"It's so sweet, knowing that you love me... though we don't need to say it to each other, sweet"•••
- Dhu, você sabe que eu sou obcecada por seus doces. Fico tão feliz que tá tudo dando certo aqui na confeitaria, você merece todo o sucesso do mundo minha amiga! - as mãos se encontraram por cima da mesa, um aperto de incentivo.
Quando Diana recebeu a mensagem animada da mais velha, dizendo que finalmente havia conseguido um patrocínio para o estabelecimento, ela não acreditou, pulando de alegria na videochamada com ela e prometendo aparecer por lá mais tarde. Ela também havia dito que contratou uma nova pessoa para ajudar na preparação dos pãezinhos e doces, o cardápio que era cada vez mais ampliado, necessitava de uma ajudinha extra para que fosse realmente pra frente. Mesmo que essa pessoa tenha rendido alguns resmungos na ligação, a qual a loira ouviu bem um "Meu Deus, você queimou mais um lote de pães doces?". Vejam bem, caros leitores: Dhu sempre fora uma pessoa extremamente calma e simpática, mas nos últimos dois dias, Fátima havia tirado um pouquinho da tranquilidade da moça. Afinal, não era qualquer um que conseguia queimar quatro bandejas seguidas de pães. Sorrindo um pouco, Diana havia feito uma anotação mental para cumprimentar a moça que estava tirando Dhu do sério. Ela merecia um prêmio por tal ato.
Agora, ali na confeitaria, esperando o que devia ser apenas uma panqueca simples e rápida, ela repassava com a amiga todos os acontecimentos das últimas semanas. Mal acreditando que finalmente tudo estava dando certo. Desde que abriu, a confeitaria passava por altos e baixos, quer dizer... Mais baixos do que altos. A concorrente sabotava diariamente a 'Sonhos da Dhu' e parecia não cansar de falar mal por aí, atrapalhando os esforços da dona. Por que os ricos eram assim?
- Mas me conta, como a novata tá se saindo? Tem te dado muita dor de cabeça? - Diana lançou um olhar significativo para Dhu e ela revirou os olhos rindo
- Ela aprendeu a assar um pão, depois de muitos erros. Mas dou o braço a torcer, ela tá se esforçando - sorri e ela assente, admirando a paciência da amiga - A questão é que ela tá sempre com a cabeça nas nuvens, mechendo os dedos como se estivesse tocando uma música imaginaria e é bem desastrada - conta nos dedos os "defeitos" da nova funcionária
- Tô doida pra conhecer a pessoa que conseguiu tirar a tão inabalável Senhorita Dhu paz e calmaria do sério - cai na gargalhada
A tarde segue assim com as duas conversando amenidades e coisas sobre a confeitaria, e quase tão rápido quanto nasceu o sol se põe e deixa para trás o dia agitado. Diana se despede de Dhu, prometendo voltar no dia seguinte para ajudar a montar o designe do cardápio. Fazia algum tempo, mas ainda sentia os traços presentes em sua alma. Era como andar de bicicleta, nunca esqueceria a sensação e como fazer. Diana sempre foi uma pessoa que amava a arte, ainda ama, mas agora em segredo, no seu interior. Muito a contragosto, largou a faculdade para ficar com o marido em casa e cuidar da filha, seu bem mais precioso. Se arrependia de não ter dado continuidade, o sonho da loira era abrir uma joalheria com as jóias que ela mesma desenhava, mas precisou enterrar esse e mais tantos outros sonhos consigo em prol do casamento. Casamento... Estava mais para uma prisão.
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Angra dos Reis estava um forno! Diana mal podia esperar para dar um pulo na piscina de casa, mas antes precisava cumprir com o combinado e ajudar Dhu com os cardápios. Sinceramente, estava com uma preguiça enorme, porém a curiosidade para conhecer a funcionária de quem tanto a amiga falava (mais propriamente reclamava) martelava em sua cabeça e não a deixaria dormir a noite. Mesmo após sair do banho, sua pele suava e ignorou; meio a contragosto; a vontade de tomar outro banho. Pegou as chaves do carro e seguiu rumo a confeitaria, torcendo para que o calor melhorasse [...] Não melhorou. Foi a primeira coisa que passou por sua cabeça, assim que pisou o salto para fora do carro. O sol escaldante fazia Diana pensar em como estava dentro da cozinha e agradeceu aos deuses por não ter que entrar lá. Sorriu assim que viu Dhu e a cumprimentou com um abraço, sendo puxada logo em seguida pela a amiga que tagarelava sem parar sobre como estavam os preparativos para a festinha de um ano da confeitaria. Entre risos e conversas animadas, ela nem percebeu quando um barulho alto ecoou na cozinha, só quando Dhu mencionou.
