Assim que coloco meus pés do aeroporto de Los Angeles, uma onda de alívio percorre meu corpo todo me fazendo suspirar fundo. Olho em volta e um sorriso se abre em meus lábios.
Esses meses fora foram muito complicados, sofria muito na mão do meu ex-namorado, não tinha coragem de ligar pra ninguém, eu tinha muito medo de que ele pudesse fazer mal aos meus pais, já que o mesmo já havia me ameaçado e ameaçado fazer mal a eles diversas vezes.
Por isso aguentei a barra sozinha, e agora finalmente eu consegui denunciar ele e me vingar por tudo que já fez comigo e voltar para minha cidade natal.
No meu telefone já está discado o número de Gabi, umas das minhas melhores amigas da vida, ela sempre esteve comigo e foi a única que se esforçou para não perder contato comigo.
Respiro fundo e ligo.
— Oi Ana.
— Oi Gabi, eu já estou aqui.
— Vou levantar a mão.
Assim que ela diz, vejo um braço se levantar, e a mão, com unhas curtinhas e pintadas de branca.
É ela.
Ando um pouco, e desligo o telefone, logo vendo que a mesma me avistou, e veio até mim me puxando para um abraço forte e cheio de saudade.
— Eu senti muito a sua falta, amiga! — Ela murmura e sinto meus olhos lacrimejarem, por lembrar de ter sido manipulada a deixar ela aqui e abandonar tudo o que vivemos juntas.
— Eu senti muito a sua falta também, você não sabe o quanto! — Nos separamos e ela limpa minha lágrima, e pega minha mala de mão.
— E aí, pronta pra dar uma repaginada e começar do zero?
— Mais que pronta. — Digo e dou uma piscadinha para ela, a vejo sorrir animada.
Entramos no carro, e ela me contou tudo que aconteceu aqui nos últimos cinco meses, me atualizou sobre pessoas novas e novas fofocas.
— Não acredito que você está namorando! — Abro boca incrédula e ela gargalha. — Quem diria hein.
— É, quem diria.
— E a Jade? Giana?
— Elas ainda fazem parte do grupo, a gente deve encontrar com elas amanhã, se você quiser ir.
— Eu adoraria. — Sorrio para a garota. — E a Keynote? Ainda está de pé?
— De pé está, mas moram pessoas diferentes lá agora, e um deles faz parte do nosso grupo.
— Ah que legal, tô ansiosa pra conhecer ele.
— É óbvio que você está! — Rio e peço em sua mão. — Mas agora você precisa descansar e ver sua família, por que a partir de amanhã a gente não desgruda mais de você. — Rio fraco, vendo que já chegamos em frente à minha casa.
— Obrigada Gabi, amanhã você me manda mensagem e eu te aviso se vou estar aqui ou no apartamento novo. — Dou um beijo em sua bochecha, vendo ela assentir.
Saio do carro e vejo que meus pais já saíram pela porta.
Pego minhas duas malas e corro até eles, e abraço os dois juntos, sentindo meu corpo relaxar.
— Que saudades minha princesa! — Minha mãe deixa um selar em minha bochecha. — Obrigada Gabi, por ter trazido ela pra casa. Você quer entrar pra jantar?
— Não tia, mas obrigada! Comi no aeroporto antes de encontrar a Ana e estou com uma pessoa me esperando em casa.
E então minha mãe assente e acena para a garota, que retribui e sai com o carro.
— Você está diferente filha. — Meu pai diz e me abraça de lado, me levando para dentro de casa.
Já tinha um apartamento em Los Angeles, mas ele ficou nas mãos de outra pessoa por um tempo. Preferi passar uma noite aqui, e amanhã eu já devo voltar pra lá e organizar tudo.
— Eu fiz sua janta preferida. — Minha mãe vai até a cozinha.
— Macarrão ao molho branco? — Digo e ela assente. — Caramba, quanto tempo eu não como a sua comida.
— Eu caprichei dessa vez. — Diz e eu sorrio, me sentando na cadeira.
— Obrigada, mãe.
Uns cinco minutos se passaram, então a vejo deixar a travessa na bancada, com os pratos em volta e com talheres.
— E aí, me conta, vai voltar pro apartamento amanhã mesmo? — Meu pai chega na cozinha.
— Uau, macarrão ao molho branco! Filha, você precisa nos fazer visitas mais frequentes. — Ele diz esfregando a palma das mãos.
— Acho que sim pai. — Ele assente concordando.
Logo começamos a comer e batemos altos papos, era bom estar de volta.
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