Uma semana depois
— Colocou todos os brinquedos, amor? Todos mesmo?
— Sim, não esqueci de nada, nem dos desenhos e lápis de colorir. — Diogo afirma e eu dou um selinho nele completamente empolgada. Estamos indo visitar o orfanato e enchemos a mala do carro de presentes dos mais variados tipos, ursos de pelúcia, tintas e pincéis além de muitas outras formas de incentivo à arte. — Podemos ir?
— Esperem a Mariana, ela foi ao banheiro. — Afonso pede enquanto mexe no celular encostado no carro. — Depois dessa visita você vai ter o resto do fim de semana de folga, Diogo.
— Ainda bem, mania feia essa sua de encher a agenda desse garoto de shows. — Resmungo abraçando o Diogo que ri do meu drama, ele sabe que sempre tenho reclamações a fazer do quanto a vida profissional dele nos deixa distantes. Eu sei que é o trabalho dele mas a parte inconsciente — e carente — do meu cérebro só quer tê-lo por perto todos os dias, toda hora, sem intervalos. — Já pensou no que vamos fazer nesse final de semana inteirinho juntos, amor?
— Eu ouvi final de semana juntos? Quem disse que você vai estar livre de trabalho, dona Paolla? — Mariana aparece colocando os óculos escuros no rosto e meu sorriso morre, não acredito que ela vai fazer isso comigo. — Sinto muito ser uma estraga prazeres mas a senhorita tem campanhas publicitárias pra gravar amanhã.
— Depois é o meu empresário que vive enchendo minha agenda de trabalho, não é mesmo? — Diogo me cutuca rindo e eu faço uma careta pra ele. — Mari, libera minha mulher vai, só dessa vez. A gente vem de uma semana cheia de compromissos, nos vimos terça-feira e hoje é sexta, tem noção da saudade que estamos um do outro?
— Desculpa mas não dá, trabalho é trabalho e ela vai ser toda sua depois que gravar os conteúdos que precisa.
— Depois eu que sou o empresário cruel. — Afonso brinca e todos nós rimos, ele se vira pra Mariana e fala: — Eles não entendem que só fazemos nosso trabalho, só isso.
— Exatamente, esses dois querem ficar grudados vinte e quatro horas mesmo sabendo que as profissões deles não permitem isso. — Ela diz o óbvio e entra no veículo em seguida. — Partiu orfanato, parem de se agarrar, seus safados.
— Vou ter que te largar por umas horinhas...— Choramingo soltando meu marido enquanto ele anda até a porta do passageiro para abri-la para mim. — Mas depois dessa visita o senhor é todo meu.
— Todo seu, não se preocupa. — Ele fecha a porta depois que eu me sento e se inclina pra me dar um beijo. — Te amo, carentezinha.
Diogo entra no veículo também e dirige até o orfanato, que fica mais ou menos uns quarenta e cinco minutos da nossa casa. Ao chegarmos no destino, entramos e somos recebidos inicialmente pelas cuidadoras das crianças e a responsável pela instituição. Elas nos desejam boas vindas, explicam como tudo funciona e fazem um tour pelo local nos mostrando cada detalhe.
Quando finalmente chegamos ao pátio onde as crianças estão reunidas ficamos extasiados com tanta alegria e energia boa. Elas pulam, nos abraçam e fazem a maior festa ao perceberem que estamos ali só pra passar um tempo com elas, tudo que querem é atenção. Afonso e Diogo buscam os presentes no carro e entregam a cada uma, ninguém fica sem receber e o brilho nos olhinhos delas me encanta. Mariana faz toda a cobertura da ação social com fotos e vídeos pras redes e eu me sento no chão pra brincar com elas, pintar e contar um pouco da minha história aos maiores. São crianças de todas as idades, tamanhos e personalidades marcantes. Fico me perguntando como alguém tem coragem de abandonar uma criaturinha dessas.
Do meio da bagunça eu olho para além do pátio e vejo uma garota sentada no chão, sozinha. A cena me intriga, principalmente pelo fato dela não estar no meio das outras crianças e não fazer questão disso. Me levanto de forma discreta, deixo o Diogo jogando futebol com alguns garotos e vou até a tal menina. Ela não nota minha aproximação por estar envolvida demais em seu desenho.
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Tudo que eu sempre quis
FanficNão é novidade pra ninguém que o casal Paolla Oliveira e Diogo Nogueira são a nova sensação do Brasil. O amor deles dois é tão lindo e tão contagiante que chega a emocionar o público. Mas, como será que é a vida deles fora do olhar de todo mundo? ...