Nesse capítulo vamos falar um pouco sobre a música " A Carne" da grandiosa Elsa Soares e em como essa música que se tornou um hino fala sobre o racismo estrutural .A música é uma narrativa contundente sobre o lugar social da população negra brasileira, destacando a desigualdade e a opressão. Na frase icônica "A carne mais barata do mercado é a carne negra," a metáfora da "carne barata" sugere a exploração e o desvalor à vida negra, que historicamente foi marginalizada e considerada "descartável" na sociedade. A letra denuncia como o corpo negro, ao longo da história, foi explorado e objetificado, desde o período da escravidão até as modernas estruturas de trabalho precarizado.
O racismo estrutural começa quando é negado ao negro oportunidades por causa da sua raça é isso afeta as chances e a qualidade de vida deles perpetuando um ciclo de pobreza e exclusão social.Falemos também sobre o preconceito que contribui muito pra essa exclusão pois os negros são tratados como marginais ,miseráveis ,as vezes sujos e agressivos por causa de esteriótipos formados .
Visto que mais de 70% da classe carcerária brasileira é composta de negros vemos o quanto o racismo estrutural do sistema prisional é grande .
O trabalho braçal é ocupado majoritariamente pela raça negra ,eles fazem aqueles serviços que ninguém quer fazer mas precisam de ser feitos como,lixeiros,faxineiros ,motoristas ,técnicos de enfermagem,varredores de rua e por aí vai .Não temos quase nenhuma representatividade negra em cargos de liderança ,políticos ,mídias ,e quando vemos são visíveis a diferença de salário entre negros e brancos .
Por serem grupos considerados vulneráveis muitas vezes sofrem mais ao procurar ajuda ,tanto policial ,médica ,psicológica .
Especialistas ouvidos pela Comissão Especial sobre Violência Obstétrica e Morte Materna afirmaram que as mulheres negras, indígenas e de baixa renda são as maiores vítimas. O debate aconteceu na primeira audiência pública da Comissão, que ouviu representantes de secretarias de Saúde de cinco estados para entender o cenário brasileiro.E a cor de pele está relacionada com o pré-natal inadequado, afirmou a secretária de Saúde de Santa Catarina, a ex-deputada Carmen Zanotto, que defendeu a discussão sobre violência obstétrica dentro das instituições de ensino de saúde.
"As mulheres negras morrem mais que as brancas, mesmo tendo a mesma escolaridade e o mesmo acesso ao pré-natal. Está comprovado que nós profissionais da enfermagem dedicamos menos tempo na assistência do pré-natal à mulher negra que à mulher branca", disse.
A pandemia não foi a mesma para todos: negros – pretos e pardos, de acordo com a denominação do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) – morreram mais do que brancos em decorrência da covid-19 no Brasil. A assertiva pode ser verificada a partir de dois estudos realizados no primeiro ano de pandemia, um do Núcleo de Operações e Inteligência em Saúde, grupo da PUC-Rio e outro do Instituto Pólis.
No primeiro, ficou demonstrado que, enquanto 55% de negros morreram por covid, a proporção entre brancos foi de 38%. Na segunda pesquisa, o Instituto Polis mostrou que a taxa de óbitos por covid-19 entre negros na capital paulista foi de 172/100 mil habitantes, enquanto para brancos foi de 115 óbitos/100 mil habitantes.
O acesso desigual à saúde também se reflete na vacinação. Uma reportagem da Agência Pública de março do mesmo ano apontou para a discrepância entre brancos e negros vacinados: 3,2 milhões de pessoas que se declararam brancas receberam a primeira dose do imunizante contra o novo coronavírus. Já entre os negros, esse número cai para 1,7 milhão.
O homicídio de pessoas pretas e pardas no Brasil liderou o ranking de mortes violentas em 2021, segundo dados do relatório Atlas da Violência, divulgado nesta 3ª feira (5.dez.2023). O grupo que compõe a população negra, de acordo com a classificação do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), corresponde a 8 de cada 10 pessoas assassinadas no país. Lendo esse trecho do texto podemos perceber que a tese do racismo estrutural temos como evidência que há um grupo racial sendo ameaçadas de forma sistemática por ações .
*Leia mais no texto original: (https://www.poder360.com.br/brasil/8-em-cada-10-assassinados-no-brasil-sao-negros-indica-atlas-da-violencia/)*.
Em resumo, "A Carne" é uma obra poderosa que vai além do entretenimento. Ela serve como um chamado à reflexão sobre o racismo e a desigualdade no Brasil e como uma expressão de resistência e empoderamento da comunidade negra.
Fontes: Agência Câmara de Notícias

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O Corpo Negro
DiversosPrecisamos falar sobre Negros e Negras . Resolvi escrever esse livro com o intuito de trazer a tona um assuntos tão pouco abordados,mas muito importante, deixo claro desde já que nesse texto contém opiniões pessoais minhas, espero que vocês entendam...