Capítulo 2 - A cabana entre as árvores
Os olhos me esmagam, ele rosna, um som gutural saindo de sua garganta.
— Os dois estão de olho em você a dias, exatamente trinta e um dias, eles sabiam quantos minutos você demorava até chegar em casa, sabiam que você vivia sozinha e sabiam que você demorava mais tempo que o normal para passar pela mata. Sabiam que você sai tarde do trabalho e que usa essa porra dessa saia todo santo dia.
— Do que você está falando?
— Os dois estavam te caçando e você era a presa ideal.
— E você teve a mesma ideia! — Empurro a mão dele, sentindo meu rosto quente, como um reflexo do toque.
— Você não vai me entender. — O jeito como ele lambe os lábios e respira fundo me deixa ainda mais assustada.
— O que você quer dizer?
Ele me olha de canto de olho, abre um sorriso ladino, quase travesso. Stallone está no canto, dormindo serenamente. Me fazendo recordar de não confiar em cachorros, nunca mais. Pois eu pensei que um cachorro tão fofo não poderia estar com uma pessoa do mal.
Me enganei.
— Elijah … — Tento. — Me deixe ir… Eu prometo que não vou na polícia, eu me viro com isso, eu…
— Shiii — Ele coloca um dedo sobre meus lábios me calando. — Você não vai sair dessa cabana. Agora me deixe limpar esse ferimento. Antes que infeccione.
Sento na poltrona de novo e começo a chorar copiosamente.
— De que adianta? Você vai me matar, não vai fazer diferença uma infecção.
— Por que acha que vou te matar?
— Se não for isso, será o que!? — Choro ainda mais. — Vai me forçar ou me vender ao tráfico de pessoas, tanto faz, é a morte de qualquer jeito.
— Sabe Coelhinha. — Odeio que ele me chame assim. — Você seria a vítima perfeita. Mas não, eu não vou te matar.
Ele puxa a minha perna, o movimento doi, mas estou estática tentando entender esse louco. Tira da caixa um vidro de peróxido de hidrogênio, joga sobre a ferida que arde e faz uma espuma, eu resmungo de dor, tentando forçar minha perna para qualquer lado, que sirva para me libertar.
Ele dá um tapa em meu joelho e eu paro, vendo ele pegar uma agulha e linha, no lado de fora um raio cai iluminando todo o local bem rápido, para depois um trovão balançar até mesmo as janelas de vidro.
Stallone choraminga e eu coloco as mãos nos ouvidos.
— Já vai passar! — Ele afirma, me sinto uma criança, pois tenho medo como uma, e tudo contribui para que eu me sinta apavorada.
Elijah começa a costurar, sem anestesia ou analgesico e isso doi para o inferno, grito e choro de dor, mas ele ignora, faz tudo com calma e parcimônia, segurando firme a minha perna.
Passa iodo em todo o ferimento, bebe um gole da bebida que ele serviu a nós dois e volta a fumar o resto do cigarro que ele deixou de lado.
Se levanta sem dizer nada e leva tudo que trouxe para a cozinha, sendo seguido pelo cachorro.
Sozinha eu olho para toda a sala, buscando meios de não ser morta e o mais fácil será usar o machado, se não for para fugir, será para parar esse homem, para me livrar dele e voltar para casa.
Pego o instrumento na parede, há sangue na lâmina afiada, me recuso a querer imaginar de quem possa ser, caminho devagar para a cozinha, tentando não fazer som algum, a luz fraca está acesa, mas um raio cai de novo, e a casa toda fica no mais profundo breu.
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Os segredos da floresta
Cerita PendekLucy Beavers não está animada para o Halloween esse ano, na verdade ela só quer ir para casa descansar, e por esse motivo escolhe exatamente a trilha perigosa, que os mais velhos dizem que é mal assombrada e que muitos alertam para que não a usem, a...