Blood Ties (Baku Deku)

Capítulo 09

Bakugou deu uma última olhada em Deku, que estava no chão, e antes que qualquer palavra fosse trocada, se virou e saiu.
Sua capa de pele de dragão balançava pesadamente ao vento, e seu porte musculoso parecia ainda mais intimidador à medida que se afastava. O olhar de Bakugou era impassível, mas havia algo em seu jeito de andar que exalava poder e desdém, deixando uma sensação de vazio no ar, como se a presença dele fosse um peso insuportável, e também a coisa mais incrível do mundo.

Horas depois, Izuku se encontrava deitado em sua cama, na sua nova tenda, os olhos fixos no que parecia ser o teto, embora sua mente estivesse em um lugar muito distante. Ele não conseguia entender nada. A falta de memórias era como uma névoa, e tudo o que restava eram fragmentos, pequenos flashes de imagens que pareciam nunca se encaixar.

Sussurrando para si mesmo, como se tentar verbalizar seus pensamentos pudesse trazer clareza, Izuku começou a falar baixinho.

— Eu não me lembro... Não consigo lembrar de nada. Só de pequenas coisas... E aquele homem... Bakugou. Eu... sei que algo entre nós... era importante. Mas o que aconteceu? Por que não consigo lembrar?

Ele virou a cabeça para o lado, seus olhos com um brilho triste.

— Por que ele me trata assim? Por que ele me olha como se fosse... nada.  Sinto que deveria ser mais forte, mais corajoso...

Izuku fechou os olhos, tentando se concentrar, mas tudo parecia escapar de sua mente como areia entre os dedos.

— Eu queria ao menos saber por que meu coração bate mais forte quando penso nele...

Izuku fechou os olhos, um calor subindo pelo seu rosto enquanto seus pensamentos se entrelaçavam.

— Que difícil.. — ele sussurrou, sua voz vacilante — Sempre que ele está por perto, ele me faz perder o ar. — Midoriya cora logo em seguida.

E continua

— Faz meu coração bater mais forte, como se eu fosse... outra coisa para ele. Eu não sei se é normal. Talvez eu não devesse sentir isso, mas... parece tão real. Como se... ele fosse meu.

Izuku levou a mão até o peito, pressionando suavemente, tentando controlar a batida acelerada de seu coração. Ele sabia que não deveria estar pensando assim, sabia que algo estava errado, mas não conseguia negar o que seu corpo sentia. Aquele homem... Bakugou... não parecia se importar com ele, mas ainda assim, Izuku não podia deixar de sentir tantas coisas por ele.

— É por que eu sou um ômega? — Izuku continuou, mais baixo agora, como se as palavras fossem difíceis de engolir.

— E, como posso ser um ômega? Todos os meus irmãos são Alphas. Eles são fortes, poderosos, E eu sou... fraco? Eu sou... apenas isso?

A manhã estava fria, e o ar da floresta parecia mais denso do que o habitual. Izuku estava nervoso, seus passos hesitantes enquanto se aproximava da tenda de Endeavor. O peso do olhar de seu pai era algo que ele não sabia como lidar. Ele já sabia que sua presença ali não seria recebida com calor, mas o desprezo de Endeavor ainda o atingia como lâmina.

Ao entrar na tenda, ele encontrou Endeavor sentado em uma cadeira grande, imponente, com os olhos fixos nele de forma severa, como se o filho fosse um intruso em sua casa. O Alpha olhou para Izuku com um desdém que não disfarçava sua desaprovação. Seus olhos eram duros, e a energia na tenda parecia ser ruim, pesada. O homem na frente dele, com sua aura ameaçadora e postura rígida, era ainda mais assustador do que Bakugou, de uma maneira que Izuku não conseguia descrever.

—  Então... você realmente está vivo — Endeavor falou com um tom frio, quase vazio. — Não sei como, e não me importa. Sua ressuscitação não significa nada para mim.