Cherry Blossom - Karlena

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E eu simplesmente voltei! Não pude deixar de postar capítulo hoje, talvez seja um pouco curtinho, mas prometo que vou tentar atualizar sempre! Obrigada a todos que estão me motivando, juro, vocês são uns amores! Estou extremamente ansiosa pelo desenrolar dessa história, e olha que quem está escrevendo sou eu 😂 mas enfim, falei demais, agora fiquem com o capítulo de hoje...

Pov Lena

Ver Kara com um olhar desesperado me deixou com um certo "peso" na consciência, eu não queria assustar a loira, mas eu fiz isso sem querer, o pesadelo veio e pareceu tão real, meu coração ainda estava acelerado, e eu sentia uma imensa vontade de chorar, mas eu tinha que abrir o jogo. Ela cedeu seu espaço pessoal para me ajudar, abriu as portas de sua casa, cuidou dos meus ferimentos, me deu atenção e ainda por cima me trouxe segurança, coisa que eu não tinha há muito tempo.

Suspiro pesado, e então resolvo contar tudo.

— Isso começou há um tempo... Quando comecei a trabalhar lá, ele ainda não estava interessado em mim - Ela me olha confusa e então sou mais específica — James, meu chefe.

Ela então solta um "Ah" evitando falar muito, talvez não queria interromper.

— E aí um dia... Ele me pediu para limpar a... A sala dele - fico com minha cabeça baixa, senti vergonha de contar o que me submeti apenas para manter meu emprego.

Fecho os olhos e continuo de cabeça baixa, apenas os abro quando sinto a mão macia e quente de Kara no meu queixo, com a intenção de levantar meu rosto.

— Por favor, não sinta vergonha... Só estamos nós duas aqui, nunca vou te julgar, eu prometo. - Suas palavras tão sinceras me pegaram de jeito, me senti tola por ter medo de contar algo tão simples.

Suspiro novamente e então levanto a cabeça, e olho fixamente para os seus olhos.

— Ok... Uh, é, bem... Ele me pediu para checar se as luzes do quarto de limpeza estavam funcionando e também gostaria que eu organizasse, e eu aceitei... é o meu trabalho, sabe? Eu ganho para isso, fui contratada para isso, e no começo... Eu pensei que a sala estava suja apenas, e que precisaria trocar as lâmpadas, mas não era só isso - dou uma risada amarga, me lembrando do quão burra eu fui. — e então quando cheguei na sala, eu o ouvi trancar a porta... Mas, quando... Quando eu questionei ele tentou desconversar e então disse que a porta estava com defeito, o que me parecia estranho... Muito estranho, mas eu não podia contrariar meu chefe, meus livros nunca eram vendidos e eu precisava de dinheiro pra manter minha casa. - sinto lágrimas tomarem conta dos meus olhos. — e então eu disse pra ele que tinha esquecido um produto na salinha de empregados... Mas, mas... Mas ele me segurou, e disse que eu não iria a lugar algum, e que eu era burra por ter acreditado nele.

Sem nem perceber eu já estava chorando, aquele relato é sem sombra de dúvidas o pior que já fiz na minha vida, e olha que eu já estive em um tribunal... Rodeada de pessoas que me odiavam, e de frente para o assassino da minha mãe.

— Ele me estuprou de todos os jeitos, sempre enfatizando o fato de que eu estava sob poder dele, que eu era dele e que depois do que ele fez ninguém iria me amar e me querer. - solto as lágrimas de uma maneira vergonhosa porquê é extremamente difícil falar daquele dia horrível.

Kara me abraça, e diz palavras de conforto.

— Lee... Ah, Deus, chorei o quanto precisar, não se preocupe... Vamos superar juntas, eu prometo. - eu só sabia chorar, me senti inútil por demonstrar tanta fraqueza.

Mas algo me diz que Kara está falando a verdade... Talvez ela fosse o que eu estava precisando, e então continuo desabafando.

— Sempre fui muito avisada de que naquela sala havia câmeras me monitorando 24 horas, e que eu não deveria matar tempo ali. - dou uma fungada e sinto Kara me abraçar ainda mais apertado. — e ele usou isso contra mim, disse que se eu contasse para alguém, ou fosse ao médico ele iria pegar as filmagens e iria espalhar na internet, e eu não venderia um livro sequer, e assim eu me calei... Mas ontem, ontem foi muito diferente, depois que pedi minha demissão, James não aceitou nada bem, ele me espancou... E depois, depois ele... Ele tentou me abusar mas mesmo sendo abusada por meses eu nunca revidei, gritei ou tentei fugir e- a palavra morre, e de repente eu não consegui falar nada.