-002- Consequências

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— QUE MERDA ACONTECEU AQUI? - Ouvi uma voz estranhamente familiar, mas nunca a ouvir gritar tão alto - NÃO É POSSÍVEL QUE TEMOS APENAS FILHOTES EM NOSSA GUARDA!
— Senhor fomos pegos de surpresa e todos estávamos fracos, tinha algo em nossa água que não podemos identificar, nos enfraqueceu! - falou um dos guardas
— LEVEM A ÁGUA PARA ANÁLISE E LIMPEM TUDO - seu poder de ordem foi como de um alfa porém nem chegou perto ao poder que o alfa Leon tinha.
— Querida! - minha mãe falou ao me ver acordando
— O que aconteceu? Onde eu estou?- eu estava muito atordoada e não conseguia reconhecer o cômodo que estava naquele momento.
— Calma querida estamos bem e seguras.
— Cadê meu pai? - perguntei assim que lembrei o que eu tinha presenciado.

Ouvir o choro da minha mãe tão agudo e sombrio após a minha pergunta, partiu meu coração.

— Senhorita infelizmente nosso Alfa e Beta não sobreviveram ao ataque. - direcionei meus olhos até aonde a voz grave vinha, era o primeiro comandante da guarda alfa, Isaac. Estava vestido com sua armadura de couro e aço, ele era alto com cabelos grisalhos ao meio do marrom brilhante e olhos verdes, ele era irmão mais novo do alfa, perdeu a linha de sucessão com o nascimento de Maxwell, o filho mais velho do alfa e com certeza o cara mais bonito que eu já tinha visto.
— Querida estamos na Casa da matilha em um quarto do pânico. - explicou minha mãe.

Eu olhei ao redor e precisava urgentemente de ar fresco, me senti claustrofóbica naquela sala, entrei em desespero, me levantei e corri sem rumo, passei Isaac e minha mãe, sem deixá-los me segurarem, corri por corredores estreitos até chegar na parte social da casa, ao dobrar em um dos corredores dei de frente com algo duro como aço.

— Ai! Sua idiota! - era meu irmão Abraão
— Não precisa falar assim com ela Aba! - Max o repreendeu tocando em seu ombro e me ajudando a levantar - Você está bem?
— Desculpe eu me perdi estava sufocada e saí correndo não sei o que deu em mim...
— Calma, respira e fala devagar! - Max segurou minha mão e com a outra botou um dedo na minha boca para me impedir de falar.

Ouvi um grunhido e meu irmão pegou as malas e saiu.

— Não liga pra ele. - Max me olhou e acariciou minha cabeça e deu um beijo na minha testa, saiu logo em seguida me deixando sozinha no corredor.

Logo minha mãe e Isaac chegaram atrás de mim.

— Pra onde eles vão? - perguntei
— Quem? Max e Aba? - Isaac perguntou
— Sim - respondi sem nem ao menos o olhar
— Eles estão indo para grande viagem
— Mas eles têm 17 anos, ainda não tá na hora - me desesperei, por que isso significava que eles iriam ficar 2 anos longe da nossa casa, era tempo demais longe do Max porém preferia que Aba nem voltasse.
— No momento não é a idade e sim a necessidade que está no controle, eles precisam aprender o quanto antes.

Por um momento tinha esquecido do que aconteceu, o desespero voltou e eu comecei a hiperventilar, meu coração acelerou e eu quase caí por perder as forças das minhas pernas.

Minha mãe me segurou, me abraçou e pediu pra eu me acalmar.
Eu me soltei dela e pedi pra ir lá fora, ela me segurou mais forte, mas eu precisava ver como estava lá fora.

Não tinha mais corpos, só as manchas de sangue e neve. Cadeiras e mesas quebradas e comida jogada por todos os cantos, muitos funcionários da casa da matilha estavam andando e correndo para todos os lados tentando limpar o mais rápido possível, para tentar voltar a uma falsa normalidade.

A neve ainda caía fina e macia, o frio me deixava ainda mais deprimida, prestei atenção que os rapazes já estavam entrando no carro.

Max acenou dando tchau e me mandou um beijo e mexeu os lábios falando "me espera", meu irmão o puxou para dentro do carro e eu acompanhei com os olhos até eu não conseguir mais ver o carro deles.

Herdeira proibida - Livro 1Onde histórias criam vida. Descubra agora