisa, ou talvez não parecesse no momento por causa do álcool.
- Sim? Oh, eu não tava esperando, eu achei que se não tentasse me arrependeria, não achei que você fosse aceitar.
- Pode ser agora - falei, botando minha mão na bochecha dele e ele abriu a boca para falar algo. - Se você falar alguma coisa que quebre o clima agora, eu te explodo aqui mesmo.
Ele concordou, botou a mão no meu pescoço e me puxou para o beijo, era devagar e bom, muito bom, eu queria assumir o controle, mas estava tonto, não sabia se era o álcool no meu sangue ou a mão dele na minha cintura.
Aquele lugar era mais isolado da festa então eu decidi fazer uma idiotisse adolescente, eu meti minha mão por dentro da camiseta dele e fui abrindo os botões
- Não - ele falou firme se afastando. - Qualquer coisa que acontecer agora você nem vai lembrar direito.
Ele não tava errado, eu ia lembrar do acontecimento em si, mas não dos detalhes.
- Mas o objetivo não é esse? Se não você não esperaria estarmos bêbados - falei óbvio.
- Não é bem assim, eu não gosto de você, mas também não desgosto e se acontecer agora, vai acabar com qualquer chance disso dar certo - eu não estava entendendo nada, era muita palavra junto.
- Okay okay, não tô entendendo, a gente vai continuar ou não? - perguntei e voltei a beber.
- Kacchan, você é meu investimento, se continuar agora, vai ser estranho depois, vamos deixar para quando você conseguir lembrar de cada detalhe do que quero fazer com você - ele me deu um selinho e se afastou. - Nos falamos amanhã.
Eu fiquei lá confuso, porque se eu não tinha entendido direito antes, imagina agora que tinham ainda mais palavras, mas... eu entendi a última parte, estava irritado de ter me afetado tanto, só sabia que não conseguiria olhar nos olhos dele no outro dia, mas se era por raiva, vergonha ou desejo, eu não sei.
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Histórias BakuDeku
FanfictionCapítulos únicos com diferente histórias sobre BakuDeku A arte é de: @takiyouru/tomi (Se você for a pessoa que fez o desenho e quiser que eu tire só avisar)