funeral

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Lee Know
(alguns dias depois)

Acordei cedo, coincidentemente era um dia cinzento, havia chovido a noite toda, a chuva caia junto com minhas lágrimas, olhei pra cama e vi han, com olheiras profundas assim como as minhas

olhei pro relógio, ainda faltavam algumas horas... suspirei fundo, afundado na minha própria culpa e melancolia

Tudo isso foi culpa minha

Com esses mesmos pensamentos, desço as escadas da minha casa, ainda sem ânimo algum, vou até a cozinha e lá eu faço café, um café forte e preto

pego a xícara e observo as nuvens cinzas pela janela, fico um bom tempo ali, até sentir braços me envolvendo por trás, sinto um beijo em minhas costas e bebo mais um gole do meu café

Han: bom dia amor - ele disse com a voz rouca de sono

Minho: dia... - digo dando mais um gole no café

Han: conseguiu dormir?

Minho: apenas duas horas e meia

Han: bom considerando o tempo que você dormiu esses dias, duas horas e meia foi seu sono mais longo

Minho: hmm... - resmunguei em resposta - ainda tem tempo de desistir de ir? - perguntei sem ânimo algum

Han: olha, ter eu acho que tem, se você quiser a gente pode ir, ou eu posso ir no mercado, comprar um tanto de besteira e a gente come agarradinhos assistindo uma comédia romântica - ele disse claramente tentando me animar

sorri de canto e dei o último gole na xícara de café, me virei para o mesmo fazendo o abraço ser de frente agora, estiquei o braço e coloquei a xícara no balcão, suspirei fundo e dei um selinho em han

Minho: você é o melhor namorado do mundo - dei outro selinho nele - acho que ficar aqui com você não seria uma má ideia, mas eu preciso encarar meus próprios demônios e ir nesse funeral

Han: tudo bem vida - ele disse compreensivo - saiba que eu estarei ao seu lado cada segundo, ta bom?

assenti, ficamos ali por umas meia hora, mas depois subimos pro quarto, tomamos um banho quente juntos e demoramos mais 30 minutos de baixo do chuveiro, algumas lágrimas escaparam do meu rosto no banheiro e han me consolou como sempre

saímos do banheiro, colocamos um terno preto, sem muita vontade, e fomos para o carro, Han se sentou ao meu lado enquanto eu dirigia, coloquei a mão em sua coxa como de costume e ele segurou minha mão com suas duas mão para me dar conforto

chegando no funeral, várias pessoas chorando, como esperado. Eu não quis ir muito pra perto do caixão, não queria nem chegar perto, apesar do caixão estar fechado por conta do estrago que fizeram no corpo dele

fiquei num canto junto de han, que assim como ele havia prometido, depois de algumas horas de muito choro da parte dos outros, nós fomos até o cemitério para enterrar o caixão

han e eu andávamos de mãos dadas, eu com um nó na garganta, deixei uma lágrima escapar, não pela dor de perder alguém, e sim pela dor da culpa

tudo aquilo era culpa minha, e não tinha como fugir, isso sempre seria culpa minha

depois de já enterrado, han e eu fomos até nosso carro novamente, mas antes que pudéssemos se quer entrar, recebemos uma ligação de bangchan

call on 📲

- Lee, você tá com o han?

tá, tá sim, ele está aqui do meu lado -

- ótimo, preciso de vocês dois no hospital, agora

aconteceu alguma coisa? -

- aconteceu sim, venham rápido

estamos a caminho -

call off 📲

Sem pensar muito, Han entrou no carro e eu entrei logo em seguida, o hospital ficava há uns 10 minutos dali, eu corri o máximo que pude, foram os 10 minutos mais longos de toda minha vida

chegamos no hospital e eu nem esperei muito, saí correndo e han veio atrás de mim tentando me acompanhar

quando eu abri a porta, vi várias pessoas mas meu olhar se focou apenas na pessoa sentada e acordada a cama

Minho: puta que pariu... - eu disse olhando pra ele

Nunca é tarde de mais pra amar vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora