Moeda de Troca

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Onde será que nosso Tavinho foi se meter?

Diego deve estar desesperado!

Boa leitura!

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Era início da manhã seguinte, o sol mal havia apontado no horizonte, mas Ramiro já estava no trapiche, organizando pescadores que trabalhavam para si, se preparando para irem ao mar arrastar os peixes nas redes

O negócio era lucrativo, e Ramiro acabava sendo um belo partido para moças e rapazes ômegas da vila

- Oi Ramiro! - As moças em seus vestidos de babados e renda balançavam seus lenços do início do trapiche, sorrindo ao receberem um aceno do jovem comerciante

Quem sabe, lhe chamassem a atenção o suficiente para um cortejo?

Mas Ramiro era dos que também esperava aquela ligação entre alfas e ômegas, ao qual a sociedade estava perdendo interesse. Ramiro acreditava no amor, e esperava por ele pacientemente

- O que você fez com ele?! - Ao se virar, foi pego de surpresa por Kelvin Santana, lhe segurando pelo colarinho

O ômega era baixinho, loiro com sardinhas salpicando suas bochechas, e tinha uma loja de trajes femininos que vendia por toda a Europa. Era bem visto na cidade, apesar de ainda ser solteiro com quase quarenta anos

Kelvin não tinha nada contra Ramiro, mas havia um ponto fraco em comum com Diego: Otávio

O loiro acabou se tornando um segundo pai para o sobrinho, e após amanhecerem procurando o ruivinho por toda a vila, o último lugar que faltava era o pesqueiro de Ramiro

Kelvin sabia que o garoto ia ali, mesmo com a proibição do pai de chegar perto do mar, mas agora se arrependia de ter acobertado aquilo

- Do que você tá falando?! - Se soltou do aperto, massageando o pescoço levemente arranhado pelo ômega - Estamos ainda nos tempos primitivos? Que cavalheirismo é esse?!

Mas o olhar de Kelvin não diminuiu a selvageria. Estava cego, apenas querendo seu sobrinho em casa!

- Ramiro, desculpe o Kelvin, ele só tá desesperado, assim como eu! - Diego tomou a frente do comerciante, com lágrimas nos olhos - O Otávio sumiu, não encontro ele em lugar algum!

Perto do mar, a marca de Diego sempre ardia, mas agora, diante da dor de não saber onde seu menino estava, mal se importava com a marca quase sumida de Amaury Lorenzo

Ele deveria estar esquecendo de si com o passar do tempo, restando uma cicatriz fraca no que um dia foi uma bela marca que Diego tinha orgulho em mostrar na vila

Era cortejado por um dos mercadores mais bem pagos pela coroa!

Mas além da vida abastada que Amaury poderia lhe dar, mil vezes mais importante, havia amor! Sempre que atracava na Cidade do Porto, o preto lhe trazia doces e tecidos coloridos da Índia para que Kelvin fizesse trajes lindos para si

O cobria de jóias e até artefatos curiosos que encontrava no comércio do mundo, mas principalmente, lhe dedicava carinho e um cio tórrido onde se entregaram para além da carne!

Junto com o elo da marca, o elo de um filho foi formado. Mas anos depois, e tanto sofrimento e solidão, somente Diego chorava segurando a camisa do primogênito

- Eu não sei onde ele está, ontem nos falamos, ele se despediu e - O preto parou, observando um barco pequeno faltando, uma das canoas a remo que usava para pequenas pescas no canal - NÃO!

Se arrependeu de não ter ficado de olho em Otávio, lembrando como foi estranho o amigo teimoso não insistir naquela ideia...

- O que foi? Você sabe onde ele está? Pelo amor de Deus, Ramiro! - A dor de Diego podia ser sentida, não por terem alguma ligação, mas porque Ramiro sabia o quanto Diego amava aquele filho, e também era por ele que estava se casando com o duque Antônio La Selva

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⏰ Última atualização: 18 hours ago ⏰

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Segredos do Mar - AU Dimaury/Kelmiro/ChavinhoOnde histórias criam vida. Descubra agora