Too young for me

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Contexto: Você era nova demais.

S/N's pov:



Era mais um dia indo para o teatro. Eu veria o grupo dela saindo, enquanto ela ficava para o ensaio, afinal, era a professora do nosso grupo de teatro. Dez anos mais velha e completamente linda. Dez anos mais velha e, ao mesmo tempo, completamente confusa para mim.

Ela sempre me fazia criar expectativas, mas agora eu não sabia como encará-la. Na última vez em que fui a uma festa, acabei bebendo demais e acordei na cama dela. Saí antes que ela acordasse e desde então, nunca mais voltei ao teatro. Porém, com a estreia da peça marcada para o próximo mês e com um papel importante, eu precisava encarar a situação.

Estávamos ensaiando "Mamma Mia!". Eu faria a Sophie, a personagem principal. Taylor insistiu para que eu fizesse o papel, dizendo que minha voz e personalidade combinavam perfeitamente com a personagem. Ela interpretaria Donna, a mãe. Taylor já havia me pressionado várias vezes para voltar aos ensaios, e, embora eu não tivesse coragem, não poderia fugir para sempre.

Quando finalmente entrei no camarim, ela estava lá.

— Você está atrasada, S/N — Taylor disse, enquanto me observava guardar minhas coisas. — Sumiu por um mês e agora chega atrasada? Você é a protagonista! Não pode agir dessa forma!

— Eu estava... doente, okay? Tenho meus motivos.

Ela arqueou uma sobrancelha.

— Doente do tipo "não sei como encarar minha professora de teatro depois de dormir com ela", ou do tipo "preciso ir ao médico e tomar remédios"?

Merda. Ela se lembrava.

— Doente do tipo "não te interessa". E se eu sou a protagonista, talvez você devesse sair e me deixar me arrumar, não acha?

Taylor riu levemente.

— Já te vi pelada, querida, isso não faz diferença para mim.

— Pra mim faz! Agora você vai sair ou quer que eu ensaie com a roupa que vim?

Ela ergueu as mãos em rendição e saiu, me deixando sozinha para trocar de roupa. Respirei fundo. Eu precisava encarar aquilo com profissionalismo.

Quebra tempo.

Após duas longas horas de ensaio, estávamos prontos para ir embora. Eu esperava a chuva passar, sentada nas escadas do teatro, quando Taylor se aproximou e se sentou ao meu lado.

— Esperando a chuva? — ela perguntou.

— Sim, o céu está desabando. Não quero me encharcar.

Ela sorriu.

— Quer carona? Te deixo em casa.

— Melhor não... Preciso esperar até minha mãe sair com o novo namorado dela. Prefiro evitar uma cena desnecessária.

Ela riu, solidária.

— Se quiser, pode ir lá para casa. Não tenho nada importante para fazer.

Acabei aceitando. Melhor do que ficar perambulando pela rua. Quando chegamos à casa dela, me sentei no sofá e logo os gatos dela vieram se aconchegar ao meu lado. Rimos, conversamos sobre tudo e nada, e, aos poucos, eu relaxei, me deitando no peito dela. Não parecia haver barreiras entre nós naquele momento.

Em determinado instante, ergui a cabeça e nossos olhares se encontraram. Quando nossos rostos estavam quase se tocando, Taylor recuou.

— Não. Você é muito nova. Não posso fazer isso.

— Nova para te beijar, mas com idade suficiente para transar com você, depois de uma festa? — falei, tentando esconder a dor. — Isso é pura hipocrisia, sabia?

— Não é isso — ela disse, agora com uma expressão séria. — Eu... fiquei confusa naquela noite, e talvez tenha te magoado. Mas eu quero fazer as coisas direito, sem bebida, sem arrependimentos. Quero algo que seja verdadeiro para nós duas.

Surpresa, eu hesitei. Ela parecia sincera.

— E você acha que isso é possível?

Ela se aproximou, tocando minha mão de leve.

— Se você quiser. Não sei onde isso vai dar, mas podemos ir devagar, sem pressa.

O peso que sentia no peito se desapareceu. Não precisávamos de certezas ou promessas. Sorri e, desta vez, a distância entre nós foi quebrada por um beijo suave, livre de expectativas. E, naquela noite, não precisei ir embora antes do amanhecer.

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Tô viciada em escrever imagines 🫦

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