A trilha isolada

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Oieee

Esse conto era para ter sido uma coisa bem pequena(até 3000 palavras) para ser lançado na semana de Dia das Bruxas, mas me atrasei e ele ficou maior do q eu planejei. Rs
Por isso temos essa história original.
Sim essa história é original, com personagens saídos da minha cabeça doida 😅. Então divirta-se

🌙

Capítulo 1 - A trilha isolada

Eu até gosto das noites de Halloween, para ser sincera, pessoas fantasiadas, mistérios, bruxas, contos de terror me deixa empolgada desde quando era adolescente.

Isso não mudou agora que sou adulta, ainda mais por amar essa aura mística, por não temer a morte ou cemitérios como todo mundo. Mas hoje há em mim algo maior e mais forte, e pode ter certeza de que não é luz.

É o luto, que parece mais dolorido a cada dia.

Me lembro de quando era mais nova e que gostava de fugir de casa para passar a noite sentada no muro de um cemitério, escrevendo contos de terror sob a luz do luar. Eu gostava de ser uma garota rebelde e apontada como esquisita. Minhas mechas de cabelo azul e maquiagem pesada eram o símbolo dessa rebeldia.

Mas hoje sou adulta e infelizmente precisei abandonar um pouco dessa anarquia. Mas não meus cabelos coloridos. 

Ser Dia das Bruxas não muda em nada minha rotina.

Sai bem tarde do restaurante onde sou garçonete. Estava lotado de adolescentes fantasiados, dos mais legais aos mais babacas.

Servi tantas mesas que me sinto irritada apenas de pensar em voltar no dia seguinte, e agradeço mentalmente quando Wade fecha as portas e desliga o letreiro.

Quando saímos tarde assim, minhas colegas me dão uma carona até em casa, mas por ser Dia das Bruxas, elas irão para festas de adultos fantasiados, onde as travessuras são muito mais adultas e os doces podem te levar a viagens jamais imaginadas.

E esse ano eu educadamente recusei.

A verdade é que não estou no clima, por mais que goste.

Minha mãe faleceu há um mês atrás, estou sozinha na minha casa e sinceramente não estou afim de ver ou falar com ninguém.

Éramos só nós duas, uma sempre apoiando a outra, e quando a doença veio eu tentei ser forte, para vencermos juntas…

Caminho sozinha, passando por uma estrada deserta, um caminho que ela sempre dizia para que eu não usasse, pois era perigoso. Sorri ao lembrar dos alertas dela e de seu jeito de ralhar comigo. 

E mesmo sabendo exatamente o que ela diria e que ela tinha razão, eu estava cansada, queria chegar logo em casa.

E como a chapeuzinho vermelho eu desobedeci minha mãe e tomei o caminho mais curto, que passava pela estrada, cortando por dentro da mata, entre as árvores longas, tinha até mesmo uma trilha utilizada pelos moradores, que já sabem que esse caminho diminui o tempo de caminhada entre um bairro e outro, porém havia uma lenda, a qual os mais antigos propagavam e os mais jovens não tinham coragem o suficiente para verificar.

A história de que ali, naquela mata morava um tipo de monstro, alguns diziam que era um lobisomem, outros diziam que era o Pé Grande, mas todas as histórias eram as mesmas: Um monstro que devorava crianças e dissecava sua pele para dar para os corvos.

Eu nunca acreditei, mas hoje descobri que há seres humanos piores do que qualquer monstro existente nas lendas urbanas das velhas dessa cidadezinha.

— Onde vai, Docinho? — Uma voz arrastada pergunta.

Os segredos da florestaOnde histórias criam vida. Descubra agora