.com grandes poderes vem grandes responsabilidades

49 11 2
                                    

Vamo mudar um pouco esse clichê aranha e fazer diferente dessa vez, pode ser?

Meu nome é Hwang Hyunjin e o dele era Han Jisung. Eu fui picado por uma aranha radioativa, e ele também. E por cinco anos ele foi o primeiro e único Homem-Aranha desse grandioso e patético universo.

Mas então, eu apareci.

Bonitinho, pronto pra acabar com todo o império que ele tinha criado e transformá-lo em algo meu.

Não me olha assim. Eu não fiz porque eu quis. Não era minha intenção tomar seu lugar. Mas eu não tive escolha.

Quando a aranha te pica, seu destino tá traçado até o fim da sua vida. O que é irônico, porque eu não posso morrer. É uma piadinha fodida do universo, mas fazer o que? Eu sou cagado, não tem como fugir.

E é assim que funciona com a coisa toda de ser herói. O que eu, particularmente, não era muito fã no início, afinal eu nunca fui um herói. Não antes de conhecer o Jisung.

Mas acho que essa história é longa demais para ser contada assim tão rápida, em uma pequena introdução de uma animação com tantas variantes.

Por isso não me incluíram no filme do Miles. Sabe aquele, do Aranhaverso e tudo. Eu tentei até. Mandei currículo, contei minha história. Mas os roteiristas disseram que o filme já seria longo o bastante para adicionar minha historinha trágica ao longa-metragem. Então eu fiquei sobrando. Mas é claro que eu não ficaria calado.

Não vão me silenciar!

Então senta essa bunda murcha nesse sofá mofado, cheio de baba e, eca, que nojo – eu sei o que você fez nesse sofá no verão passado, espertinho – e se prepare para ouvir a história mais emocionante, romântica e trágica que você vai ouvir na sua vidinha miserável. Superando até mesmo Titanic – pega na minha e balança, Jack.

As pessoas costumavam me chamar de Mercenário Tagarela, ou como eu preferia, Deadpool. E é, esse fui eu por nove anos. Até ser pago para matar ele. O amigo da vizinhança. O herói de Seul. O Homem-Aranha.

Para aqueles que não estão cientes, o meu ganha pão, meu trabalho honesto, ou talvez nem tanto, era aceitar serviços a troca de uma graninha. Sabe o famoso money? Era fácil colocar dinheiro no bolso daquela forma. Não que eu tenha chegado ao ponto de me prostituir, apesar de ser um trabalho tão digno como qualquer outro, mas a minha praia eram aqueles que envolviam minhas habilidades especiais, e não, não estou falando do que eu sei fazer com a boca, tem como você se acalmar, seu virjola pervertido? Eu estou falando sobre luta. Sangue e cabeça pra todo lado. Morte atrás de morte. Esse era o meu trabalho.

Uma morte era igual ao meu pagamento. E isso nunca foi um problema pra mim. Nunca tive dificuldade em enfiar a katana no meio de alguém e rasgá-lo ao meio. Não até conhecer ele.

Um chefão do crime me contratou para caçar o Homem-Aranha. Até aí tava tudo bem. Não deveria ser difícil matar um projetinho de aracnídeo que havia acabado de sair do ensino médio. Não é? Errado. Aquele filho de uma boa e amada mãe – que por sinal não visito faz um tempo, sinto saudades da minha sogra – se escondia por aquela merda de cidade como se estivesse invisível. Era quase impossível capturá-lo. É claro que houve vezes em que lutamos corpo a corpo e quase o peguei, mas ele sempre conseguia se levantar... Sempre conseguia fugir.

E eu tava quase desistindo. Para ser sincero, procurar aquele moleque ocupava muito do meu tempo, afinal, era pra ser mais fácil, e isso tava me custando uma grana que eu poderia estar ganhando matando algum ladrãozinho por aí ou até um chefão da máfia. Tudo isso por alguns milhões. É, o cabeça de teia tava muito bem valorizado.

.i love you 3000 | HyunsungOnde histórias criam vida. Descubra agora