Elas olharam ao mesmo tempo para a parte onde ficava a cozinha e o forno e quase como se lesse os pensamentos delas, Fátima levantou de trás do balcão, tossindo um pouco e levantando bastante farinha como se fosse poeira.- Desculpa mesmo Dhu, escorreguei na farinha molhada e nem percebi a bandeja de doces e meio que eu acabei pisando em dez ou onze brigadeiros no processo - começou a falar sem parar e Diana prendeu o riso, que fofa - e olha só, vou pagar por tudo tá?! Só não fica brava comigo... ah... oi... - o sorriso tímido brotou em seus lábios, meio envergonhada por falar tanto sem notar a presença da loira. Limpou as mãos no avental, meio atrapalhada. Diana pensou que não existia no mundo cena mais adorável que aquela. O rosto delicado cheio de farinha e o beicinho assoprando de leve a franja que insistia em cair nos olhos. Ah, os olhos. Como podiam parecer mais doces que chocolate? Provavelmente nenhum doce se compararia com aqueles olhos e sorriso. Sorrisos de açúcar. E farinha... Bastante farinha!
- Olá, sou a Diana - se apressou em levantar e estender a mão para a outra, que a olhou com um brilho diferente no olhar. O que não passou despercebido por Dhu, que observava curiosa a interação da funcionária e da amiga. O que estava acontecendo ali? Fátima desceu os olhos para a mão da loira e como um clique eu sua mente, finalmente pegou a mão dela. Macia e quente, sensações conhecidas para a morena, mas tão diferentes do que estava acostumada. Arrepios involuntários percorriam o seu corpo, enviando ondas de choque diretamente para seu cérebro e... Coração. O que era essa sensação crescente em seu peito? Diana se sentia igual, sem conseguir desconectar seus olhos dos de Fatima, que sorria tímida sem saber como e onde guardar todos os olhares que recebia da outra. Havia um compartimento da alma para olhares? Ou para sorrisos? Se havia, precisaria de um.
- Fátima, muito prazer - Diana sentido o estômago dar cambalhotas, tal qual um equilibrista de circo. O som do próprio nome e da palavra 'prazer' saindo da boca da mais nova, foi um presente ao seus ouvidos, que já se sentiam demasiado agradecidos por somente ter a presença dela ali - Me desculpa a bagunça, sou meio... Tá, muito desastrada. Acabo falando demais e quando vejo eu já... Enfim, perdão.
- Eu quem devia pedir desculpas, você aí toda linda e eu toda mal vestida - quis tapar a boca assim que as palavras sairam, como poderia ser pior? Respirou aliviada quando Fátima riu, as bochechas vermelhas por trás da farinha.
- Bom, pelo o menos você está limpinha - diz apontando para a loira - Tô horrorosa com esse tanto de farinha
- Acho que seria impossível você ficar horrorosa - Deus, por que ela não calava a boca?!
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A semana que havia começado muito confusa para Diana, seguiu um rumo ainda mais imprevisível com a chegada de Fátima em sua vida. Ela não sabia (ou sabia e não queria admitir) o que eram as constantes palpitações em seu peito. Tudo que ela sabia era que agora, toda a preguiça de ir à confeitaria havia ido embora e esse se tornara seu local favorito, tendo constantemente sua presença. Dhu, que tinha que implorar para a amiga sair de casa, estava estranhando o comportamento da loira nos últimos dias, e desconfiava que o motivo para Diana se tornar uma frequentadora assídua do estabelecimento, tinha nome, sobrenome e uma pitada de desastre em personalidade. A cada vinte palavras que saiam da boca da amiga, pelo o menos cinco eram perguntando de Fátima ou sobre Fátima. O vocabulário da outra só tinha isso agora e Dhu tinha quase certeza, que se enfiasse um bem casado daqueles na boca de Diana, ela daria um jeito de falar da funcionária só com o olhar. Por que até assim ela transmitia o que já estava óbvio para todos. Diana estava completamente caidinha por Fátima, ela só não havia percebido ainda...
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Oiê, decidi dividir em duas partes... Porque sim! Comentem o que estão achando nos parágrafos aaa.
Não sei quando vou postar a próxima parte, vou tentar escrever mais tarde e vejo se consigo dar uma rápida revisada.
É isso, espero que gostem, bjs ♥️✨