LUGAR 3: Onde ele vive.

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Daaron e Christine fizeram uma viagem muito longa. Por ele ficar na vaga de entregador, ela foi mostrando todos os bairros possíveis, nas adjacências da empresa.

- Você não tem horário para chegar em casa, Christine?

- Pior que não, minha filha está passando uns dias na casa dos meus pais.

- Ah, sim, que legal. E ela é muito apegada a eles?

- Sim, bastante. Até me pediu para alugar um apartamento próximo à casa deles.

- Deve ser legal ter uma família.

- Eu sou mãe solteira. Fora dos padrões de uma família tradicional, certo?

- A nossa família pode ser qualquer coisa, às vezes qualquer pessoa. Eu sou a minha própria família.

- Você não tem família, Daaron?

(Daaron ficou um bom tempo em silêncio).

- Ah, desculpa. Tem coisas que eu não deveria sair perguntando...

- Não, tudo bem, Christine. Com o tempo, se nós nos vermos uma próxima vez, eu te explico melhor.

- Sem problemas. Mas, outra pergunta meio invasiva. Onde fica sua casa?

- Silent Fac...

(De repente, Daaron dá uma freada na moto, jogando os dois no asfalto).

- Daaron! Você está bem? Meu Deus, você se machucou?

(Daaron fica mais preocupado com Christine e com a moto do que com ele mesmo).

- Estou bem sim, obrigado! E você? Se machucou, Chris?

(Daaron percebe que chamou Christine pelo apelido que ele costumava chamá-la).

- Estou sim... Obrigada... Espera, só tem uma pessoa no mundo que me chama de Chris...

(Daaron fica nervoso e começa a gaguejar).

- É-é, m-mesmo? Quem é s-seria?

- Meu ex.

- Jura? Desculpe...

- Tudo bem. Agora você também. Totaliza duas pessoas.

- Bem, se eu não aparecer amanhã no trabalho, saiba que peguei a conta por causa da pobre da moto...

- Ela quebrou?

- Acho que não, assim espero. O Sr. Petterson pediu para eu ter cuidado.

- Bom, não vou saber desse desfecho.

- Por quê?

- Por que trabalho home office, esqueceu?

- Ah, é verdade, tem razão.

- Bem, eu moro dobrando a esquina, então dá para ir a pé. Obrigada, Daaron, pela conversa, pela carona e pela queda.

- Ah, não há de quê. Precisando de uma carona, de uma conversa e de uma queda, estou por aqui, RS.

- Não, rs, tudo menos a queda. Daaron, está muito longe da sua casa?

- Não, eu chego tranquilo lá. Vou só abastecer a moto. Rodamos Paris inteira, rs.

- Tudo bem, tenha uma ótima noite. Cuidado por aí! Tchau! Até breve!

- Tchau, Chris... eu te... te... espero, um dia.

Daaron foi olhando Christine caminhar até sumir de sua vista, e quando ela dobrou a esquina, ele simplesmente fez um gesto com as mãos, e evaporou dali.

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⏰ Última atualização: Nov 05 ⏰

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