Mais Desentendimentos

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Elizabeth estava sentada no sofá da mansão da Noise, com o olhar fixo em algum ponto indefinido da parede

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Elizabeth estava sentada no sofá da mansão da Noise, com o olhar fixo em algum ponto indefinido da parede. Fazia dias que ela e Thurzin tinham discutido, e o silêncio entre eles parecia aumentar a cada momento. Ela já tinha perdido a conta de quantas vezes repassou o que aconteceu, cada palavra, cada gesto… mas nada parecia fazer sentido.

Do corredor, ela ouviu passos, e seu coração acelerou quando Thurzin entrou na sala. Eles se encararam por um momento, como dois estranhos. Ele parecia hesitante, mas respirou fundo e se aproximou.

"Precisamos trocar uma ideia," ele começou, cruzando os braços, tentando não demonstrar o quanto a situação também o incomodava.

Elizabeth ergueu uma sobrancelha, mantendo a expressão séria. "Agora você quer conversar? Depois de me ignorar como se eu fosse nada?"

Thurzin deu uma risada seca, balançando a cabeça. "Você que ficou toda na defensiva, como se eu fosse o vilão da história. Achei que era o que você queria: distância."

Ela bufou, incrédula. "Distância? Quem aqui que parou de me seguir, sumiu e nem olhou na minha cara mais?"

"Ah, claro. Porque você é toda fácil de lidar, né? Sempre com essa parede que cê coloca entre a gente. Cê me trata como se eu fosse só mais um qualquer."

Elizabeth sentiu a raiva crescendo. "Você sempre acha que tudo é brincadeira, né? Thur, eu nunca sei se você tá falando sério ou se é só pra zoar. E quando as coisas ficam difíceis, você some. Como eu vou confiar em alguém que faz isso?"

Ele suspirou, visivelmente cansado da discussão. "Sabe, Elie… às vezes parece que cê nem faz questão de me entender. Eu sou assim, sempre fui. Mas nunca achei que isso fosse um problema, até você começar a me tratar desse jeito."

"Ah, então a culpa é minha agora?" Elizabeth cruzou os braços, a frustração estampada no rosto. "Eu só queria que você mostrasse que se importa. Que fosse mais do que essa fachada de garoto descolado."

Thurzin deu um passo para trás, como se as palavras dela o tivessem atingido. Ele olhou para ela com uma expressão que misturava mágoa e incredulidade. "Quer saber? Acho que você tá certa. Talvez eu não seja o que você espera."

Elizabeth mordeu o lábio, engolindo a vontade de responder. Sentia uma dor estranha, misturada com raiva, orgulho e algo que ela não queria admitir. Por alguns segundos, o silêncio pesou entre eles, ambos se encarando, como se esperassem que o outro desse o próximo passo.

Ele desviou o olhar e balançou a cabeça, soltando um suspiro frustrado. "Tá bom, Elie. Se é assim que cê quer... beleza. Tô fora."

Ela observou enquanto ele se afastava e sentiu um vazio crescer dentro de si. Queria gritar, falar algo que o fizesse parar, mas o orgulho a impediu. Ele saiu da sala sem olhar para trás, e ela se viu sozinha, com o silêncio pesado da mansão ao seu redor.

Elizabeth tentou se recompor, mas o nó na garganta parecia aumentar. Sabia que aquele afastamento não era o que queria, mas também não sabia como lidar com os próprios sentimentos. Ela respirou fundo, tentando afastar a dor, mas as lágrimas insistiam em surgir.

Por enquanto, a distância entre eles só aumentava, e, pelo jeito, nenhum dos dois estava pronto para dar o primeiro passo para reverter isso.

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