Os encontros no metrô com o ”homem” da minha vida duraram duas semanas certeiras.Todos os dias eu acordava com um sorriso idiota no rosto porque sabia que iria vê-lo.
Sei que pode soar meio psicopata da minha parte - ALÁ LOUCA MANÍACA -, mas aquele menino lindo simplesmente havia se tornado o ponto de luz do meu dia. Não importava se lá fora nascia um dia quente e colorido ou frio e cinzento, ele tinha o dom de tornar tudo mais bonito. E nas raras vezes que eu podia encostar minha mão nas pequeninas mãozinhas dele, era como sentir nuvens sobre meus pés. Aquele bebê tão pequeno e risonho, havia se tornado a maior prova de que ainda existe inocência pura nesse mundo perdido.
Certo dia enquanto conversava com ele por sinais - porque o possível irmão mais velho havia chamado nossa atenção pelo barulho - ele sorriu tão lindamente batendo palmas e disse: “- Sa-sa”.
Sabe aquele livro que você finalmente encontra, depois de tanto procurar em todas as livrarias, mercados de pulgas, Sebos... E numa tarde nublada e comum, enquanto toma um simples café doce em uma simples lanchonete aconchegante de uma simples esquina esquecida, você olha para o lado e se depara com uma simples livraria velha. E lá está ele. O bendito livro. Brilhando unicamente para você. O último do estoque. O último da cidade. Simples assim.
Foi exatamente essa a sensação.
Meu coração parou por alguns segundos e eu tive vontade de pegar aquele bebê nos braços e sair correndo.
Sim! Eu seria a Nazaré Tedesco.
Não sei explicar que tipo de sentimento era aquele. Talvez fosse meu lado materno se manifestando, ou também poderia ser o fato de eu sentir falta do irmãozinho que havia perdido anos atrás. Eu só sei que quando olhava para aqueles olhinhos cheios de doçura, algo em meu interior se aquecia.
- Ino...
A loira folgada tinha invadido o meu apartamento, no meio da noite. Tomou conta do meu quarto e estava jogada na minha cama, lixando aquelas malditas unhas sebosas.
- Chora.
- Você acredita em… – minha garganta ficou seca. - Amor à primeira vista?
A coisa loira ambulante encarou as unhas, inclinou a cabeça para o lado analisando cada cantinho, lixou mais um pouquinho finalizando com um assopro, e finalmente olhou para minha linda pessoa:
- Mas é claro que acredito.
Bom, eu não era a única louca então. Ela me entenderia se eu contasse sobre o meu amor do metrô.
Sim, ela acreditaria.
- Acontece comigo toda vez que passo em frente a uma loja de sapatos Italianos, ou perfumarias francesas. Isso é amor à primeira vista, querida.
Ino era uma consumista de carteirinha. Gastava tudo o que tinha – e o que não tinha -, e vivia endividada. Muitas vezes cheguei a pensar que o filme Os delírios de consumo de Becky Bloom havia sido inspirado na vida dela.
Eu precisava, desesperadamente, compartilhar minha descoberta com alguém – que não fosse a Ino.
Hinata, minha amiga de faculdade e quem dividia o apartamento comigo, não estava em casa. Estudávamos na mesma universidade, porém em horários diferentes.
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Simplesmente acontece
FanfictionChame de destino, coincidência, acaso ou, como os religiosos dizem; isso é a mão de Deus trabalhando. Chame do que quiser porque para a minha pequena pessoa, estar apaixonada pelo cara que, coincidentemente, estudava na mesma faculdade que eu, morav...