O aroma do café permeava o ambiente. As manchas de cerveja na barra da blusa dele tornaram-se uma ocorrência comum, mas a satisfação de acumular notas de gorjeta no bolso era inegável. Esse era o padrão diário e ligeiramente exaustivo ao qual Taehyung se acostumava gradualmente há algumas semanas, o que o ajudava a enviar algum dinheiro para sua tia.
O coração dele acelerou e a bandeja em suas mãos quase caiu quando gritos irromperam pela cafeteria no momento em que o time de basquete marcou mais um ponto. Ele se esquivou dos homens grandes e robustos reunidos na área da TV e pegou as canecas de chope entre as bacias de nachos e latas de cerveja. Ele estava se sentindo útil por ter conseguido uma vaga na cafeteria. Aparentemente, os currículos falsos que Hoseok havia feito no ano passado foram guardados por Minnah, e ela se lembrou da pilha de papéis quando o gerente decidiu contratar um novo garçom.
Minnah foi uma mentora em sua vida. Ela lhe ensinou tudo o que era necessário para evitar causar um incêndio ou danificar a máquina de café expresso. Além disso, também lhe ensinou os fundamentos da preparação de um cappuccino, e Taehyung descobriu-se hábil em misturar café, chocolate e canela. Agora, os clientes solicitavam exclusivamente o "café do Taehyung". E ele achava o máximo ser o barista da cafeteria, embora o salário fosse um tanto modesto.
Entretanto, buscando o lado positivo da situação, agora ele tinha sua própria renda e, mesmo que não fosse muita, era melhor do que as centenas de notas em um envelope depois de uma noite de venda de drogas. Com seu salário modesto, principalmente, ele podia deitar a cabeça no travesseiro e dormir sem a culpa pesando sobre seus ombros.
Apesar dos olhares furtivos sobre sua pessoa, ninguém se atrevia a mexer com ele ou incomodá-lo. Uma parte de seu ego ansiava por ser massageado pela ideia de ser alguém fatalmente intimidador, mas ele sabia que, na verdade, era seu namorado quem intimidava a todos.
Afinal, nos últimos meses, não havia mais ninguém nos arredores da universidade que não soubesse do relacionamento dele com Jeongguk. E isso o colocava em uma posição completamente irritante, na qual ele precisava lidar com pessoas irritantes que faziam comentários muito irritantes.
Não era segredo para ninguém quem era Jeon Jeongguk ou o que ele costumava fazer. E agora, em seu último ano na liderança da maior fraternidade do país, a atenção sobre ele beirava ao exagero.
Os rapazes estavam animados com a seleção dos novos membros, sem mencionar a expectativa coletiva pelas festas, raves e tudo o que aquele mundo oferecia.
Consequentemente, as últimas semanas de férias serviram para que Taehyung conhecesse profundamente o universo de Jeongguk. Não o lado sombrio do comércio de drogas — por este ele já havia sido engolido e esperava nunca mais vê-lo. O que ele conheceu foi um lado desejável. A parte atraente. A parte que instiga os rapazes a enfrentarem a morte em trotes violentos para concorrer a um posto lá dentro. A parte que faz a cultura de fraternidades ser preservada por décadas e gerações. A parte que explicava o motivo de Jeon adorar tanto tudo aquilo.
Por isso, onde Jeongguk se encontrava, todos desejavam estar presentes. Os olhares convergiam para ele à sua chegada. Toda a atenção era direcionada a ele. A quantidade de atenção parecia beirar a humilhação. Jeongguk parecia um monarca. E ele apreciava tal reconhecimento. Realmente desfrutava disso.
Agora, os mesmos olhares se voltavam para Taehyung também. No entanto, ao contrário de Jeongguk, ele estava sendo julgado silenciosamente.
Tudo o que haviam passado juntos no último ano era de conhecimento apenas dos amigos mais íntimos deles. Mas para o restante da Universidade? Ele se tornara "o rapaz cujo irmão fora brutalmente espancado pelos Nebbioso, e agora ele namorava o líder deles".
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Nebbioso 2 (taekook)
Fanfiction[taekook | gangster] Jeon Jeongguk e Kim Taehyung enfrentam adversidades e se apaixonam novamente. Jeon organiza uma cerimônia para eleger um novo líder do Nebbioso, enquanto Taehyung busca independência. Após um ano estável, um telefonema traz o pa...