"Uma reviravolta inesperada muda o destino de dois corações entrelaçados, levando-os por um caminho repleto de surpresas, desafios e um amor que desafia todas as expectativas."
Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.
Enquanto ela falava, eu tentava decifrar as expressões e reações dos meus pais e elas não eram nada boas e eu sabia que assim que a Ana terminasse de falar, minha mãe, principalmente, ia começar um sermão.
— Eu assisti tudo e no final depois do pedido da vó dela, eu não consegui dizer "não". Eu não podia dizer não. — meu pai coçou a cabeça e eu segurei a mão da minha namorada. — Eu não sei explicar, parece loucura ou até seja, mas senti algo diferente. No momento em que ela me encontrou, eu senti um desejo absurdo de proteger ela. Depois de tudo, antes de morrer dona Maria me pediu pra cuidar dela, isso sem ao menos me conhecer, ou ter me visto antes na vida. Ela tinha tanta certeza que eu cuidaria e protegeria a Aurora, confiou em mim e eu vi o quanto ela partiu tranquila em saber que eu estaria com a neta dela. Bem ali eu tive a convicção de que a Aurora tinha chegado pra mim, do jeito mais doido e improvavel possível, mas era pra mim. — Ana Flávia diz enquanto limpa algumas lágrimas que escorre no seu rosto. — Então eu trouxe ela pra casa. — soltou a respiração que prendia depois de dizer tudo.
— Depois que ela chegou em casa com a Aurora, nós conversamos e eu escolhi enfrentar e viver isso com ela. — ela sorriu fraco e deitou a cabeça no meu ombro. — A Aurora me encantou e foi surreal a mesma convicção que eu tive, depois de passar minutos admirando ela. — beijei o topo da sua cabeça tentando transmitir calma a ela. — É isso que eu queria contar pra vocês. Que nós queríamos. — aponto pra minha namorada e eu. — A nossa decisão já foi tomada e eu estou disposto a fazer tudo por ela. — Ana Flávia apertou minha mãe e o silêncio se instaurou na sala. — Agora nós temos uma criança.
— Eu não sei nem o que dizer. — minha mãe falou quebrando mais uma vez o silêncio. — Parece que vocês acabaram de me contar a história de um filme. — desviei o olhar apreensivo pro meu pai.
— Pai, fala alguma coisa. — pedi nervoso.
— Eu vou desmaiar de nervoso, bicho. — minha namorada falou baixinho e coloquei a mão na sua coxa.
— Se acalma... — falei só pra ela. — Respira devagar, eu tô aqui do seu lado. — ela pegou minha mão da perna dela e entrelaçou junto a sua.
— Filho, como vocês simplesmente trazem uma criança pra cá e decidem ficar com ela? — meu pai falou depois de algum tempo. — Vocês entendem a gravidade disso? — o aperto na minha mão aumentava gradativamente. — Vocês agiram por impulso e esqueceram totalmente a razão.
— Não é novidade pra ninguém que eu sempre fui muito mais coração. — rebati na defensiva.
— Gustavo, filho... a questão aqui não é essa. Vocês sabem a responsabilidade que é ter uma criança em casa? E ainda mais com a agenda e a vida corrida de vocês... — fala olhando pra gente. — Não é igual brincar de casinha. Isso é muito sério.
— A gente sabe que não, Marcos. — minha namorada falou. — A gente tem consciência disso, não é como se fôssemos dois irresponsáveis também.
