Não era como se Sasuke tivesse passado o final de semana todo pensando em Naruto. Não, de jeito nenhum. Lógico que não!
Céus! Quem ele estava tentando enganar? Talvez a si mesmo. Ele queria se convencer de que Naruto não estava ocupando sua mente nos últimos dois dias, desde que se encontraram na casa dele. Queria acreditar que em sua cabeça não só havia espaço para os olhos azuis de Naruto, aqueles que brilhavam como o céu em um dia ensolarado, despertando sentimentos que Sasuke ainda não conseguia compreender totalmente.
Era uma segunda-feira, e, como sempre, seu pai saiu cedo para o trabalho, deixando a casa em um silêncio que só aumentava a agitação dentro dele. Logo pela manhã, recebeu mensagens de Itachi avisando que passaria o dia com Sasuke, algo que definitivamente o surpreendeu. A presença do irmão sempre trazia uma sensação de conforto e segurança, um lembrete de que ele não estava sozinho nesse mundo caótico.
Mas, ainda assim, Itachi era seu irmão mais velho, e ele sentia falta dele ao seu lado todos os dias. Recordava-se da infância que teve junto ao irmão — as risadas compartilhadas durante os jogos de vídeo game, as longas conversas sobre sonhos e medos antes de dormir. Lembrava-se dele carregando-o nas costas quando eram crianças, pegando-o quando chorava e, principalmente, distraindo-o durante as brigas dos pais. Itachi sempre esteve ali para ele, um farol em meio à tempestade emocional que muitas vezes invadia sua casa. Desde que o irmão foi embora de Nova York para seguir seus próprios caminhos, um vazio significativo tomou conta da casa e do coração de Sasuke.
Ele estava na cozinha quando a campainha tocou. Assustou-se um pouco com isso; o som parecia ressoar como um eco em sua mente já sobrecarregada. Mas como Itachi não precisava que alguém abrisse a porta para ele, não se esforçou para largar o que estava fazendo.
Decidiu arriscar-se na cozinha; estava fazendo um bolo do zero — um bolo de cenoura com uma receita brasileira que prometia ser bem diferente das que conhecia da cidade onde cresceu.
O cheiro doce das cenouras raladas misturado com a canela começava a invadir o ambiente quando o barulho de passos ecoou e logo a presença do irmão invadiu a cozinha. Itachi caminhou até Sasuke e tocou sua testa com dois dedos num gesto carinhoso.
— Bom dia, otōtō — disse ele com um sorriso caloroso, dando-lhe um beijo suave na testa. — Nunca pensei que veria Sasuke Uchiha na cozinha. — Itachi riu levemente enquanto se sentava em uma das cadeiras ao redor do balcão, observando o irmão com uma expressão divertida.
— Hahaha, muito engraçado você, Itachi! Eu precisava fazer algo; não aguentava mais pensar em uma única coisa — respondeu Sasuke enquanto jogava as cascas dos ovos no lixo com um movimento brusco.
— E o que essa cabecinha está pensando? — perguntou o mais velho. Em parte, Itachi já sabia; afinal, convivia diariamente com um adolescente cheio de emoções intensas e pensamentos confusos. Naruto se tornara uma amizade importante para ele e sempre contava sobre seus pensamentos e preocupações.
— Está tudo tão confuso, Ita... — bufou Sasuke; sua atenção estava na massa do bolo enquanto sua mente vagava longe das panelas e ingredientes à sua frente.
— O que foi, Sas? O que está acontecendo? — Itachi sabia que o irmão lutava internamente consigo mesmo. Já tinha ouvido as palavras de Naruto sobre o ocorrido e agora queria saber a versão de Sasuke.
— Tudo começou quando eu beijei o Neji na semana passada. O Naruto acabou descobrindo e eu fiquei tão... Não sei! Não gostei dele ter descoberto isso. Mas aí eu saí com o Neji há uns dois dias; não queria ser moldado por pessoas que nem conheço. Não vou deixar ninguém dizer "Sasuke não se aproxime dele" e realmente fazer isso! Não sou assim! — Ele fez uma pausa dramática ao despejar a massa em uma forma em formato de coração antes de levar ao forno.
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Férias no RJ. - NaruSasu
FanficRio de Janeiro, a cidade perfeita para os brasileiros. Mas Sasuke não era um. Vim de Nova York todas as suas férias era algo que chegava a ser uma tortura, conviver com seu pai advogado era algo complicado. Mas parece que nem tudo é ruim no RJ, o U...