Julia pov.
As Olimpíadas haviam sido uma experiência indescritível. O calor da competição, o apoio incondicional da equipe e a adrenalina dos treinos eram algo que eu nunca esqueceria. No entanto, algo que eu não esperava foi o quanto me aproximei da seleção de futebol, especialmente de S/N. Desde que nos conhecemos, havia uma conexão que parecia transcender a amizade.
Era um dia ensolarado e estávamos todos treinando juntas, a equipe de ginástica e a equipe de futebol, aproveitando a energia do momento. S/N sempre tinha um jeito especial de trazer alegria aos treinos. Sua risada era contagiante e, mesmo nas horas mais difíceis, ela conseguia fazer com que todos se sentissem à vontade.
Eu estava no meu espaço habitual, ensaiando algumas rotinas novas, mas não conseguia deixar de lançar olhares para S/N e Flávia, que estavam se divertindo em um canto. Elas estavam brincando, fazendo malabarismos com a bola de futebol e rindo alto. A forma como S/N olhava para Flávia, com aquele brilho nos olhos, começou a me incomodar mais do que eu gostaria de admitir.
"Ela é só amiga", eu pensava, tentando me convencer. Mas a verdade era que havia algo mais, e eu não conseguia ignorar. Eu tinha sentimentos por S/N que eram mais profundos do que qualquer amizade. E ver ela tão próxima de outra pessoa, mesmo que fosse uma amiga, me deixava um pouco enciumada.
Enquanto eu tentava me concentrar, não pude deixar de ouvir as risadas delas. Flávia estava fazendo uma imitação engraçada de um jogador de futebol, e S/N estava completamente envolvida, rindo até não poder mais. E, por um momento, me perguntei se ela pensava em mim da mesma forma que eu pensava nela.
A brincadeira continuou, e eu me senti um pouco deslocada. A cada risada que escapava de S/N, meu coração apertava um pouco mais. Eu não sabia se era ciúmes ou apenas o medo de perder essa conexão especial que tínhamos construído.
Finalmente, não consegui mais me conter. Caminhei até onde estavam, tentando parecer despreocupada.
— O que está acontecendo aqui? — perguntei, tentando esconder a inquietação na minha voz.
Flávia sorriu, percebendo a mudança no clima.
— Estamos apenas nos divertindo! Você deveria se juntar a nós, Julia! — ela disse, piscando para mim.
S/N olhou para mim com um sorriso genuíno, e meu coração derreteu. Havia algo tão autêntico em seu olhar que me fez querer me aproximar ainda mais.
— É, vem cá, Julia! — S/N convidou, batendo a mão no chão ao meu lado. — Vamos fazer uma competição de habilidades!
Enquanto eu me juntava a elas, não pude deixar de notar como a energia mudou. A tensão que eu sentia parecia se dissipar um pouco. Nós começamos a brincar com a bola, fazendo passes e tentando criar jogadas criativas. A competição era divertida e leve, e por alguns momentos, consegui esquecer o ciúme que sentia.