MENINA VENENO- Ayrton Senna

PRIMEIRO DIA

AJUSTEI MEU BLAZER pela terceira vez tentando disfarçar que estava nervosa,é meu primeiro dia de trabalho e irei trabalhar para um dos maiores nomes do automobilismo Ayrton Senna até eu não estava acreditando que iria começar a trabalhar para ele. Recentemente desisti de seguir com a carreira de modelo,era meu sonho mas infelizmente não consegui ir para a frente com aquilo então graças a um amigo próximo de Ayrton consegui este emprego.

O corredor parecia interminável enquanto Geraldo Rodrigues, o empresário de Ayrton,me guiava até o escritório onde ela finalmente o conheceria. Geraldo havia sido rigoroso na entrevista e, durante o processo de seleção, havia deixado claro que Ayrton precisava de alguém de confiança, capaz de entender a complexidade de sua vida. Eu sabia que aquele emprego seria um teste constante – e estava decidida a passar.

Ao chegar à porta, meu coração deu um salto. Geraldo fez um leve aceno com a cabeça, como se a estivesse incentivando, e abriu a porta, revelando um escritório iluminado pela luz suave da manhã. E lá estava ele.

Ayrton Senna estava de costas, observando o horizonte com as mãos nos bolsos. Quando Geraldo pigarreou, ele se virou devagar, revelando um olhar intenso e calculista, um olhar que parecia atravessar a superfície e examinar a alma de quem estava à sua frente.  quase se viu desviando o olhar, mas manteve a postura firme.

— Renata Louise Cavalcanti,certo? — Meu coração disparou quando Ayrton me olhou nos olhos.

— Sim senhor. — falei firmemente .

— É um prazer,Renata — ele estendeu a mão para mim.

—Digo o mesmo senhor Ayrton —  Aperto sua mão com um sorriso simpático no rosto.

— Porfavor não me chame de senhor...—

— Perdão —

— Bom… vamos ver o quanto você aguenta. — Ele estendeu uma pasta em sua direção. — Preciso que organize minha agenda para amanhã. Tenho uma reunião com patrocinadores cedo, e quero tudo pronto para o fim de semana.

— Pode deixar. Vou garantir que tudo esteja impecável — respondi mantendo o tom profissional, mas com uma faísca de determinação no olhar.

peguei a pasta com firmeza, sentindo o peso simbólico daquele gesto. Ayrton Senna não era apenas um piloto – ele era uma lenda viva, e qualquer erro poderia custar caro.

—Olhei no seu currículo e vi que você é fluente em inglês e espanhol,isto é muito bom !

— E estou estudando para aprender um pouco do francês. —

Após Ayrton comentar sobre minha fluência em inglês e espanhol, e mencionar o francês, ele sorriu de lado, algo que quase passou despercebido. Geraldo, ao meu lado, parecia satisfeito com a conversa até agora.

— Bem, Renata — Ayrton continuou, apoiando-se na borda da mesa —, posso ver que você tem qualidades que vão além do básico. Esse trabalho vai exigir mais do que conhecimento técnico, então quero alguém que consiga se adaptar, manter o foco mesmo em dias agitados.

Assenti, tentando manter a postura firme. Eu já tinha lido bastante sobre a vida intensa dos pilotos de Fórmula 1 e sabia que, ao lado dele, haveria desafios inesperados a cada esquina.

— Senhor... quer dizer, Ayrton — corrijo-me, lembrando de seu pedido. — Estou pronta para isso. Pode contar comigo.

Ele assentiu, como se estivesse testando minha reação ao longo da conversa, e cruzou os braços.