THE PETAGRAM

prólogo

No coração do inferno, onde o tempo não tem poder e a morte é uma ilusão repetitiva, a eternidade estende suas garras sobre todos que ousam descer. Ali, ninguém se vai para sempre – cada alma que desfalece retorna ao mesmo ponto em que pereceu, numa dança sem fim de dor e renascimento. Morrer é uma pausa breve, mas um escape verdadeiro só viria pelas mãos de um anjo, algo que qualquer demônio deveria apenas sonhar.

Entre colinas fumegantes e rios de lava, ergue-se um casarão, um monólito sombrio que abriga duas criaturas de ambição e inquietação profunda. Uma delas é Inveja, um demônio de olhar afiado e coração corroído por comparações. Ela estuda as outras garotas do submundo, medindo cada beleza, cada habilidade, tentando entender o que lhe falta, mesmo no vazio do inferno. Ao seu lado está sua fiel companheira, a gata demônio Psicopatia.

Psicopatia não é uma gata comum. Suas patas lembram pernas de aranha – rápidas, traiçoeiras e silenciosas. Seu rabo é de lobo, e seus olhos são chamas pulsantes de malícia. Com habilidades que misturam o sombrio e o bizarro, Psicopatia escala paredes, tece teias e uiva como uma fera assombrada, enquanto uma sede de sangue insaciável a impele a caçar qualquer um que se aproxime. Ela mata com um prazer frio e desinteressado, como se cada vida fosse apenas mais uma peça a destruir.

Mas até em meio à eterna violência e competição, Inveja tem um desejo proibido. Ela anseia pelo inacessível: uma fuga desse ciclo infernal. Observando as outras garotas, nutrindo uma fome de ser algo mais, ela sonha em alcançar o céu. E sabe que não poderá fazer isso sozinha. Para isso, planeja convocar outros demônios, criaturas que compartilhem sua ambição, para juntas buscarem o impossível.

E assim, entre sombras e fogo eterno, Inveja se pergunta: será que algum dia, ela e Psicopatia conseguirão cruzar a fronteira e ver o paraíso?