S/n pov.
O sol começava a se pôr, lançando uma luz suave pela janela do nosso quarto. O cheiro do jantar que havia preparado ainda pairava no ar, mas minha atenção estava totalmente voltada para Lucy, que estava repousando na cama, com a perna enfaixada após a cirurgia no joelho. Era difícil ver minha esposa assim, tão vulnerável, mas eu estava determinada a cuidar dela.
"Oi, amor," disse ela com um sorriso fraco, tentando se sentar um pouco, mas a dor era evidente em seu rosto. Eu rapidamente fui até ela, ajudando-a a se acomodar nos travesseiros.
"Oi, meu bem. Como você está se sentindo?" perguntei, apertando sua mão suavemente.
"Melhor agora que você está aqui," respondeu ela, seus olhos brilhando com aquele calor que sempre me fez apaixonar por ela. Lucy era forte, uma verdadeira guerreira dentro de campo, mas agora, a fragilidade era palpável.
Após garantir que ela estivesse confortável, fui até a mesa e trouxe uma bandeja com um pouco de comida. "Eu fiz seu prato favorito. Espero que ajude a melhorar seu humor," disse, colocando a bandeja ao seu lado.
"Você sempre sabe como me agradar," ela disse, dando um pequeno risinho. "Você é a melhor esposa do mundo, sabe disso, né?"
"Talvez eu tente," brinquei, alimentando-a com uma colher. Cada garfada que ela tomava era uma pequena vitória. Ver Lucy recuperando-se era o meu maior desejo, e enquanto ela se recuperava, eu estava ali para garantir que o fizesse com amor.
Depois do jantar, decidi que era hora de um pouco de distração. "Que tal assistirmos a um filme? Você escolhe," sugeri, enquanto pegava o controle remoto.
"Pode ser um filme de ação. Eu quero ver explosões e coisas legais," Lucy respondeu, um brilho divertido em seus olhos.
Sorrindo, selecionei um filme cheio de adrenalina. Enquanto assistíamos, eu a observei, admirando a forma como ela tentava se concentrar na tela, mesmo com a dor. Entre as cenas de ação, eu fazia pequenas pausas para massagear suavemente seu pé, fazendo-a relaxar.
"Você sabe que eu tenho que voltar a jogar, né?" Lucy disse, sua voz um pouco mais séria. "Isso não pode me segurar por muito tempo."
"Eu sei, amor. E estarei aqui em cada etapa do caminho," assegurei, olhando em seus olhos. "Mas agora, precisamos nos concentrar na sua recuperação. Não apresse as coisas."
Ela assentiu, um pouco mais calma. "Você tem razão. Às vezes, eu só quero voltar ao campo, sentir a grama sob meus pés. Mas você tem sido incrível, obrigada por cuidar de mim."
"É para isso que serve o amor," respondi, sorrindo. "E não se esqueça, você é uma lutadora. Essa cirurgia é apenas um pequeno obstáculo. Você vai superar isso."
O filme continuou, mas as palavras que trocamos ficaram ecoando em minha mente. Eu sabia que, juntos, enfrentaríamos essa fase e que, em breve, veríamos Lucy de volta ao campo, brilhando como sempre. O amor que sentimos um pelo outro era a força que nos guiava, mesmo nos momentos mais difíceis.
E assim, a noite passou, cheia de risos, cuidados e promessas silenciosas. Eu estava ali, ao lado da mulher que amava, pronta para enfrentar qualquer batalha, uma de cada vez.
Os dias que se seguiram à cirurgia foram um misto de desafios e pequenas vitórias. Lucy estava determinada a se recuperar rapidamente, mas eu sabia que cada movimento exigia paciência e cuidado. O fisioterapeuta vinha todos os dias, trazendo exercícios e técnicas para ajudar na reabilitação. Eu assistia, sempre ao lado dela, pronta para oferecer apoio.
"Certo, Lucy, vamos tentar mais um pouco," disse o fisioterapeuta, enquanto Lucy se preparava para levantar da cama. Eu podia ver a determinação em seu olhar, mas também a sombra da dor que ainda persistia.
"Você consegue, amor. Eu estou aqui," encorajei, segurando sua mão enquanto ela tentava se equilibrar. A cada passo, sua expressão mudava entre esforço e alívio, mas ela não desistia.
"Um passo de cada vez," murmurei, lembrando-me das palavras que ela sempre dizia antes de entrar em campo. E assim, com muita paciência, ela começou a caminhar lentamente pelo quarto, seus olhos fixos em mim como se eu fosse sua âncora.
Depois da sessão de fisioterapia, decidimos fazer uma pausa. Eu preparei um banho quente para ela, sabendo que o calor ajudaria a aliviar a tensão muscular. Enquanto ela relaxava, eu me sentei ao seu lado na banheira, conversando sobre tudo e nada. Era um momento íntimo, onde podíamos esquecer temporariamente as dificuldades.
"Você se lembra da nossa primeira viagem juntas?" Lucy perguntou, seus olhos brilhando com a lembrança.
"Claro! Aquele fim de semana na praia. Você ficou tão animada quando me ensinou a jogar vôlei de praia," respondi, rindo ao lembrar como ela tentava me ensinar a técnica, mas acabamos rindo mais das minhas tentativas desastradas.
"Eu ainda tenho as fotos dessa viagem. Devíamos fazer algo assim de novo quando você estiver recuperada," ela sugeriu, sonhando acordada.
"Com certeza! Vamos planejar isso. E quem sabe, você já estará jogando novamente até lá," incentivei, enquanto ela sorria, o brilho no olhar se intensificando.
Os dias se tornaram uma rotina de fisioterapia, cuidados e momentos de descontração. Eu sempre buscava formas de surpreendê-la, seja preparando seu prato favorito ou organizando maratonas de filmes. A cada pequeno progresso que ela fazia, meu coração se enchia de orgulho.
Uma tarde, enquanto estávamos sentadas no sofá, Lucy se virou para mim, seu olhar sério. "S/n, eu quero te agradecer por tudo. Você tem sido meu pilar durante essa fase."
"Eu não faria isso por mais ninguém. Você é meu amor, e estou aqui para te apoiar em cada passo," respondi, pegando sua mão. "E lembre-se, você vai voltar a jogar, e eu estarei lá na primeira fila para torcer por você."
"Eu mal posso esperar," ela disse, um sorriso se formando em seus lábios. "E quando isso acontecer, prometo que vamos jogar vôlei novamente na praia. Desta vez, vou te ensinar de verdade."
Os dias se transformaram em semanas, e a recuperação de Lucy estava avançando. Ela começou a se mover com mais confiança, e a cada pequena conquista, eu sabia que o campo não estava tão distante assim. As noites eram preenchidas com risadas e amor, enquanto eu a apoiava em cada passo do caminho.
E, em meio a tudo isso, percebi que a verdadeira força não estava apenas em sua determinação para voltar a jogar, mas na conexão que estávamos fortalecendo. Juntas, nós éramos imbatíveis, e eu sabia que, não importava o que acontecesse, sempre estaríamos lado a lado, enfrentando cada desafio que a vida nos apresentasse.