Era uma manhã qualquer de sol forte em que a brisa do mar trazia um pouco de frescor para o calor do dia. Carol caminhava pela areia, as ondas quebrando suavemente à sua esquerda, enquanto conversava com Pri. O assunto, como muitas vezes ultimamente, era seu divórcio conturbado.
— Não pode ficar se culpando, Carol – disse Pri, olhando para a amiga com preocupação genuína.
— Eu sei, só... não consigo parar de pensar que podia ser diferente – respondeu Carol, a voz carregada de um misto de tristeza e frustração. — Sabe, fizemos tantos planos e...
A frase ficou suspensa no ar enquanto Carolana, absorta em seus pensamentos, esbarrou em alguém. O impacto foi breve, mas forte o suficiente para tirar Carol da espiral de incertezas em que se encontrava. Ao olhar para a frente, encontrou uma mulher com o olhar concentrado no celular.
— Ei, cuidado – disse Carol, um sorriso nervoso aparecendo em seu rosto.
— Desculpa, eu... — começou a mulher, visivelmente envergonhada, antes de perder-se nas palavras. — Não, Rafa, não é com você. Eu ligo depois, tá bom? – Sua voz era suave, mas decidida, enquanto voltava a focar na conversa ao telefone.
— Não se preocupa, eu tava distraída também – Carol tentou ser gentil.
A mulher abriu a boca para responder, mas foi interrompida pelo toque insistente do celular que vibrava em sua mão.
— Rafa, eu disse que estou chegando. Segura essa reunião só mais um pouco – ela parecia frustrada, como se tivesse um dia cheio pela frente.
— Atrasada? – perguntou Carol, com um leve tom de brincadeira, tentando quebrar o gelo.
— Demais. Olha, me desculpa, tá? – A mulher se despediu rapidamente, afastando-se com uma expressão de pressa.
— Uau! Que cena de filme – brincou Pri assim que a mulher se afastou, um sorriso travesso no rosto.
— Tá maluca? – respondeu Carol. Ela olhou para trás, observando a mulher se afastar, o sol iluminando seu cabelo.
— Qual é, você nem divorciou direito e já tem uma mulher esbarrando em você, literalmente – Pri estava se divertindo com a situação, e Carol não conseguia evitar uma risadinha nervosa.
— Pri, pelo amor de Deus, essa menina deve ser uns dez anos mais nova – Carolana tentou desviar o assunto.
— Detalhe bobo – disse Pri, gesticulando em direção à mulher que já estava a uma distância considerável. — Olha aquela mulher!
— Tá querendo adotar uma criança, Priscila? – provocou Carol, divertida, mas ainda se sentindo um pouco atordoada.
— Só estou dizendo que as coisas boas da vida devem ser apreciadas. E aquela mulher, com toda certeza, é uma coisa muito boa da vida – Pri estava inabalável, com um brilho malicioso nos olhos.
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𝐑𝐄𝐋𝐈𝐆𝐈Ã𝐎 - 𝐶𝑎𝑟𝑜𝑙𝑎𝑛𝑎
Fanfiction𝐀𝐧𝐚 𝐂𝐚𝐫𝐨𝐥𝐢𝐧𝐚, central da seleção brasileira de vôlei, enfrenta um divórcio doloroso enquanto se prepara para as Olimpíadas de Paris. Durante esse período turbulento, ela conhece Beatriz Mendes, uma jovem repórter que documenta os bastidor...