Blood Ties (Baku Deku)

Capítulo 16

Quando o sol começou a iluminar suavemente a tenda, Midoriya abriu os olhos e percebeu que ainda estava nos braços de Bakugou. O calor do corpo dele era reconfortante, e ele sentia o toque gentil de pequenos beijos sendo depositados em seu pescoço. Um riso leve e involuntário escapou dos lábios de Deku, arrepiando-se com o carinho inesperado.

— Bom dia, Deku, — Bakugou sussurrou, sua voz rouca e suave ao pé do ouvido de Midoriya.

Ainda sonolento, Midoriya virou o rosto para encarar Bakugou, o sorriso brilhando no olhar verde. Bakugou retribuiu o sorriso, admirando o rosto de Deku tão de perto, e se inclinou mais uma vez, encostando os lábios na testa dele com um gesto que parecia transbordar carinho e saudade.
Minutos depois, Midoriya estava sentado na mesa tomando seu café da manhã, enquanto Bakugou terminava de se vestir para sair para a caçada. O ambiente estava tranquilo até que Mitsuki, mãe de Bakugou, entrou no quarto. Seus olhos percorriam o espaço com uma expressão de desaprovação, carregando uma intensidade que fez Midoriya desviar o olhar automaticamente, sem saber exatamente o motivo, mas sentindo um temor inexplicável.

— Então, vocês estão fazendo... isso? — ela perguntou, em um tom seco, direcionando a Bakugou, que apenas suspirou.

— Não, — respondeu Bakugou, com um olhar impaciente. Midoriya permaneceu em silêncio, observando a conversa sem entender.

Sem rodeios, Mitsuki continuou, ignorando o desconforto de Midoriya. — Eu trouxe Uraraka, uma ômega de Shintora, — disse ela, cruzando os braços e falando como se aquilo fosse algo incontestável. — Ela será sua esposa.

A recusa de Bakugou veio rápida, firme. — Não estou interessado, — ele respondeu.

— Ouça, Katsuki, Uraraka vem de uma família muito respeitada e próspera. — disse ela, com um tom firme. — Ela é educada, gentil, uma ômega que sabe como se comportar e com uma fortuna que só vai fortalecer nossa alcatéia. Ela é o par perfeito para você!

— Chega, já disse que não quero. — sua voz saiu firme, carregada de impaciência. — Nem de mulher eu gosto, entendeu? Essa ideia sua não vai dar certo.

Mitsuki arregalou os olhos, ofendida com a resposta de Bakugou, e cruzou os braços, sem se dar por vencida.

— Como pode dizer que não gosta se nem sequer experimentou? — ela insistiu, seu tom carregado de frustração. — Dê ao menos uma chance, Katsuki. Uraraka é tudo o que você precisa para fortalecer nossa alcatéia. Ela é uma ômega com potencial, e você precisa pensar no futuro.

Bakugou soltou um suspiro profundo, fechando os punhos antes de soltar um grito:

— Chega! Eu já disse que não quero e ponto! Pare de tentar me enfiar nesse casamento! — A voz de Bakugou reverberou pelo quarto. — E você não vai decidir por mim, entendeu?

Bakugou saiu da tenda sem olhar para trás, claramente irritado. Mitsuki observou a saída abrupta do filho e então virou seu olhar frio para Midoriya, que ainda estava sentado, tentando processar o que tinha acabado de acontecer.

— Com você, Katsuki nunca vai se casar, garoto. — Ela declarou, a voz afiada como uma lâmina, deixando claro seu descontentamento. As palavras pesadas caíram sobre Deku, que ficou em choque, o coração batendo rápido.

Fora da tenda, Bakugou trombou com Uraraka, que rapidamente se afastou ao notar o olhar irritado que ele carregava. Ela tentou sorrir.

— Oi, sou Uraraka... sua ômega. — disse, a voz suave e hesitante.

Bakugou lançou-lhe um olhar frio.

— Nem te conheço. — respondeu secamente, passando por ela.

Antes que Uraraka pudesse responder, Mitsuki saiu da tenda e chamou Bakugou em tom alto e insistente. Ele a ignorou, continuando seu caminho sem olhar para trás. Mitsuki, então, se voltou para Uraraka com um sorriso confiante.