perdas

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brasas fumegantes e tornados de fogo circundantes incendeiam a chama incandescente da aurora destemida e meio morta. o sol não apareceu no céu hoje. teus olhos escondem catástrofes. nossas almas estão refletidas nos cosmos.

eu achei que iria te perder de novo.

o sumiço do sol refletiu na insalubridade perturbadora de tal presunção. apenas de pensar tamanha atrocidade percebo que a brisa muda seu rumo, que as estrelas brilham mais fraco e o sol continua desacordado. há incêndios incontroláveis no reino dos céus e a aurora boreal dança junto das labaredas. você coloca o meu mundo nos eixos. sua ausência me deixa fora de órbita.

se você se perder, como eu vou me achar? há dúvidas que nem mesmo as estrelas seriam capazes de compreender. a poeira cósmica une nossas falanges e come a serendipidade perturbadora que invoca nossa alma, coração, a dor que é não pertencer a você. eu sou medrosa. a espiral que circunda-me pega fogo da mesma forma que o paraíso. você faz a espiral parar de girar sempre que toca em minhas bochechas coradas. amor é um conceito ingênuo se comparado a epifania do meu trauma. eu te amo mais que tudo no mundo. o sol continua desaparecido. teus olhos escondem falácias.

se eu me perder, eu sei que você não irá me procurar.

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