𝟘.𝟙-𝕋𝕣𝕒𝕧𝕖𝕝

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   Eu estava tranquilo enquanto observava a cidade pela janela do apartamento, foi quando ouvi minha mãe falando ao telefone com alguém. Eu a olhei.

- Olha, eu sei que é bom para a empresa e tals, mas não tem como me transferir para outro lugar? - parecia preocupada. Depois de uns segundos ela continuou: - Sei que é apenas temporário, mas não tem outra escolha mesmo? Tipo, por essa região? - ela fez outra pausa. Parecia concentrada e pensativa no que a pessoa do outro lado da linha estava dizendo. Ela, então, suspirou e disse: - Está bem, eu vou... Mas será por quanto tempo? - ela arregalou os olhos depois da resposta que obteve. - Três semanas? As férias inteiras? Nem vou poder aproveitar meu tempo com meu filho? - pude ouvir um belo "não" de um homem, aparentemente chefe dela. Na mesma hora, ele desligou a chamada.

   Ela distanciou o celular da orelha, então o pôs no sofá, se sentando no mesmo com as mãos na cabeça. Me aproximei.

- O que aconteceu? O que vai fazer durante as minhas férias? - perguntei curioso.

- Bom... - ela me olhou. - Vou fazer um pequeno trabalho no escritório de outra cidade...

- Ah, legal! - sorri. - Que cidade?

- A mesma cidade de seu pai.

- Parabéns, mãe! - eu parei para pensar um pouco. - Mas... Isso significa que...

- Terá que ficar na casa de seu pai por um tempo.

   O sorriso da minha empolgação se foi. Meu orgulho sobre ela se tornou uma decepção sobre mim.

- Sério mesmo? - perguntei meio abatido.

- Será só por três semanas, passa rápido.

- Três semanas é as férias do meio do ano todo! Vou mesmo ter que ficar naquele fim de mundo?

- Eu sei, querido. Vai passar rápido, pode apostar. Agora vá arrumar suas malas. - ela se levantou, indo para o banheiro e fechando a porta atrás dela.

   Fiquei sozinho na sala por uns momentos, mas depois fui até meu quarto, arrumar as minhas malas. Enquanto estava dobrando uma calça para colocar na bolsa, simplesmente pensei o quão ruim seria. Bom, vou contar o porquê:

   Ano passado, assim que eles se separaram, eu fui morar com meu pai por uns três meses. Foi bem terrível! Levei coice do maldito cavalo que ele tinha, cai na lama... Enfim, foi puro derradeiro da minha vida. Desse dia em diante, vim morar com a minha mãe e agora estou aqui, me preparando para voltar... Chega a ser decepcionante.

   Bom, mas quando eu menos esperava, já estava dando o horário para sairmos de casa. Coloquei mais umas peças de roupas na mala e logo saí do quarto. Fomos do apartamento até a estação de trem, eu estava cabisbaixo.

   Sei que o destino pode não ser muito bom, mas o que importa será as poucas horas de paz antes de chegar lá. No trem, olhando pela janela, avistei um mar qualquer, era grande e podia-se ver algumas aves, como tucanos, voando de um ponto para outro. Além de ter uma grande ilha mais à frente... A vista é linda.

   Uns segundos depois, minha mãe tentou puxar um assunto.

- Então... O que planeja fazer assim que chegar? - ela perguntou, meio hesitante.

- Me trancar no quarto seria uma opção? - eu dei uma leve risada.

   Ela riu e disse:

- Talvez seja... Mas, falando sério, faria o quê?

- Acho que vou ver televisão. Não sei.

- Tenta se divertir lá, tá bom? Pode parecer chato e tals, mas pode ter algo que lhe agrade, né?

- Hum... Não, nada me agrada no campo.

- Mas você sabe que ele tem um vizinho que tem um filho da sua idade, certo?

   Eu a olhei.

- Sério mesmo?

- Sim! Eles se mudaram esse ano quase.

- Bom... Vou tentar falar com ele.

   Depois de uns instantes, nós já estávamos quase chegando na cidade de meu pai. Descemos do trem e fomos até a casa dele com a ajuda de um táxi. Chegamos na casa dele. É feita de tijolos e pintada de um branco meio envelhecido, o telhado com as lajes de cor laranja e em formato triangular. O quintal vasto de grama e um grande lago de carpas um pouco mais à frente do cercado que rodeava a casa. Um galinheiro próximo do lago e um curral com algumas vacas leiteiras.

- Filhão! - meu pai disse, vindo em minha direção e me abraçando logo depois.

   O que pude fazer foi apenas retribuir o abraço, mas de uma forma meio que sem jeito. Ele me disse para entrar e ajeitar as malas, assim fiz. Deixei os dois conversando sobre algo e adentrei na casa. Fui até meu antigo quarto e comecei a desfazer as malas. Depois de ter desfeito, desci até a sala. Minha mãe já havia ido embora.

   Na sala, coloquei meu celular para carregar e me sentei no sofá. Pensativo, acredito que pode ser diferente, mas não tenho certeza disso. Minha madrasta, Luna, veio em minha direção.

- Yongbok, querido, quer me ajudar à tirar leite das vacas depois do jantar? - ela perguntou.

- Luna, sinceramente, não quero não.

   Ela sempre me chamou de Yongbok, desde a época que era apenas uma amante do meu pai.

- Tem certeza? Pode conhecer o Bokkie, o novo bezerro que nasceu anteontem.

- Já disse que não quero, que coisa. - me levantei e fui até meu celular, que havia carregado o suficiente para poder ligá-lo.

   Com ele ligado, me sentei no sofá novamente. Luna não falou mais nada, então se levantou e foi para a cozinha, preparar o jantar.

 Luna não falou mais nada, então se levantou e foi para a cozinha, preparar o jantar

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(899 palavras até que é um bom número para um primeiro capítulo, né? Ksks.)

Vejo você no próximo capítulo, beijinhos da Gih ❤️

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⏰ Última atualização: Nov 04 ⏰

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𝐓𝐇𝐄 𝐍𝐄𝐈𝐆𝐇𝐁𝐎𝐑 - 𝐻𝑦𝑢𝑛𝑙𝑖𝑥Onde histórias criam vida. Descubra agora