Mark
Fico deitado no sofá da sala de estar pensando nela, pensando em como eu queria dar um soco no rosto de George depois de ver ele abraçar e beijar a Lindsay. Mas eu não posso, Lindsay não pode saber, eu preciso me aproximar dela mais ainda e se ela souber que George é meu primo, acabou para mim porque ela escolheria o George.
Fui atrás dela na loja depois de Dorian ter dito que Veronica iria com as amigas, tive que comprar uma calcinha para disfarçar, senão ela descobriria. Agora que sei que ela é namorada do George, tenho motivação de sobra para continuar com isso.
Pego no telefone para contar para os meus amigos, porque não dá para esconder deles, principalmente quando preciso de ajuda com alguns conselhos.Os fodões
Eu: Voltei com novidades. Tentem adivinhar o que é.
Justin: Beijou a Lindsay?
Eu: Não.
Chris: Dormiu com a Lindsay?
Eu: Apenas na mesma cama, nem toquei nela.
Dorian: Lindsay terminou com o namorado?
Eu: Quem me dera!
Dorian: Então, diga de uma vez.
Chris: Você gosta de ir direto ao assunto, Dorian, mas deu muitas voltas na coitada da Veronica.
Dorian: Isso não é sobre mim.
Justin: Mas ele tem razão. Diga de uma vez, Mark, tenho que trocar fraldas.
Eu: Está bem. Eu vi o namorado da Lindsay. Ele é o meu primo.
Justin: O quê?
Dorian: Nãooooooooooooo.
Chris: Problemas de família é foda.
Eu: Lindsay não sabe e acho que George também não sabe.
Justin: E o que pretende fazer?
Chris: Obviamente desistir, não é?
Eu: Negativo.
Dorian: Eu gosto de drama, mas acho que isso é demais.
Chris: Ela vai descobrir a qualquer momento.
Eu: Não até conseguir o que eu quero.A campainha toca, enquanto estou distraído numa conversa séria com os meus amigos. A TV está ligada, mas não vejo nada e por cima da mesa tem alguns aperitivos e vinho. Levanto e espreito no olho mágico antes de abrir, mas alguém cobriu. Abro a porta a um nível seguro, depois vejo que é meu querido primo.
— O que você faz aqui? — deixo ele entrar.
A minha relação com George nunca foi boa. Sempre fomos diferentes e com ideias diferentes, e não havia problema, mas George tornou a minha vida num inferno. Ele era o valentão na escola que não me deixava em paz, meu próprio primo.
George organiza festas e não me convidava, me humilhava na frente de todos, sempre que alguém tentava ser meu amigo, ele ameaçava a pessoa e depois elas iam embora, uma vez ele me trancou no balneário e fiquei lá até o dia seguinte e também já me agrediu lá com os seus amigos, mas meus tios não fizeram nada. Ele é dois anos mais velho, devia me proteger, mas fazia o oposto.
Ele também infernizou a minha vida na faculdade e me tratou como lixo, também disse que iria fazer de tudo para eu perder todo o meu dinheiro. Ele e seu pai têm feito de tudo para acabar com a empresa do meu pai e têm conseguido. Eles nunca gostaram de mim, eles querem me destruir.
Obviamente depois de tudo o que passei com George, vou saborear muito melhor a minha vingança. Lindsay não pode saber em circunstância alguma que somos parentes, pelo menos não agora.
— Vim conversar, o que mais seria? — ele permanece em pé e cruza os braços. Veste um casaco de couro e jeans, cobrindo as suas tatuagens.
— Pode dizer.
Seus olhos vagueiam pela sala, depois encontram os meus. — Quero que você fique longe da Lindsay, senão irá se arrepender.
Ele sabe.
Mas claro que sabe, ele apareceu no momento em que me despedi da sua namorada, deve ter visto tudo.
— Eu não entendi.
— Claro que entendeu. Eu vi quando você deixou ela em casa ontem, eu vi enquanto conversava com ela no shopping hoje. — Ele diz, ódio pode ser sentido em sua voz.
— Então você segue a sua namorada porque não se garante? Tem medo que eu fique com ela?
— Ela não ficaria com você. Você é um perdedor, Mark. Desistiu da própria empresa quando percebeu que tinha pequenos problemas, com certeza não seria homem suficiente para Lindsay.
— Você acha que ela gosta de você?
— Eu sei o que ela sente por mim. Diferente de você que deve estar na zona da amizade. Eu sei o gosto dela, eu deixo ela louca na cama, ela jamais me trocaria por você. — Passa a mão no cabelo.
Cerro os punhos com vontade de distribuir vários socos nele, gritar e amaldiçoar ele e seus pais, contar que passei a noite com Lindsay — mesmo que tenha sido de outro jeito —, mas não faço nada. Eu não vou fazer nada.
Eu não posso fazer nada.
Deixe os seus planos escuros e impenetráveis como a noite e quando você se mover, cair como um trovão.
Repito a fraze de Sun Tzu na minha cabeça várias vezes. A raiva não vai me ajudar nesse momento, eu não posso me sabotar, é isso que ele quer.
Respiro fundo e olho para ele. — Eu não tenho mais nada para te dizer. Já terminou?
Agora ele está com raiva. — O aviso foi dado.
— Já pode sair.
George caminha lentamente até a porta, que depois bate com força quando fecha. Puxo os meus cabelos para me controlar e sento no sofá, tentando afastar toda a raiva que eu sinto. Como é possível que meu pai tenha um irmão tão podre que gerou um ser ainda mais podre? Odeio George, por isso vou me divertir bastante com a sua derrota.****
Chegou a segunda-feira, parecia que o final de semana nunca acabava, mas felizmente acabou. Acordei cedo para o trabalho e agora estou na minha sala, pensando em tudo o que George disse ontem. Comparado com as outras vezes, acho que foi simpático até.
Trabalho na Firebox, a empresa que os White têm mais ações, principalmente Henri, juntamente com a irmã e o ex-cunhado do Christopher. Eu trabalho como diretor geral de Marketing, por isso toda a questão de publicidade, marketing são tratadas por mim e pela equipe que lidero.
A Firebox é uma de comércio eletrônico, uma das melhores do país, tenho orgulho em saber que parte dessa grandiosidade foi graças ao meu trabalho. Afinal, o que seria de uma empresa sem uma boa divulgação?
Tenho um bom salário, tenho um cargo de peso e George ainda insiste em dizer que sou um perdedor. Mas eu devia ficar feliz por ele não me ver como uma ameaça, desse jeito o golpe será fatal.
Eu tive que abrir mão da minha empresa porque percebi que apenas desse jeito poderia resgatá-la. Pelo menos, eu espero conseguir e salvar todo o trabalho que meu pai e meu avô tiveram.
Henri entra na minha sala com dois copos de cafés e deixa por cima da mesa. Ele terminou a faculdade e agora começou o estágio na empresa, para conhecer e aprender mais, afinal ele é um dos maiores acionistas.
— Tenho tentado me acostumar com tudo isso. — Ele endireita a gravata e senta na minha frente. — Já que em breve não serei um simples estagiário por aqui.
— Você vai se sair bem.
— Não parece muito motivado hoje. O que foi?
— Problemas com a família, você entende.
— Entendo perfeitamente. Às vezes me pergunto quando a minha mãe vai gostar de mim, mas há coisas na vida que temos que simplesmente aceitar. — Pega o seu café.
— Eu sei disso.
— Então, você disse que precisa da minha ajuda. Há alguma coisa que eu posso fazer por você?
— Sim. Mas antes, eu quero ajudar você. — Sorrio.
— Como? Com o quê? — ele parece confuso.
— Henri, você é uma das pessoas mais poderosas aqui, mesmo sendo muito jovem, então você precisa aprender a usar esse poder.
— Eu não queria todo esse peso para cima de mim, mas o que eu posso fazer? — dá um gole no café. — Em algum momento iria acontecer.
— É um peso, mas vai ficar mais leve com o tempo.
— Eu aceito o seu treinamento. Aprendo com você, aprendo com Christopher e com Evangeline e vamos ver como as coisas correm.
— E para deixar claro, eu preciso da sua ajuda para fins malvados. — Digo.
— Desde que não seja ilegal...
— Completamente legal. — Tranquilizo-o.
Conversamos mais um pouco e depois regresso ao trabalho, quando Henri deixa a minha sala. Sou pura concentração nas primeiras horas, mas depois penso se devo ligar para Lindsay. George tem razão numa coisa, ela não deve olhar para mim como homem, então eu tenho que mudar isso. O que tenho que fazer para deixar de ser um simples amigo?
Desisto de ligar e trabalho o resto do dia, sem me importar em fazer uma pausa para o almoço. Não tenho apetite quando as palavras de George surgem na minha cabeça. Eu sei que ele está errado, mas não deixo de ficar com raiva.
Mas eu preciso ser paciente.
Felizmente, ninguém é mais paciente do que eu.

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Storie d'amoreMark Rosberg era amável e agradável, uma pessoa muito boa, mas isso era tudo o que as pessoas viam. Após perder os pais no início da adolescência, seu coração estava com sede de vingança e estava disposto a tudo para recuperar tudo o que é seu. ...