cap 1 |chegada atrapalhada

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Eu estava correndo da queles monstros que agora começaram a me seguir, confesso que nunca tinha visto isso.

Eu estava correndo e tentando visualizar uma fenda, meu casaco sobre tudo balançava com o vento batendo de frente comigo, eu não vejo os monstros, apenas sinto eles correrem atrás de mim.

Eu consegui me lembrar uma fenda que tinham me falado, era um orfanato. Eu peguei uma caneta embutida no meu bracelete, logo fiz um desenho rápido no bracelete do orfanato e consegui ser teletransportada.

Quando eu fui para a fenda, em vez de eu cair no chão normalmente... Eu caí. Cima do orfanato! Estava chovendo e a noite, meu desespero tentou tomar minha respiração mas logo tento me apoiar em algum lugar mas acabou ficando em pé contra o telhado. Vi uma bomba passar bem na minha frente! Junto com outras pessoas com máscara de gás me encarando enquanto acontecia o loop.

A chuva molhava meu rosto e dificultava a visão enquanto eu me esforçava para me equilibrar no telhado escorregadio do orfanato. O trovão ecoava ao redor, quase sufocando o som dos passos dos mascarados lá embaixo, que me encaravam como se soubessem que eu não deveria estar ali. Tentei me manter calma, o frio da noite contrastando com o calor frenético do meu corpo após a fuga desesperada.

Precisava pensar rápido. A última coisa que queria era me tornar alvo deles, e, pela forma como apertavam suas armas, eu sabia que não hesitariam em me atacar. Tomei um fôlego profundo, tentando não demonstrar o pânico crescente. Olhei ao redor, buscando uma saída, mas o tempo parecia contra mim, cada segundo encharcado de perigo.

“Desça!”, uma voz fria ordenou, vinda de um dos mascarados. O tom autoritário me congelou no lugar por um momento, mas logo recobrei o controle.

Eu puxei a manga do casaco, revelando meu bracelete, e, com a mão trêmula, comecei a desenhar uma porta no telhado. Uma saída rápida, pelo menos para me livrar daquelas figuras ameaçadoras. No entanto, meu traço foi interrompido quando senti algo – ou alguém – puxar minha mão para longe. Antes que eu pudesse reagir, me virei, apenas para dar de cara com um par de olhos familiares, frios e intensos. Enoch.

“Então essa é a sua ideia de diversão?”, ele disse, a expressão indecifrável, mas com aquele sarcasmo que só ele conseguia ter. “Você nunca para de se meter em encrenca, não é?”

Uma parte de mim se sentiu aliviada ao vê-lo, mas outra parte sabia que ele não estava ali para me resgatar, e sim para me dar uma bronca. Eu sabia que ele me achava imprudente, e talvez estivesse certo.

“Eu só… estava fugindo de um bando de monstros que decidiu me perseguir. Não tive muita escolha”, rebati, tentando esconder o quão desestabilizada estava.

Ele suspirou, cruzando os braços, como se estivesse avaliando se valia a pena me ajudar. “Bom, você tem duas escolhas agora”, disse ele, levantando uma sobrancelha. “Podemos sair daqui, ou você pode esperar e ver o que acontece com quem invade esse loop.”

A chuva caía mais intensamente, e as figuras mascaradas ainda me encaravam lá de baixo. Senti meu coração disparar e, sem pensar duas vezes, me aproximei de Enoch, meu olhar se fixando no dele.

“E o que você sugere?”, perguntei, esperando que ele tivesse uma resposta para tirarmos ambos dessa enrascada.

Ele me lançou um olhar intenso antes de entrelaçar a mão na minha, sua expressão suavizando levemente. “Acompanhe-me. Mas não pense que vou facilitar as coisas para você.”

viajante {s/n X Enoch O'connor}Onde histórias criam vida. Descubra agora