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Nossa tava um sol na rua, algumas pessoas me olhavam e cochichavam.

- Amiga do céu, porque não fomos de carro - reclamei.

- Para de reclamar... estamos chegando - falou Lari.

- Calor da porra - falei.

Olhei para uma quadra onde tinha várias crianças brincando e é tão bom vê que nem parece que estamos em uma favela com a felicidade no rosto delas.

- chegamos - falou Lari.

- Oiii pai - falei e o mesmo estava conversando com um rapaz alto e loiro, quando se virou eu arregalei o olho.

SE CONTROLA

MEU DEUS COMO ELE TÁ LINDO

O QUE ESSE HOMEM TOMOU PARA FICAR DESSE TAMANHO?

- Olha só quem voltou - falou Caim com um sorriso malicioso de lado.

- Caim, sua moto ficou em R$2.500 pra arruma faz o pix nesse CNPJ - falou meu pai bravo me olhando.

- Pai a mãe mandou eu vim te chamar para almoçar e comprar a coca. - falei.

- Estou indo filha - falou meu pai pegando o dinheiro da mão do Caim e contando - Certinho, aqui a chave - falou entregando mas antes do Caim pegar ele puxa novamente - Você pode ser o Dono do Morro, mas não quero você perto da minha filha
- falou é Caim riu pegando a chave e saindo.

Descemos nos três conversando, antes passamos para pegar uma Coca e fomos almoçar.

Quebra tempo

- Filha, me ajuda a lá na escola? Está faltando gente... essa é a semana de festa junina então tá uma correria - falou eu ri.

- Claro que ajudo, mas só essa semana mãe - falei e ela concordou.

Chegando na escola eu fiquei chocada com a falta de estrutura para uma crianças estudarem, mal brinquedos e material para aprendizado tinha.

- Mãe? Como a Senhora consegue dar aula aqui? Como que a mãe dessas crianças deixa uma criança frenquentar essa escola - falei chocada.

- Filha já pedi para o Caim, mais ele sempre inventa uma história ou conversinha que não tem recurso para fazer reforma - falou e eu revirei os olhos.

Caim ele montou essa escola prometendo mil e uma coisa, mais acabou abandonando o projeto de focando mais em bailes.

As crianças iam chegando nas salas e organizamos elas sentadas em umas almofadas no chão.

- Olá, meus amores eu sou a Professora Na - falei sorrindo.

Conversamos e brincávamos com as crianças, mas tinha uma menina que estava no cantinho brincando sozinha com Lego de montar.

- Olá princesa - falei passando a mão em seus cabelos ela me olhou e voltou sua atenção para seus brinquedos - Nossa que legal, está montando um castelo? - falei e ela me olhou sorrindo.

- Sim, esse castelo e para quando eu tiver uma família completa com mamãe, vou morar nele - falou.

- Entendi, então que tal a gente montar um bem grandão, posso te ajudar? - falei sorrindo.

Ela concordou e ficamos lá montando, deu o horário do almoço e montamos trenzinho para ir almoçar e o prato era arroz, feijão, estrogonoff de frango e fruta era laranja.
Todos estavam comendo menos a garotinha de hoje mais cedo, caminhei até ela.

- O que foi princesa? - falei.

- Não quero comer - falou e escutei sua barriga roncar.

- Por que não? - falei e ela ficou olhando para comida e depois para mim e se aproximou do meu ouvido.

- Eu não consigo comer sozinha - falou baixinho no meu ouvido.

Me sentei ao seu lado e fui ensinado ela a como comer sozinha, ela estava conseguindo só precisava de um incentivo.

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