CAPÍTULO 2 - O que raios sou eu?

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Abro meus olhos e eu estou em um cabana de madeira, quando me sento na cama onde antes estava deitado e olho envolta, havia outras camas, alguns medicamentos, soros, aparentemente era algum tipo de enfermaria.

A coisa que me levou até esse lugar já não estava mais por perto, eu estava sozinho, pensei em sair dali mas sinceramente, nem se quer sabia onde estava.

- Vossa alteza finalmente acordou? - Um homem alto, com cabelos avermelhados, algumas pinturas pelo corpo, uma calça bege e uma camisa polo vermelha - Amélia disse que foi desrespeitoso com ela.

- Aquela coisa tem nome?

- Aquela "coisa" é do escalão mais alto das caçadoras de Caipora, não ficaria contra elas se fosse você - Ele se senta na cadeira ao meu lado.

- E você? Quem é?

- Guaraci, ou deus do sol - Ele tá de piada comigo?

- Isso é algum tipo de RPG nerd? Que personagem eu vou ser? Tupã? - Marcinho já havia me convidado para participar de um desses com seus amigos da internet.

- Quase, você é filho dele.

- Ah eu não sou o melhor nesse negócio de mitologia, quem é filho de Tupã? Além de você é claro.

- Ainda acha que é uma brincadeira? - Faço cara de óbvio - Certo, já passei por isso - Ele faz um sinal com a mão e os raios de sol ficam quase quentes o suficiente para queimar minha pela e também começa a brilhar com uma estrela.

- Tá bom, eu acredito - Falo antes que a sala esquentasse o suficiente para me cozinhar - Então meu pai é Tupã? O deus supremo?

- Pelo menos é o que eu acho, pela sua marca de nascença, o trovão nas suas costas.

- É só uma marca quase todo mundo tem uma.

- Não como essa, mas ainda falta a confirmação, para isso, vai ter de dar orgulho ao pai, tenta pelo menos ganhar o jogo de início das férias.

- Qual é o jogo?

- Caçador, tudo que tem que fazer e atingir os membros da outra equipe com bolas e também pode salvar os membros da sua equipe uma vez usando um selo da sua cabana - Ele me dá um selo de pano com um raio bordado.

- Parece fácil - Finalmente me levanto da cama.

- Parece? Bom a equipe rival já é campeã à 8 anos seguidos, eles vão querer te destruir, abrir um buraco na sua barriga e devorar seu coração, você pode ser filho do deus mais poderoso de todos, é uma ameaça para eles - Vou confessar, me deu um pouquinho de medo - Mas boa sorte - Ele me leva até a porta - Esse é o Marcos, ele vai te explicar melhor como as coisas funcionam por aqui, e vai te levar para sua cabana, te deixamos uma camiseta do acampamento.

Ele me empurra para fora e fecha a porta.

Marcos era um garoto pouco mais baixo que eu, com cabelos cacheados e pele morena, seu olhos eram amendoados e seu rosto estava um pouco sujo.

- É um prazer te conhecer, seu nome é Samuel né? - Ele fala tão rápido que é uma surpresa eu ter conseguido entender.

- Também é bom te conhecer e pode me chamar de Sam - Olho envolta e tinham vários outros adolescentes da minha idade e até algumas crianças mais novas - Então, todos aqui são semideuses?

- Não exatamente, mas somos filhos de "mitos" folclóricos - Ele realmente fala muito rápido.

- Entendi, eu acho, seu pai, ou mãe, quem é?

- Sabe o Saci Pererê? - Me vejo chocado.

- Pera, o que? Me conta isso direito - Nós começamos a caminhar, não sabia para onde.

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