LEE MINHO
Seis e quarenta e cinco da manhã. Por pouquíssimo não me atrasei. Jisung atrapalhou meu cronograma, suas perguntas sem sentido e sua demora me deixaram incomodados.
Para atrapalhar mais, ainda acordei e dei falta do gato. Não sei para onde foi, se bem que Jisung deve estar com o gato.
Ainda não achei um nome para o gato, mesmo achando ele fascinante, talvez um pouco menos que meu bichinho de pelúcia, porém o gato deveria ter mais importância, por se tratar de um ser vivo.
O gatinho era cinza e branco, seus olhos eram avulsos, de certa forma, é raro encontrar animais com heterocromia, mas esse gatinho possui, além de claramente possuir problemas na patinha esquerda, só a de trás.
Já o bichinho de pelúcia é um esquilo, um mamífero roedor, de pequeno e médio porte, conhecido como Sciuridae. É um dos animais que mais me desperta interesse, porém, acho que deveria focar apenas em algo básico.
Talvez matemática? Não tenho qualquer dificuldade nessa matéria, porém acho extremamente entediante, são apenas números e mais números, não possuem nenhuma coisa interessante. Por mais que ame contar coisas e analisar padrões, o resto é meio sem graça.
Ciências me agrada de certa forma, acho extremamente chata a parte de corpo humano, mesmo tendo um pequeno interesse em patologia e biologia, porém não acho que eu iria me dar bem em uma profissão que envolvesse isso.
O resto das matérias não fazem a mínima diferença, são irritantes e possuem textos que de tão grandes, se tornam incoerentes, ao menos para mim.
Cutucão.
Foi o que senti, chega a ser pontual as tentativas de me fazer perder a linha durante a aula. Deveria não me importar o suficiente, ou deveria, não sei ao certo.
Me atrapalha e incomoda, além de ter que usar tampões, deveria usar uma espécie de película protetora? Isso sequer existe
─ Lee! ─ ouvi alguém gritar no meu ouvido ─ Own, o bebezão ficou triste?
Estava estagnado, mesmo sendo uma situação recorrente, nunca consigo lidar. Sempre rostos manchados tentando encostar em mim.
Sinto como se fosse um esquilo vulnerável, que ao tentar sair para explorar, fora atacado por uma raposa-vermelha, até mesmo um gato ou um cão. Talvez um cão, seria uma ótima comparação, alguns dizem que existem cães nas portas do inferno, talvez existam fora dele.
Não tenho nenhuma religião, mas ouvir sobre algumas delas, de fato, é interessante.
─ Choi Heejun, diretoria, agora ─ talvez tenha sido a professora que gritou, não sei. Não consegui distinguir, de qualquer forma, não conheço sua voz, nunca a ouvi
Me vi paralisado, nada havia dado certo. Quase perdi meu horário, ─ algo que para mim, é de extrema importância ─ além de que eu acabei esquecendo minha caneta azul. Era a minha favorita.
Não pude culpar Jisung pelo meu atraso, por conta do gato, ontem eu dormi cerca de meia hora depois do meu horário. Por sorte, algum alarme tocou, mesmo que eu não saiba qual, afinal, geralmente acordo sozinho.
Senti uma mão pousando sobre meu ombro direito e entrei em pânico. Não sei a quanto tempo eu não consigo sair de mim mesmo. Seria essa a terceira vez desse mês.
Me sinto preso a mim mesmo, não consigo quebrar uma bolha que foi feita ao meu redor por mim mesmo. Me sinto fraco por isso.
─ Qual tipo de roedor é esse? ─ um garoto de cabelos brancos se sentou na minha frente ─ Olhe, também tenho um hamster! Talvez ele queira ser seu amigo ─ pegou um pequeno hamster, daqueles que vem na ponta de alguns lápis
Senti suas mãos apertando levemente as minhas, algo que durou pouquíssimo tempo. Vi as luzes serem desligadas, fazendo com que eu consiga aos fazer com que todos o ambiente que eu estava parasse de girar.
O garoto ainda estava na minha frente, mostrando uma postura calma. Não sei o que estava fazendo, mas ver como ele tentava desenhar alguns bichinhos em seu caderno, me acalmou.
Ouvi sons saírem de sua boca, eram melodias em um tom baixo. Naquele momento, percebi que não estava mais com meus protetores auriculares, não que eles sirvam de muita coisa, o barulho da sala até então era sufocante.
─ Não se preocupe, a aula de educação física 3 agora, então não há problema caso decida ficar aqui. Posso pedir para que liguem para sua mãe, você prefere ficar aqui, ou não? ─ me perguntou assim que percebeu que, de certa forma, eu já havia conseguido tomar algum mínimo controle perante uma crise interna
─ Eu... ─ preferi me manter calado, ainda é difícil me comunicar com outros
─ Tive uma ideia, se você quiser responder sim, levante um dedo, caso seja não, levante dois ─ continuou tentando
─ Você quer ir para casa? ─ levantei dois dedos ─ Se sente ruim em quebrar uma rotina? ─ levantei um dedo ─ Entendo, quer ficar comigo falando sobre seus interesses ─ não respondi
Parecia se preocupar muito comigo, mais que o necessário. Todas as vezes em que contei algo sobre meus interesses, ou era ridicularizado, ou não prestavam atenção. É estranho ele saber o que quero, ou não.
─ Minha mãe ─ resmunguei, queria ir para casa, mesmo sabendo que não deveria
─ Lee Minho, sei que é horrível estar quebrando uma rotina, sinto muito por isso, mas tenho certeza que seria melhor para você ir para casa ─ disse de forma calma, mesmo não querendo, levantei um dedo ─ Irei pedir a direção para que o libere. Caso lhe aconteça de ter outro shutdown, faça com que quem está perto de você ajude ─ sorriu, mostrando covinhas em suas bochechas
Fiquei por alguns minutos procurando meu abafador, não gostava dele, seu amarelo me deixava enjoado, mas haviam quebrado meu antigo. De qualquer forma, somente o coloquei e tentei andar até o caminho de casa. Só quero ficar sozinho por algum tempo.
O que vocês acham que vai acontecer no próximo capítulo? Vou tentar deixar ele mais fofinho ( ◜‿◝ )♡
Ah, a música que eu coloquei nesse capítulo é a favorita do Lino nessa história, isso vai ser importante no futuro
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Why Me? || mιηѕυηg
Fanfiction❝ 𝐎nde Han Jisung é abandonado pelos pais, mas rapidamente é acolhido por uma medica e seu filho ou 𝐎nde Lee Minho é um garoto autista com dificuldades na escola e seu novo amigo o fez o garoto mais feliz do que já pudera imaginar ❞ Obra origina...